Segundo.

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          O café da manhã era a refeição predileta dos irmãos Habsburgo. Por quê? Simples: era a única em que seus pais participavam. Rainer, como um bom kaiser estava sempre em seu gabinete, ou conversando com seu primeiro-ministro e secretário de Estado; e Charlotte, como uma boa kaiserin que era, estava sempre administrando o palácio, cuidando dele e esses afins.

Rainer fora o primeiro a chegar e sentou-se no primeiro lugar, a ponta da mesa; seguido por Vagner, que o cumprimentou outra vez e sentou-se em seu lado esquerdo. Natália, bordando outro crochê, que contraía toda sua atenção, também chegou; beijou Vagner e seu pai, sentando-se do lado da cadeira da mãe. Sophie e Sylvia, chegaram conversando animadamente sobre algum baile que aconteceria. Cada uma beijou o rosto do pai e do irmão, e sentaram-se do lado direito de Natália, mas não procuraram conversa, pois estava super concentrada em seu crochê. As gêmeas, Clarissa e Cecília, batiam as palmas em alguma brincadeira e logo pararam, ao ver que já estavam na Sala Imperial de Jantar. Abraçaram Vagner, beijaram Sylvia, Sophie e Natália e pediram a bênção ao pai, sentando-se nas duas últimas cadeiras, ao lado de Vagner, deixando somente a de Luísa vaga. Por último, a kaiserin, vinha sorrindo. Beijou todos os seus filhos e o marido também, apesar da briga de mais cedo. Sentou-se e estranhou a falta de sua filha mais velha, que havia puxado sua pontualidade britânica.

- Onde está Luísa? — perguntou, de frente à cadeira da arquiduquesa.

Logo, chegou Barbara, a dama de companhia de Luísa, e pediu licença a família imperial, fazendo uma reverência.

- Bom dia, Vossas Majestades e Altezas Imperiais. Vim avisar que Luísa não virá tomar café com vocês, pois está se sentindo levemente indisposta. — a dama explicou e todos ficaram confusos. Luísa nunca sentia nenhuma vertigem, quanto mais indisposição.

- O que aconteceu, Barbara? — Clarissa, uma das gêmeas, questionou.

Barbara ficou sem saber o que dizer. Que desculpa daria agora? Não poderia dizer a verdade.

- Ela... Ela saiu para cavalgar muito cedo e por isso, sentiu leves enjoos. — mentiu e Charlotte balançou a cabeça em negação.

Gottsmutter! É por isso que não me aventurou desta forma. — Sophie exclamou.

- Certo, pode ir, Barbara, muito obrigada por avisar. — Rainer agradeceu e dispensou a moça.

- Sinto que isto não é verdade. — Cecília cochichou para Vagner e Clarissa, que concordaram.

- Sim. Luísa sempre cavalgou e nunca sentiu nada! — Vagner sussurrou.

- Podemos ir, no término do café-da-manhã para lá, tirar algumas conclusões. — Clarissa idealizou. 

- Não sei, Lia. Talvez Lis não queira ser incomodada... — Vagner vagou.

- Ah, Vagner, por favor, por favor! — as duas pediram em uníssono, fazendo uma carinha fofa que somente elas poderiam fazer.

- Está bem, está bem. Mas não podemos dizer a ninguém. — afirmou e elas assentiram.

- Podemos fazer nossa oração matinal? — Charlotte perguntou, olhando para os três que conversavam e logo endireitaram a postura. — Quem se habilita?

- Eu, mama. — Sylvia se pronunciou e todos assentiram. — Deus Todo Poderoso, perdoe os nossos pecados e nos induza a sempre fazer o bem. Nos ajude a perdoar mais e ser perdoados. E Nossa Senhora, mãe de todos nós, rogai por nós que recorremos a vós. Amém. — Sylvia termina sua oração, com todos dizendo amém, e começando a comer.

Luísa estava há quase 2 horas chorando, e se perguntava como ainda tinha lágrimas para colocar para fora. Barbara tentava acalmá-la, com leituras, conversas bobas... Até que dava certo. Por 5 minutos. Logo depois ela se lembrava de Franz e voltava a chorar. Barbara já não sabia mais o que fazer, então resolveu somente deixar a amiga desabar suas lágrimas em seu colo, enquanto ela fazia algum carinho em sua cabeça. Até que escutaram batidas na porta.

Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora