Capítulo 29

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MARATONA 7/7

Alexia Macedo- ON

Sabe quando você tem a sensação que seu coração vai parar de bater? Ou que ele vai sair de dentro de você? Então, essa é a minha sensação nesse momento. Nunca senti meu coração bater tão rápido em torno de toda a minha vida e eu ficar com medo.

Meu pai ainda estava sentado na minha frente me encarando de braços cruzados esperando uma resposta.

Meu Deus, como será que ele ficou sabendo disso?

Deve ter sido o Daniel. Ele disse que ia contar!

Como vou contar para o meu pai que dormi com um dos empregados dele? Como vou contar que me apaixonei por uma pessoa daqui do morro? Como vou falar isso para ele?

Minha mãe estava encostada na pia me fitando com os olhos esperando alguma reação minha.

Olhei para os lados procurando alguma saída e não encontrei nada. As janelas estavam abertas, mas não conseguiria pula-las.

O que eu faço agora?

Diego: Estou esperando uma resposta. – Se apoiou na mesa e me encarou. – Está com medo do que?

Ah papai, estou com medo de que você mate o homem da minha vida. Assim, só acho...

Alexia: Medo? – Ri nervosa. – O que significa medo?

Diego: Para de tirar onda com a minha cara e fala logo! – Suspirei com medo.

Cocei minha cabeça e fitei o chão.

Preciso da minha coragem. Preciso daquela coragem que eu tenho de peitar essas putas do morro. Aquela coragem que eu tive de dormir com o Daniel. Preciso dessa minha coragem para mandar esse medo embora...

Alexia: O que o senhor quer saber? – Me encostei na cadeira e tentei me tranquilizar.

Diego: Quero saber quando essa putaria começou a acontecer. – Aumentou o tom da sua voz. – Quando que você começou a se envolver com ele?

Alexia: Pai...

Diego: Você dormiu com ele? – Arregalei os olhos e fitei o chão. – Você dormiu com ele? – Bateu na mesa e se levantou.

Bárbara: Diego – Segurou em seu braço. – Lembra da nossa conversa de ontem?

Diego: Me solta Bárbara. – Lançou um olhar mortal para ela. – Aposto que você estava sabendo dessa cachorrada...

Bárbara: Diego, cala a porra da sua boca. – Arregalei os olhos ao ouvir minha mãe dizer aquilo e comecei a orar mentalmente. – Porra, deixa a menina ser feliz. Ela não é nenhuma dessas putas que existem largadas nesse e em muitos outros lugares. Ela é sua filha e sabe na onde enfia o nariz. – Apontou para ele. – Para de agir feito um covarde. Aceita que uma hora ou outra vai ter que deixar ela ser livre para viver a vida dela. A menina já tem 18 anos. Pelo amor de Deus...

Alexia: Mãe, tudo bem! – Ela me olhou e se afastou do meu pai. Me levantei e caminhei até o mesmo lentamente. – Pai, vou te contar aquilo que é necessário. – Fiz uma pausa e suspirei. – O Daniel é o homem da minha vida. Sim, eu me apaixonei por um traficante do morro que poderia apenas me usar como todos os outros fazem. Mas ele não fez isso, ok? Ele cuidou de mim. Ele me deu atenção. Passou noites comigo. Me fez sorrir quando a minha única vontade era desistir, porque eu não aguentava mais ouvir o senhor dizer que ficaria dentro dessa casa a minha vida inteira! – Meus olhos lacrimejaram, mas fiz de tudo para que minhas lágrimas não caíssem. – Eu amo o DANIEL. O senhor aceitando ou não sempre vou amar ele. Vou continuar beijando a boca dele e a sentar no pau dele também. – Dei de ombros. – Grava bem isso que eu te falei. Porque independente de qualquer coisa, eu vou continuar amando ele!

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