- Majestade! Escute o que estou lhe dizendo, por favor! — tentou o ministro.
- Eu estou lhe escutando, Beaumont, mas ainda não consigo acreditar em tudo o que você fala. Uma mulher governando a Áustria, eu ainda consigo acreditar, mas intimidadora? Ameaçadora? E que atira arco e flecha? São coisas impossíveis! — o rei sorriu.
- Majestade, eu nunca brincaria com um assunto tão sério! Acredite em mim. Se talvez, eu disser o que aconteceu comigo, o senhor acreditará! — falou como se pedisse permissão.
- Conte-me o que aconteceu, então. — o rei pediu, com a mão no queixo.
- Depois de pensar e avaliar a proposta dela, resolvi aceitar. Saí do quarto em que estava hospedado e perguntei sobre ela. Um empregado me falou que ela tinha saído junto com seu Grande Mestre, que na Áustria é o responsável pelo o exército e pela proteção da Majestade, — explicou, quando viu a feição interrogativa de seu superior. — para praticar arco e flecha. Em um primeiro momento, estranhei, e então um guarda me disse aonde ela estava e eu fui. Adentrei a grande relva do Palácio, e bem no final, a encontrei. No entanto, ela pensou que eu fosse alguma ameaça, e acabou atirando em mim, e por pouco não acertou minha cabeça. Crê agora, Majestade? — questionou, como se sua vida dependesse daquela afirmação.
Bruno descruzou os braços, e logo sua expressão séria, foi interrompida por suas risadas. O primeiro ministro suspirou, enfadado.
- Nunca pensei que você fosse tão bom em criar histórias, Beaumont. — disse, quando conseguiu interromper suas risadas. — Onde já se viu, uma mulher atirando?! — e tornou a rir.
- Em seu baile, que será daqui há uma semana, o senhor concordará comigo. — falou o homem, e com a licença de seu superior, saiu de seu gabinete.
- Bruno! — reconheceu a voz de sua irmã mais nova, e pediu que ela entrasse.
- Émile, minha irmã, o que a trouxe aqui? — questionou o rapaz quando sua irmã mais velha enfim se sentou de frente a ele. O rei continuou assinando alguns documentos. Émile, impaciente, retirou os papéis das mãos e fez a atenção do irmão se voltar completamente a ela.
- O que quer, Émile? — questionou Bruno outra vez, irritadiço.
- Bruno, vim aqui saber se você não vai ao meu chá. — o rei revirou os olhos.
- Jura que você veio aqui para isso? — suspirou, e Émile assentiu. — Não sei. Talvez, se eu terminar estes documentos hoje... — sua irmã o cortou.
- Ótimo! Irá ser às 4:30 da tarde! E não se atrase, por favor. — o rapaz crispou os olhos diante da figura feminina.
- O que irá ter neste chá? Digo, para você querer tanto que eu vá. — desconfiado, cruzou os braços.
- Nada demais. — sorriu inocentemente e saiu, sem dar direito a mais questionamentos de seu irmão.
Bruno era o filho mais velho de quatro irmãos. Há dois anos, seu pai havia sido assassinado por um inimigo e ele havia assumido o trono. Também era o mais responsável de todo aquele Palácio, exceto por sua mãe, a rainha-mãe Elisa. Adrian era o rebelde sem causa, que adorava brigar com tudo e todos, mas tinha um bom coração. Émile era a irmã mais velha, mas parecia a mais nova. Sempre dava chás para suas amigas e 50% dos bailes de Versailles era sua ideia. Era espevitada, bagunceira e birrenta. Chamava a atenção por onde ia, não por sua beleza, mas por seus modos. Muitos não acreditavam que ela realmente tinha nascido em Versailles. E por último, Marie, a mais nova. Marie era tão delicada quanto um broto de uma rosa que estava prestes a desabrochar, e também era tão bela quanto. Sem dúvidas, ela era a irmã preferida de Bruno, e ele também era o seu irmão preferido.
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Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]
Ficción históricaUma jovem governante. Uma família desfigurada. Um chanceler, um guarda e uma prima distante, mas não tão distante. E uma garota que assumiu responsabilidades mais pesadas que suas costas poderiam carregar. Luísa era uma garota totalmente despreocupa...