Luísa sentia alguém acariciando seus cabelos. Abriu os olhos e viu Natália. Ela estava com a cabeça no colo da irmã, mas reconheceu a Enfermaria Real e se levantou rapidamente, assustando a loira. Lembrou-se de tudo o que viu e deixou seus lábios tremerem. Sua irmã percebeu que ela era incapaz de falar algo e a abraçou forte. Logo, sentiu lágrimas quentes caírem em seus ombros e os dentes da ruiva perfurarem os mesmos. A arquiduquesa chorava em silêncio no começo, mas depois começou a gritar. Natália afagava seus cabelos também deixando lágrimas caírem, entretanto, diferente de sua irmã, ela estava mais calma.
As pernas de Luísa fraquejaram e ela caiu escorada na parede, junto com Natália que não havia lhe largado. Os pés da ruiva estavam perto de seu rosto, e a outra havia trazido sua cabeça para seu ombro.
- Não, não, não, não, não, não, não... — a mais velha sussurrava para si mesma enquanto soluçava de tanto chorar. Ela havia parado de gritar fazia pouquíssimo tempo, e estava rouca.
Em um momento desses de variação de ideias, quando não pensamos em nada, Luísa levantou-se e foi para a sala de necrotério, onde todos os corpos da família Habsburgo passaram por lá, antes de serem velados. Natália ainda tentou segurá-la, mas foi tarde. Anton, estava até então do lado de fora, a mando de Natália, que não o queria do lado de dentro. Apesar de ficar um pouco chateado, cedeu, pois ele era subordinado a ela. Entretanto, ele gostaria de estar consolando Luísa e se sentiu péssimo quando escutou os gritos dela.
Quando a moça ruiva passou, o guarda atentou-se ao seu vulto e começou a segui-la.
- Luísa? O que houve? Aonde está indo? LUÍSA! — começou perguntando baixo, mas ela não respondia, apenas caminhava ainda mais rápido e quando ele gritou o seu nome, ela começou a correr.
O cheiro de cadáver sobrevoava o local, e o rapaz teve que colocar sua camisa sobre o nariz, porém, Luísa parecia anestesiada àquilo tudo. Parecia não escutar os chamados do rapaz para que ela não fosse até o corpo coberto do irmão; parecia muda ao não proferir nada e caminhava lentamente. Anton duvidou do que ela poderia fazer, mas quando ela se abaixou e abraçou o cadáver ensanguentado, absurdamente chorosa, além de sussurrar coisas sem sentido, ele se viu obrigado a fazer algo. Provavelmente, ela pegaria alguma infecção ou doença. Então, ele aproximou-se e ficou de cócoras, como ela estava e murmurou:
- Vamos, Luísa. Venha. — pegou suavemente em seu braço, e ela o retirou.
- Não. Deixe-me aqui. Vá embora.
- Só irei se você for; venha.
- Não vou, já lhe disse para me deixar aqui.
- E eu não vou sem você.
- VOCÊ É SURDO? VÁ EMBORA! — berrou o quanto pôde, mas Anton nem se incomodou. E se ela não saía por bem, sairia por mal.
O Guarda, então, puxou a moça pela cintura.
- ME SOLTA! ME LARGA! ME PÕE NO CHÃO! ISSO É UMA ORDEM! SOCORRO! SOCORRO! — os berros de Luísa eram presentes, e era uma prova clara de que ela estava fora de si, pois ela odiava gritar.
Ela chutava o vento, tentando se soltar do rapaz, mas não conseguia. Anton jogou-a sobre seus ombros, porque assim ele teria um maior controle. Mesmo com os berros e soluços, ele caminhou até os jardins.
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Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]
Tarihi KurguUma jovem governante. Uma família desfigurada. Um chanceler, um guarda e uma prima distante, mas não tão distante. E uma garota que assumiu responsabilidades mais pesadas que suas costas poderiam carregar. Luísa era uma garota totalmente despreocupa...