Terceiro.

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          Charlotte era uma ótima kaiserin, disso ela tinha certeza. Mas não conseguia saber se era também uma boa mãe. Somente três de suas filhas seguiam os modos que ela havia passado e culpava-se diariamente por não insistir com as gêmeas e com Luísa. Ela sabia que era errado. Qualquer coisa que pudesse acontecer com Vagner, sua filha mais velha seria sua substituta, de acordo com a Linhagem Real. Mas o que ela poderia fazer se a filha não se agradava com aquilo? O que a acalmava era que ela sabia o básico, o que uma arquiduquesa austríaca e provável substituta de seu irmão devia saber. Mas nada aconteceria com Vagner, com a proteção de Nossa Senhora. Terminou de conversar com Angelica, a governanta e saiu para a Ala dos Empregados. Alguns se assustaram quando viram a kaiserin ali, e uma das cozinheiras perguntou:

- Posso ajudá-la, Vossa Majestade Imperial? — questionou.

- Alguns de meus filhos passaram por aqui? — tentou observar por entre as janelas.

- Oh, sim. O arquiduque e as arquiduquesas Luísa, Cecília e Clarissa passaram por nós, portando instrumentos de arco e flecha. — Charlotte suspirou e agradeceu a cozinheira.

Abriu as portas sentindo a manhã gelada que fazia na capital austríaca e apertou o casaco. Sentou-se em uma braçadeira que havia ali perto e observou seus filhos comportando-se como verdadeiros bárbaros. Esperou até eles terminarem.

Cecília e Luísa vinham conversando animadamente, enquanto Vagner portava sua posição formal e Clarissa apenas sorria dele. Até que uma das gêmeas a viu.

Mama? — pararam de caminhar e se assustaram.

- Outra vez praticando isto, não é, mocinhas? — levantou-se, ajeitando seu elegante vestido vermelho.

- Mama... — Luísa tentou falar.

- Não estava indisposta, Luísa? Estranhei bastante quando Barbara disse aquilo. — a kaiserin se aproximou da primogênita.

- Sim, mas já passou. — ajeitou seus cabelos ruivos.

- Não foi uma indisposição, não é minha filha? O que aconteceu? — passou a mão pela sua bochecha.

- Uma amiga morreu. — a ruiva olhou para os irmãos.

- Oh, my dear! — abraçou a filha. E sussurrou um "sinto muito" em seu ouvido.

- Estou bem, mama. — Luísa tentou despreocupá-la.

- Já sei o que podemos fazer. Irei mandar preparar a Sala de Chá. Podemos ir para lá. — Charlotte sorriu. 

- Não posso ir. Aposto que papa deve estar furioso por não ter me encontrado em seu gabinete. — Vagner beijou as gêmeas na cabeça, a mais velha na bochecha e a mãe na mão. 

As três irmãs se entreolharam.

- Está bem, mama. Pode ser. — Clarissa concordou e a mãe ficou feliz. Pelo menos em algo se portavam como arquiduquesas. Entraram na Ala dos Empregados e Charlotte lembrou-se.

- Você precisa de outro guarda pessoal, não é Lis? — questionou a mãe e a filha parou de respirar por instantes, se lembrando de Franz. Ele já devia estar longe do palácio.

- Sim, mama. Soube por Barbara que Franz se demitiu. — vagou e a mãe assentiu.

- Hoje pedirei a Angelica para procurar alguns. Ela terá até amanhã. — a kaiserin concluiu e Luísa arregalou os olhos. 

Mama! Como ela achará alguém qualificado para assumir este posto? — cruzou os braços. As gêmeas iam na frente.

- Angelica é nossa governanta, Luísa. E não foi à toa que conseguiu esse posto. Angelica! — chamou a governanta que dava algumas recomendações a outros empregados. 

Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora