Vigésimo Oitavo.

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ainda no mesmo dia

- O povo vai me odiar, sabia?

- Não vai não. Eles vão entender que você estava apenas preocupado com a minha segurança. - riu.

- Claro. - o rapaz revirou os olhos.

Eles estavam voltando para casa.

- Foi um sucesso, não? Achava que ia ser um fiasco, que provavelmente eles não seriam tão passivos assim, mas me surpreendi. - disse Luísa comendo um krapfen.

- Sim, esse seu discurso lhe elevou a um patamar muito alto. Tinha planejado ele antes?

- Comecei a pensar. Mas depois, esqueci. - limpou as mãos e a boca, e levantou a sobrancelha como se tivesse lembrado de algo. Anton a incentivou a falar. - Você não se esqueceu de dizer a Lineu que vamos passar em Hofburg, não é?

- Não, não esqueci. Aliás - puxou a cortininha da janela e observou por alguns segundos - já estamos bem próximos.

Ela assentiu e encostou a cabeça na parede da carruagem.

Anton estava inquieto. Parecia querer falar algo com Luísa, mas não sabia como começar. Ela percebeu.

- O que há, Anton? Parece que quer me dizer algo.

Ele baixou a cabeça e coçou a testa.

- Tem certeza que quer ir para Hofburg, Luísa? Você poderia mandar uma mensagem para sua mãe e pedir para ela vir. Sabe que lá não é muito agradável.

Ela suspirou.

- Você sabe o que aconteceu das últimas vezes. Mamãe sempre diz que está ocupada, um pouco doente, que papai está doente e ela tem que cuidar dele, enfim, se eu for esperar por uma visita dela, me casarei, terei meus filhos e só assim, ela virá me visitar. - bufou.

Anton a olhou e resolveu deixar como estava.

- Luísa?! O que você faz aqui?

A ruiva olhou para Anton, como se confirmasse o que havia dito.

- Pensei que estaria feliz em me ver aqui, mamãe. - indagou, em um tom de voz baixo.

- Não! - Charlotte arregalou os olhos. - Não, querida, eu não quis dizer isso, apenas fiquei surpresa com você aqui. Venha, vamos tomar um chá.

- Ah, mamãe, presumo que a senhora tenha visto Anton, não é? - a indagação era passiva-agressiva, como era do feitio de Luísa e a duquesa conhecia bem.

A inglesa sentiu seu rosto corar, e não foi de vergonha.

- Oh, me desculpe, Anton, a presença de Luísa voltou meus olhos somente para ela. Como vai? - segurou no queixo da filha.

- Está tudo bem, Alteza. Eu estou bem, graças a Deus. - o Grande Mestre sentiu vontade de revirar os olhos. Charlotte possuía uma mania muito deselegante de apenas cumprimentar as pessoas que eram de sua mesma classe social.

As duas começaram a andar, enquanto Anton se pôs em uma distância considerável.

- Senti sua falta, minha princesinha. - Charlotte abraçou a filha de lado, e em um tom um pouco choroso, falou.

- Eu também, mama. Senti tanta falta que meu peito chegou a doer.

A Sala de Chá não ficava muito distante dali, o que não reduziu o tempo de chegada delas. A duquesa abriu a porta, adentrando o cômodo e Luísa entrou devagar, sentindo todas as lembranças daquele lugar vir à sua mente.

Uma Imperatriz em Mim [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora