Décimo Oitavo.

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- Então, os franceses querem fazer uma aliança conosco? — questionou Luísa, sentada na cadeira de frente ao chanceler e ao Grande Mestre. — Ótimo! Mas de que forma é essa aliança?

Uma criada entrou no escritório com os cafés antes pedidos, e entregou aos três. Ficou estática depois disso, recebendo atenção dos presentes na sala.

- Pode sair, Astrid. — Luísa fez um gesto singelo para que ela saísse, e esperou-a fechar a porta.

- Certamente, o mais propício a se fazer é um matrimônio. — Joachim cruzou os braços e a moça negou com a cabeça.

- Não quero me casar agora, e acho que minhas irmãs também não. Não sei Natália e Sophie. Mas, um casamento não é muito proveitoso. — tamborilou os dedos — Quais os pontos fortes deles?

- Eles usufruem da agricultura e da pecuária, além de ter um exército fortalecido. — enfatizou.

- Exército? — a garota deu sorriso de lado, satisfeita.

- Sim, o Exército da França é o melhor de todo o mundo. — enfatizou.

- Vossa Graça, o que você viu durante essa semana que passou com nossos soldados? — virou o rosto para Anton.

- Eles necessitam de muito aprendizado, Majestade. Muito mesmo. Eles sabem de muita pouca coisa. — afirmou.

- E qual o ponto fraco dos franceses, chanceler?

- Eles estão passando por uma crise; falta muito minério. Mas, por que?

- Estou unindo o útil ao agradável. Nós precisamos fortalecer o nosso exército; a França tem o melhor exército do mundo. A França precisa de minérios e nós somos o país que mais tem minério no mundo. Por isso, essa é a minha proposta para aliança. O que acham?

Anton e Joachim se olharam por minutos, transformando o escritório em um silêncio total.

- Mein Gott, falem, estão me deixando nervosa com este silêncio. — pediu.

- A ideia é excelente. — disseram em uníssono.

- Só temos que ter cuidado com uma coisa. Os franceses são conhecidos por pedirem demais. Se damos a mão, eles querem o braço. — o chanceler falou e Luísa assentiu.

- E há outra coisa também. Não é mentira que os austríacos não gostam muito dos franceses. Será que o povo concordará com esta ideia? — Anton questionou.

- Eu espero que sim. Todos nós não gostamos dos franceses, mas estou fazendo isso porque é necessário. Afinal, o melhor exército do mundo é deles. — passou a mão nos cabelos, em um gesto preocupado.

- Então se é assim, posso mandar uma carta pedindo para o rei mandar seu primeiro ministro? — Joachim olhou para Luísa.

- Com toda certeza. E chame-o para se hospedar aqui também. — disse e o homem assentiu.

- Sabe que precisa dar esta notícia para eles o mais rápido possível, não é? — o Grande Mestre questionou.

- Sei, vou aproveitar agora, que estou indo me apresentar para eles. Quanto mais rápido, melhor. — colocou as mãos nos bolsos do sobretudo.

- Tem certeza? Eles vão te conhecer hoje, Luísa e logo vão receber esta notícia... Impactante.

- É melhor que eles saibam por mim, do que por outra pessoa. — um vento gélido percorreu seu rosto, e ela segurou o chapéu que usava.

Caminharam, até que chegaram do lado de fora do Palácio, onde ficavam os cavalos e os soldados. Luísa começou a caminhar e logo o salto de sua bota afundar na areia.

- Acho que foi uma péssima ideia colocar uma bota. — retirou o pé com forca, mas acabou afundando mais — Isso é areia movediça?

Anton sorriu e estendeu a mão para ela, assim conseguindo andar.

- São poucos passos. Seu cavalo já está ali. — apontou. Caminharam um pouco mais, e chegaram.

Luísa rapidamente montou no cavalo e esperou o rapaz montar no seu. Assim que foi feito, cavalgarem até onde estavam os soldados.

Os soldados, devidamente enfileirados, esperaram pacientemente a chegada da kaiserin e adotaram a típica posição rígida, quando Luísa chegou em seu cavalo.

- Sentido! — Anton gritou — Descansar. Bom, soldados, presumo que os senhores já conheçam a nossa nova governante, que hoje veio nos fazer fazer uma visita e dar um recado.

- Obrigada, Grande Mestre. Eu sou a kaiserin Maria Luísa, e acho que muitos de vocês já me conhecem. Eu espero que durante o meu Império, nós tenhamos bastante sucesso, e eu não planejo participar de nenhuma guerra, mas se for o caso, espero que saiamos vitoriosos.

- Agradecemos, Majestade. E quanto ao recado? — um dos soldados perguntou, e Luísa suspirou.

- Sei que muitos de vocês não têm muita experiência no Exército, e para evitar a tragédia que foi a Guerra dos 7 anos, tive que me aliar com um país. — engoliu em seco, temendo o que estava por vir.

- E podemos saber qual é este país? — outro perguntara.

- O outro país é... — suspirou novamente — A França.

Um burburinho soou no recinto, e Anton se aproximou um pouco de Luísa, tentando protegê-la de qualquer coisa que viesse acontecer.

- Perdão, Majestade, mas a França? — questionou um soldado, com um brilho de raiva nos olhos. — Não havia outro país melhor?

A razão dos austríacos não gostarem dos franceses, é que eles ajudaram — financeiramente, é claro — a Dinamarca, adversária da Áustria, na Guerra dos 7 anos. E tudo pela conquista do território da Alsácia-Lorena, uma região rica em minérios e que pertencia a Áustria por anos.

E, apesar de não mostrar, Luísa odiava aquela situação. Odiava pedir ajuda, quanto mais, do amigo de seus inimigos! Mas, ninguém poderia negar que a França tinha o melhor exército do mundo, e era eles quem queriam se aliar.

- Eu sei que todos estão enfezados quanto à minha decisão. E, eu juro, por este Gott que nos abençoa todos os dias, que eu faria de tudo para não me aliar a eles! Mas, é preciso. Não é apenas o meu bem estar, e sim, o de vocês, que vêm em primeiro lugar. — enfatizou.

- E a senhora tem certeza que eles virão com boas intenções? — um soldado perguntou. Luísa olhou para Anton e retornou o olhar para todos.

- Tenho. — mentiu. Mas falou de uma forma tão verdadeira, que por um momento até ela mesma acreditou.

Oi gente! Mais um capítulo saindo do forninho! Tá bem pequenino, só não queria deixar vcs sem.

Espero que tenham gostado! Votem e comentem para eu saber o que estão achando!

Bjs e até a próxima! ❤

Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora