Décimo Quarto.

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Seis meses depois.

- Este! Pelo amor de gott, Manuela, nós temos que levar este vestido! — Luísa replicou mais uma vez.

- Luísa, por favor. Lembre-se que em Schönbrunn, você terá o triplo de todos os vestidos daqui. Estes nós deixaremos aqui. — respondeu convicta e a arquiduquesa bufou.

- Tudo bem, então. Acho que irei me aprontar logo. — saiu, levemente irritadiça e Manuela sorriu.

Seis meses se passaram. Luísa aprendera bastante coisa durante todos estes 180 dias. Coisas básicas, coisas complexas, mas que eram essenciais para um bom Império.  Todos que acompanhavam a arquiduquesa de perto, percebiam que ela estava se esforçando. "Mas isso não necessita de esforço. Está no sangue dela!" Charlotte uma vez, exclamou. E o que Manuela mais se orgulhava de Luísa era de como toda a ansiedade pelo poder ainda não havia subido à sua cabeça. "Seria terrível," Pensou consigo mesma.

Rainer percebia que sua filha mais velha estava apta para assumir o trono, e lá no fundo sentia-se muito orgulhoso. Mas é claro que não assumiria isso. O kaiser da Áustria ainda continuava com a trágica decisão de não aceitar Luísa como kaiserin. Pelo menos, ele estaria em Hofburg, enquanto ela, estaria em Schönbrunn.

Sophie e Natália ficaram muito próximas durante estes seis meses, ao contrário de Sylvia, que se aproximou de Luísa e das gêmeas. E ela ajudava muito a irmã, quanto à Luísa lamentava muito a desaproximação com suas outras duas irmãs, mas nada podia fazer quanto à isso. Toda vez que se aproximava delas, elas se afastavam, então resolveu deixar como estava. Nada do que fizesse surtiria efeito mesmo.

Anton realmente estava enganado quando pensou que não se daria certo com Luísa. O tempo no Palácio fez com que eles se tornassem muito amigos, quase irmãos. E também se sentia orgulhoso de Luísa e de si mesmo, por conseguir ensinar tão bem a garota a se defender.

E também havia o chanceler. Joachim estava com sensação de missão cumprida. Ensinara a Luísa tudo o que uma kaiserin devia saber e ficou feliz com o resultado. A arquiduquesa era inteligente e tinha um lado bastante estrategista também.

E por fim, a mais interessada em tudo isso. Luísa estava leve. Leve e plena. Pronta para assumir o trono. Estava nervosa, sim, mas não mais com medo. Ela sabia que havia obstáculos, mas tinha certeza que os conseguiria avançá-los. Para falar a verdade, ela estava muito ansiosa para a coroação que daqui a 10 dias, dois dias depois do aniversário de seu papa e quando ele enfim, faria 50 anos.

- Passaremos quatro dias viajando, sim? — perguntou Luísa para Barbara que assentiu levemente.

- Daqui a dez dias será sua coroação. Não está com medo ou ansiosa ou nervosa? — perguntou, ligeiramente preocupada com o bem estar da amiga.

- Com medo, não. Não mais. Mas, nervosa e ansiosa, eu estou por demais! Serei kaiserin de toda a Áustria, Babi! Governarei uma das maiores potências do mundo e isso de certa forma, me deixa ansiosa. — explicou, enquanto Barbara esfregava seus braços.

- Eu espero que seu Império seja um dos melhores da Áustria. — afirmou e Luísa assentiu.

- Eu também, Babi, eu também. — suspirou e brincou um pouco com a água morna.

Enquanto Luísa banhava, Sophie conversava com Natália.

- Eu não irei para Schönbrunn; eu odeio aquele Palácio, Natália, mama não poderá me obrigar! — exclamou, tomando seu típico chá.

- Tens razão, minha irmã. Não podemos ser obrigadas a irmos para Schönbrunn, somente por Luísa ir morar lá. — comeu um brioche.

Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora