Vigésimo Nono.

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11 de abril de 1673

- Veja, querida, que anel mais formoso!

- Oh, é verdade, meu esposo, ele é tão lindo... - a mulher suspirou.

- Que pedra preciosa é esta, amigo? - o homem perguntou ao ourives.

- Se chama turquesa. É uma joia semi-preciosa que descobrimos. - o senhor respondeu enquanto organizava alguns colares.

- Irei levar. - o marido disse e sua mulher lhe abraçou, agradecendo.

O homem assentiu e pegou o anel o embalando.

Não fazia muitos dias que Luísa havia autorizado o comércio de rua e exploração de minas, mas já podia se notar uma grande diferença, pois a roda da economia começou a girar.

E, enquanto maior parte da população austríaca estava contente, sua kaiserin não contava com a mesma alegria.

- Não posso e não consigo acreditar que terei que fazer o desjejum com Henry! Que ótima forma de começar o dia! — disse ao balançar a mão na água da banheira.

- Oh, gott, quanto drama. — respondeu Barbara ao esfregar seu braço. — Está agindo como se fosse tomar café com um viking.

Luísa a olhou com raiva, mas antes que ela pudesse falar algo, Manuela gritou:

- Você já sabe qual roupa vai recebê-lo?!

- Qualquer uma!

- Como assim qualquer uma? — Barbara interveio. — Você irá receber o príncipe da Bélgica.

- Barbara, será que estamos falando da mesma pessoa? O príncipe da Bélgica é Henry. — tratou de esclarecer.

- Sim, estamos falando da mesma pessoa, sim. Nós duas sabemos que se você pudesse o receberia só com farrapos. — e realmente era verdade, mas ela resolveu relevar esta parte.

- E qual o problema disso? É pecado?

- Não, se você fosse uma camponesa. Porém, você não é. — a ruiva a olhou de soslaio.

E elas continuariam discutindo, se Manuela não tivesse entrado com um vestido verde em mãos.

- Acho que tenho a solução. Nem muito simples, nem muito requintado.

Foi uma coincidência absurda Luísa já ter terminado de se ensaboar, se não ela teria se vestido ainda com o sabão no corpo.

- Por Deus!, que vestido lindo. — ela se levantou e a loira a enrolou na toalha.

- Que mania esdrúxula de não esperar eu lhe dar a toalha. — revirou os olhos, e ajudou a ruiva a sair da banheira.

- Por que desistiu de seu atelier? Você é uma verdadeira artista! — o pegou para sentir a textura.

- Porque os lucros estavam diminuindo e os prejuízos aumentando. — suspirou como se se lembrasse.

Manuela tinha um atelier de moda, e ela o adorava. Fazia sucesso nos arredores, no entanto, depois da guerra, as pessoas não podiam se dar ao luxo de mandarem fazer roupas novas, quando mal tinham dinheiro para comer. Gerard, seu marido, a ajudava enquanto era vivo, mas sua morte apenas lhe deu mais forças para fechar seu negócio.

- Eu amei! De verdade, é lindo. — a abraçou. — Obrigada.

Ela assentiu e ajudou Majestade a se vestir. Depois, Luísa pediu que Barbara fizesse uma trança. Em alguns minutos, ela estava pronta.

Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora