- Então, os franceses querem fazer uma aliança conosco? — questionou Luísa, sentada na cadeira de frente ao chanceler e ao Grande Mestre. — Ótimo! Mas de que forma é essa aliança?
Uma criada entrou no escritório com os cafés antes pedidos, e entregou aos três. Ficou estática depois disso, recebendo atenção dos presentes na sala.
- Pode sair, Astrid. — Luísa fez um gesto singelo para que ela saísse, e esperou-a fechar a porta.
- Certamente, o mais propício a se fazer é um matrimônio. — Joachim cruzou os braços e a moça negou com a cabeça.
- Não quero me casar agora, e acho que minhas irmãs também não. Não sei Natália e Sophie. Mas, um casamento não é muito proveitoso. — tamborilou os dedos — Quais os pontos fortes deles?
- Eles usufruem da agricultura e da pecuária, além de ter um exército fortalecido. — enfatizou.
- Exército? — a garota deu sorriso de lado, satisfeita.
- Sim, o Exército da França é o melhor de todo o mundo. — enfatizou.
- Vossa Graça, o que você viu durante essa semana que passou com nossos soldados? — virou o rosto para Anton.
- Eles necessitam de muito aprendizado, Majestade. Muito mesmo. Eles sabem de muita pouca coisa. — afirmou.
- E qual o ponto fraco dos franceses, chanceler?
- Eles estão passando por uma crise; falta muito minério. Mas, por que?
- Estou unindo o útil ao agradável. Nós precisamos fortalecer o nosso exército; a França tem o melhor exército do mundo. A França precisa de minérios e nós somos o país que mais tem minério no mundo. Por isso, essa é a minha proposta para aliança. O que acham?
Anton e Joachim se olharam por minutos, transformando o escritório em um silêncio total.
- Mein Gott, falem, estão me deixando nervosa com este silêncio. — pediu.
- A ideia é excelente. — disseram em uníssono.
- Só temos que ter cuidado com uma coisa. Os franceses são conhecidos por pedirem demais. Se damos a mão, eles querem o braço. — o chanceler falou e Luísa assentiu.
- E há outra coisa também. Não é mentira que os austríacos não gostam muito dos franceses. Será que o povo concordará com esta ideia? — Anton questionou.
- Eu espero que sim. Todos nós não gostamos dos franceses, mas estou fazendo isso porque é necessário. Afinal, o melhor exército do mundo é deles. — passou a mão nos cabelos, em um gesto preocupado.
- Então se é assim, posso mandar uma carta pedindo para o rei mandar seu primeiro ministro? — Joachim olhou para Luísa.
- Com toda certeza. E chame-o para se hospedar aqui também. — disse e o homem assentiu.
※
- Sabe que precisa dar esta notícia para eles o mais rápido possível, não é? — o Grande Mestre questionou.
- Sei, vou aproveitar agora, que estou indo me apresentar para eles. Quanto mais rápido, melhor. — colocou as mãos nos bolsos do sobretudo.
- Tem certeza? Eles vão te conhecer hoje, Luísa e logo vão receber esta notícia... Impactante.
- É melhor que eles saibam por mim, do que por outra pessoa. — um vento gélido percorreu seu rosto, e ela segurou o chapéu que usava.
Caminharam, até que chegaram do lado de fora do Palácio, onde ficavam os cavalos e os soldados. Luísa começou a caminhar e logo o salto de sua bota afundar na areia.
- Acho que foi uma péssima ideia colocar uma bota. — retirou o pé com forca, mas acabou afundando mais — Isso é areia movediça?
Anton sorriu e estendeu a mão para ela, assim conseguindo andar.
- São poucos passos. Seu cavalo já está ali. — apontou. Caminharam um pouco mais, e chegaram.
Luísa rapidamente montou no cavalo e esperou o rapaz montar no seu. Assim que foi feito, cavalgarem até onde estavam os soldados.
Os soldados, devidamente enfileirados, esperaram pacientemente a chegada da kaiserin e adotaram a típica posição rígida, quando Luísa chegou em seu cavalo.
- Sentido! — Anton gritou — Descansar. Bom, soldados, presumo que os senhores já conheçam a nossa nova governante, que hoje veio nos fazer fazer uma visita e dar um recado.
- Obrigada, Grande Mestre. Eu sou a kaiserin Maria Luísa, e acho que muitos de vocês já me conhecem. Eu espero que durante o meu Império, nós tenhamos bastante sucesso, e eu não planejo participar de nenhuma guerra, mas se for o caso, espero que saiamos vitoriosos.
- Agradecemos, Majestade. E quanto ao recado? — um dos soldados perguntou, e Luísa suspirou.
- Sei que muitos de vocês não têm muita experiência no Exército, e para evitar a tragédia que foi a Guerra dos 7 anos, tive que me aliar com um país. — engoliu em seco, temendo o que estava por vir.
- E podemos saber qual é este país? — outro perguntara.
- O outro país é... — suspirou novamente — A França.
Um burburinho soou no recinto, e Anton se aproximou um pouco de Luísa, tentando protegê-la de qualquer coisa que viesse acontecer.
- Perdão, Majestade, mas a França? — questionou um soldado, com um brilho de raiva nos olhos. — Não havia outro país melhor?
A razão dos austríacos não gostarem dos franceses, é que eles ajudaram — financeiramente, é claro — a Dinamarca, adversária da Áustria, na Guerra dos 7 anos. E tudo pela conquista do território da Alsácia-Lorena, uma região rica em minérios e que pertencia a Áustria por anos.
E, apesar de não mostrar, Luísa odiava aquela situação. Odiava pedir ajuda, quanto mais, do amigo de seus inimigos! Mas, ninguém poderia negar que a França tinha o melhor exército do mundo, e era eles quem queriam se aliar.
- Eu sei que todos estão enfezados quanto à minha decisão. E, eu juro, por este Gott que nos abençoa todos os dias, que eu faria de tudo para não me aliar a eles! Mas, é preciso. Não é apenas o meu bem estar, e sim, o de vocês, que vêm em primeiro lugar. — enfatizou.
- E a senhora tem certeza que eles virão com boas intenções? — um soldado perguntou. Luísa olhou para Anton e retornou o olhar para todos.
- Tenho. — mentiu. Mas falou de uma forma tão verdadeira, que por um momento até ela mesma acreditou.
※
Oi gente! Mais um capítulo saindo do forninho! Tá bem pequenino, só não queria deixar vcs sem.
Espero que tenham gostado! Votem e comentem para eu saber o que estão achando!
Bjs e até a próxima! ❤
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Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]
Narrativa StoricaUma jovem governante. Uma família desfigurada. Um chanceler, um guarda e uma prima distante, mas não tão distante. E uma garota que assumiu responsabilidades mais pesadas que suas costas poderiam carregar. Luísa era uma garota totalmente despreocupa...