Vigésimo Quarto.

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         - Acho que seria mais aprazível trocar estas taças pelas de ouro mesmo. — disse a rainha-mãe depois de muita indecisão.

- Que ótimo, mãe. Já estava me dando nos nervos essa escolha interminável. — Adrian revirava os olhos enquanto falava.

Na França, mais especificamente no Palácio Real; Adrian, Émile e Elisa, a rainha-mãe, estavam cuidando pessoalmente dos preparativos do aniversário de Bruno. Marie estava com a avó.

- Agora só falta escolher os nossos vestidos, mamãe! — a princesa sorriu abertamente.

- Posso ir embora? — Adrian indagou impaciente e Elisa apenas acenou a cabeça.

- Estou um pouco ansiosa para a chegada da kaiserin da Áustria. Espero que retomemos os nossos laços com eles. Não entendo porque Olivier acabou nossos laços com eles.

- Também estou ansiosa, mamãe. Espero conversar com outros pessoas que não sejam as que estamos acostumadas. — sorriram e caminharam para o quarto da moça escolher um vestido.

Do outro lado do Palácio, Bruno não conseguia se concentrar nos papéis a sua frente. E não era por conta que aconteceria a noite. Todos os convidados haviam chegado, mas faltava ela. Faltava a kaiserin da Áustria. Vozes reverberavam em sua mente tentando trazê-lo de volta a realidade, mas era inevitável. Ele pensava nela a cada segundo que passava e tentava imaginar como Luísa era. Seria loira ou morena? Alta ou baixa? Gorda ou magra? Feia ou bonita? O rei passou as mãos nos cabelos, desistiu de analisar os documentos e foi para o hall do Palácio.

Luísa queria bater sua cabeça repetidas vezes na janela da carruagem. Barbara e Manuela não paravam de falar sobre o baile que aconteceria. Seria bem mais certo dizer que elas estavam mais ansiosas do que a própria ruiva. A moça, para falar a verdade, só estava indo para aquela festa, pois havia prometido para o primeiro-ministro e não poderia recusar. Entretanto, a cabeça dela ainda estava na Áustria, com a abertura dos mercados e a procura de minas. Ela esperava, sinceramente, que tudo desse certo com o chanceler lá.

- Não é, Luísa? — Manuela indagou e ela apenas assentiu sem saber do que se tratava.

Passou pouco tempo e a carruagem parou. Barbara olhou e percebeu que estavam na frente dos portões do Palácio. Os guardas de Luísa se identificaram e pediram autorização. Quando esta foi dada, a carruagem tornou a andar, as damas de companhia sorriram animadamente e a garota sorriu amarelo.

O mordomo avisou a Família Real que Luísa e suas irmãs estavam chegando. Bruno, ansiosamente se colocou atrás da porta, antes mesmo de sua mãe e irmãos chegarem.

A França estava espetacularmente fria e Barbara e Manuela escolheram um péssimo vestido para a ocasião. Ele contava com muitas rendas na parte da frente, enquanto na parte de trás, era fechado por pérolas e tinhauma vistosa pelerine* que descia de seus ombros.

A carruagem parou novamente, mas dessa vez na frente do Palácio. As damas de companhia trataram de fazer os últimos retoques necessários. Manuela ajeitou a pelerine para que ele caísse perfeitamente quando Luísa saísse. Já Barbara ajeitou sua coroa, que aliás, havia mudado desde que ela tinha virado kaiserin. Ela usava sua coroa que era destinada a visitas e suas irmãs também tinham parecidas. O cocheiro abriu a porta e a ruiva saiu com uma sublimidade inigualável. Como calculado a pelerine caiu em tom majestoso. Olhou para trás e viu suas irmãs enfileiradas atrás dela, a uma curta distância. Sorriu um pouco discreta e voltou sua atenção para as escadas. Os guardas, então, abriram as pesadas portas de ouro e revelaram um rapaz de olhos azuis que parecia perfurá-la com seu olhar. Luísa sentiu um arrepio na nuca, mas achou que fosse devido ao frio. O rei entreabriu a boca diversas vezes, mas nenhum som saiu. A mulher ao seu lado resolveu intervir.

Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora