2 dias depois...
Bélgica, 20 de março de 1673,
Querida Prima,
Luísa! Você já é uma kaiserin! Que felicidade, minha prima! Sei que passará algumas dificuldades, mas é como Charles sempre fala, o fato de governar compensa tudo. Oh, e respondendo a sua pergunta, aqui tudo correu bem sim. Tivemos nossas tradições de Natal e convenhamos: é um pouco difícil ser a única filha mulher deste Palácio. Quer dizer, há Anna também, mas depois que ela se casou ficou totalmente reclusa de nós.
Lola, estou rezando para que você tenha muita calma durante seu Império. Sei que você é muito temperamental e às vezes, leva as coisas para o lado pessoal. E não revire estes olhos, porque nós duas sabemos que eu estou certa, como sempre.
E quanto à sua última pergunta, não sei lhe responder. Meus pais não me disseram nada sobre isso e agora estou temerosa a essa sua questão.
Espero que fique bem.
Que os céus a abençoe e irão,
Alice D. V. Windsor.
Luísa entregou a carta para Barbara, que guardou em uma caixa pequena, onde ficavam todas as cartas da kaiserin.
A garota tentava relaxar durante o tradicional banho da kaiserin. Muitas criadas foram chamadas para banharem e fazerem diversas massagens. O banho era como a tradição mandava; com rosas, que trariam amores para a kaiserin, sementes de romãs para trazerem grandes fortunas ao Império, ramos de ervas cidreira para trazerem paz e tranquilidade e o mais importante, urtigas, salsaparrilha e maçãs, para trazerem fertilidade.
Enquanto uma das criadas molhava o cabelo de Luísa, fazendo massagens no mesmo, Barbara e Manuela escolhiam um dos vestidos da moça enquanto ela ainda era arquiduquesa e outro de agora, que ela é kaiserin.
Manuela trouxe um vestido branco com amarelo, e algumas flores em seu busto, que era de quando ela era arquiduquesa. E Barbara trouxe um outro, tentando não sentir dores nos braços, mas era impossível.
O segundo vestido de Luísa, era de uma tonalidade cor de ouro. Fora feito junto com um ourives para colocar pedras de diamante em sua bainha. E no busto, tinha detalhes de outras pedras preciosas negras, que contrastavam com a cor do vestido.
Era muita coisa.
Luísa levantou da banheira e foi enrolada pela toalha que a criada segurava. Com os cabelos sendo secos por outra, ela começou a caminhar para dentro do quarto.
Primeiro, foi escolhido um vestido de linho branco, que os outros escolhidos seriam colocados por cima, afinal, ela não iria se despir completamente na frente de todos.
Depois, foi colocado o primeiro vestido. Anéis, brincos, colares, pó de arroz e extrato de morango também fizeram parte da lista.
E por último, o Manto Real. O manto vermelho e branco austríaco, foi preso ao pescoço de Luísa.
Como a tradição mandava, elas andariam por todo o Palácio, em todos os lugares, para todos os empregados se curvarem diante dela. As criadas escolhidas se ajoelharam perante a kaiserin e depois que se levantaram, ajudaram as damas de companhia a carregarem o pesado manto.
※
- Barbara, eu não sei se vou conseguir andar com este vestido! Precisava mandar fazer um tão pesado assim? — Luísa brigou com a dama, enquanto arrastava o vestido em direção a Capela do Palácio.
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Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]
Historical FictionUma jovem governante. Uma família desfigurada. Um chanceler, um guarda e uma prima distante, mas não tão distante. E uma garota que assumiu responsabilidades mais pesadas que suas costas poderiam carregar. Luísa era uma garota totalmente despreocupa...