12 de abril de 1673
- Estão atrasados, não é? A expectativa era que chegassem antes de ontem, pela tarde.
- Pode ter ocorrido algum imprevisto. Sabemos como são esses mares. E com um carregamento cheio de riquezas...
Luísa estava um pouco desconfiada. Há alguns meses, antes mesmo do baile de Bruno, seus tios, o czar e o rei da Inglaterra, avisaram que já estavam mandando os valores das dívidas, através de grandes navios. Porém, pelos seus cálculos, estas embarcações já deviam ter chegado.
- Os capitães mandaram cartas nos avisando que estavam perto, não é possível que estejam mentindo. Talvez seja como eu esteja lhe falando; houve um imprevisto.
- Espero que tenha sido isso mesmo. Estou me controlando para não escrever uma carta para eles. - eles caminhavam até a parte de fora do palácio, onde estavam acontecendo os treinamentos.
- Tenha um pouco mais de paciência. Vamos esperar, se demorarem, mandarei uma correspondência.
Eles caminhavam para a parte de fora do palácio, onde os soldados já estavam aprendendo as táticas.
Por hoje, e por todos os dias que houvesse treinamento, pela manhã e tarde, Anton não cuidaria pessoalmente da proteção da kaiserin. Estava acompanhando o treinamento e encarregou outro soldado, na verdade, três, para seu ofício.
É claro que a ruiva gostou muito da ideia de ter três guardas a acompanhando para todos os lugares que fosse, mas o rapaz era muito metódico quanto à segurança da amiga.
Depois do recepção, Luísa não falou e não viu mais Henry. Às vezes, ela pensava que deveria dar mais atenção ao infante, entretanto, ela estava cheia de afazeres, e pretendia conversar um pouco com ele em sua tarde de descanso. Aliás, ele deveria entender que ela era uma mulher ocupada, uma kaiserin, não mais uma arquiduquesa.
Ao sair do palácio e ver aquela quantidade absurda de soldados, treinando com eficiência e dispostos a aprender, percebeu que havia feito uma ótima escolha em relação a aliança e ao pedido para Anton tornar-se o Grande Mestre.
É claro que Breton era um exímio general e conseguiu conquistar a simpatia dos austríacos pertencentes ao exército, porém nada disso seria real sem a influência de Anton. Assim, como a maioria dos soldados, ele era jovem e conseguia se dar muito bem por conta disso; uma grande porcentagem era sua amiga. Sem contar que, todos tinham uma profunda admiração e respeito por seu falecido pai.
Havia uma tenda armada próxima ao grande campo onde estava os novos amigos. Anton e Marsílio olhavam para um extenso papel que estava escrito alguns armamentos que Luísa precisaria mandar comprar e conversavam a respeito daquilo. Ao vê-la, os homens brilharam o olhar.
- Majestade, - a reverenciou - Vossa Graça. Estava conversando com o Grande Mestre sobre a lista de armamentos enquanto a senhora não chegava.
- Oh, já a fez, General? - surpreendeu-se. - Imaginava que ficaria pronta somente daqui a dois dias.
- Oh, não, Majestade; eu tenho a maioria dos nomes em minha cabeça e Vossa Graça - dessa vez, referia-se a Anton - ajudou-me bastante.
- Fico feliz que estejam se dando bem, acredito que a cumplicidade nos auxilia deveras.
O francês concordou.
- Gostariam de ver agora? - o jovem se pronunciou, falando com a kaiserin e com o chanceler.
- Claro. - Luísa respondeu pelos dois.
Aquela lista era muito mais do que a ruiva havia imaginado. Culpou a inexperiência por isso, afinal, nunca tinha tido contato com tal coisa.
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Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]
Ficção HistóricaUma jovem governante. Uma família desfigurada. Um chanceler, um guarda e uma prima distante, mas não tão distante. E uma garota que assumiu responsabilidades mais pesadas que suas costas poderiam carregar. Luísa era uma garota totalmente despreocupa...