Capítulo 77

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Carol Vieira- ON

Ele ainda estava do mesmo jeito. Nenhuma melhora e nem piora. Totalmente parado sem reagir. Já se passaram dois anos desde do ocorrido e não o larguei um minuto sequer. Evellyn vem aqui para ver se eu estou bem. Mas sei que no fundo ela está bem pior do que eu. Vitória passa a tarde toda com nós e fica chorando baixinho com a sua blusa em mãos.

Ficar longe dele é muito doloroso. É viver com uma faca no seu coração que parece rasgar-te todo a cada vez que se movimenta. Não sinto maia vontade de viver vendo ele nessa situação. É muita dor!

Médico: Você deveria ir embora. - Terminou de escrever no papel. - Precisa tirar um bom sono numa coisa chamada cama!

Carol: E eu acho que o senhor deveria cuidar da sua vida. - Ouvi ele suspirar. - Desculpa, não queria...

Médico: Não tem nada. Eu respeito a sua dor! - Deu de ombros. - Mas você precisa mesmo ir pra casa.

Carol: A única coisa que eu preciso é dele. - Falei alto. - Eu quero ele. E não ir pra casa!

Médico: Bom, não vou insistir. - Caminhou até a porta e abriu a mesma. - Deveria pensar naquele assunto!

Verdade, eles queriam desligar os aparelhos. Eles queriam terminar de matá-lo.

Carol: Já falei pra vocês a minha resposta. - Suspirei. - Vou esperar ele acordar.

Médico: Ok. - Saiu do quarto. Olhei para ele de novo e suspirei sentindo meu coração arder.

Carol: Você precisa acordar, meu amor. - Falei com a voz embargada. - Não pode deixar que eles te matem. Não pode! - Peguei na sua mão e chorei. - Eu preciso de você aqui. Tô com saudades do seu amor louco por mim! - Forcei uma risada. - Ninguém mais está aguentando ficar longe de você. - Suspirei. - Você precisa voltar!

Fiquei mais alguns minutos ali olhando pra ele antes de decidir ir para a minha casa. Arrumei minha bolsa, respirei fundo e me levantei.

Carol: Daqui a pouco eu volto pra ficar com você. - Dei um beijo na testa dela. - Te amo! - Ajeitei minha bolsa e caminhei até a porta. Abri a mesma e dei uma última olhada para ele. Meus olhos marejaram de novo e sai dali. Passei por uma enfermeira que vivia conversando comigo quando ia no quarto vê se ele tinha melhorado em algo. Ela passava longas noites comigo contando como tinha sido o seu dia e como queria que tudo fosse maia fácil. - Oi. - Sorri sem mostrar os dentes.

Enfermeira: Oi. - Sorriu de volta. - Aonde vai?

Carol: Decidi dar uma passadinha lá em casa. - Cruzei os braços.

Enfermeira: Você precisa descansar. - Sorri tensa.

Carol: Nos vemos de noite? - Ela assentiu. - Ok. - Voltei a andar. Cheguei na sala de espera e vi duas cabeleiras bem conhecidas sentadas ali. Me aproximei e parei na frente das mesmas. - O que fazem aqui?

Naiara: Queriamos saber como você estava. - Se levantou e me abraçou. - Parece que vai ir embora!

Carol: Vou dar uma passadinha em casa. - Nos soltamos.

Vanessa: Vamos com você. - Se levantou e beijou a minha testa.

Carol: Não precisa...

Naiara: Só fica quieta. - Piscou para mim e eu ri. - Temos um motorista agora!

Carol: Sério? - Juntei minhas sobrancelhas.

Vanessa: Benício e Olavo colocou um motorista particular para nós duas até tirarmos a nossa carteira!

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