Décimo Segundo.

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- Então, quer dizer que Sophie não se conforma de nós termos vindo para cá? - Luísa tornou a beber o café, olhando diretamente para Sylvia.

- Sim. E eu peço perdão por ter ficado contra você todo esse tempo, enquanto você nunca teve culpa, minha irmã. - sorriu, acompanhada de Luísa.

- Eu fiquei muito sentida sim, afinal, vocês são minhas irmãs. Mas o importante, é que você se arrependeu. Pelo menos, você. - tomou o café, que antes estava queimando e agora, estava frio.

- Eu sinto falta de Vagner. - Sylvia soltou, de repente.

Luísa colocou a xícara branca com azul em cima da mesa de centro, e suspirou. Algumas lágrimas caíram, mas ela as limpou rapidamente, não dando tempo de Sylvia nem vê-las. Charlotte lhe passaria um sermão se a visse chorando, porque, segundo ela, uma kaiserin congela seus sentimentos.

- Eu também. Todo dia. - pegou em sua mão - Eu sinto falta de conversar com ele, e quando ele estava aqui, nossa família era tão unida!

- Isso mesmo! E mesmo ocupado com todos os afazeres, ele ainda arranjava tempo para nós conversarmos e se preocupava conosco! - exclamou, chorando.

- Parece que todas nós sentimos falta dele, não é? Só algumas que apresentam mais e outras menos. - sorriu.

- Sim, mas você está bem? Tudo isso caindo em cima de você e ninguém te perguntou nada...

- Está tudo bem. - assegurou, mesmo não tendo toda a convicção que exalava - Está tudo bem.

- Tem certeza?

Quando Luísa abriu a boca para responder, as duas escutaram batidas na porta, logo sendo aberta.

- Altezas. - Anton reverenciou as duas e fez um sinal para Luísa como se quisesse conversar a sós.

- Depois conversamos melhor, pode ser Sylvia? - questionou e a irmã assentiu.

Luísa se despediu de Sylvia com um sorriso, mesmo querendo abraçá-la, mas sabendo que a irmã não gostava de abraços.

Saiu da Sala de Chá onde estavam e esperou se distanciarem mais um pouco dos outros guardas para questionar Anton.

- O que houve? - perguntou, preocupada.

- Não vai me dizer que você esqueceu. - pôde-se ouvir um suspiro vindo do Guarda Pessoal da arquiduquesa.

- Acho que sim... - divagou.

- Saberemos quando chegarmos lá. - respondeu e Luísa assentiu.

Desceram as escadas e caminharam até onde eram suas aulas. Rapidamente, Luísa viu um embrulho em cima da mesa onde sentavam-se e caminhou mais veloz.

Anton percebeu e tomou a frente da arquiduquesa, tomando o embrulho.

- Lembra que eu disse na nossa última aula que você ia ter uma espada só sua? - Luísa arregalou os olhos e abriu a boca, em um perfeito "O".

- É isso aí? - apontou.

Anton assentiu e entregou para Luísa, que se sentou na cadeira, colocando o embrulho de seda em seu colo. Desenlaçou e jogou em qualquer lugar, o barbante que viera, abrindo e revelando uma grande espada. Toda sua lâmina reluzia e seu punho era do ouro mais puro que havia em toda a Áustria, além de ter várias pedras preciosas cravejadas.

- Mein gott, nunca tinha visto uma espada tão linda! - tocou a lâmina e se cortou suavemente - E amolada.

- E tem essa adaga também. Pegue. - entregou a adaga e um lenço branco.

Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora