Capítulo 15

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A morena continuou quieta durante a viagem toda. Só ficou bebendo do seu Bourbon enquanto olhava a rua. Assim que avistei a praia, procurei uma vaga e comecei a manobrar o carro.

Naiara: O que estamos fazendo aqui? – Me olha assustada.

Olavo: Relaxa morena. – Puxo o freio de mão e desligo o carro. – Eu não vou te fazer nenhum mal!

Não sei porque, mas acho que após ouvir aquilo ela soltou um suspiro de alívio. Descemos do carro juntos e caminhamos até o calçadão. Não tinha nenhuma pessoa na rua. Então eu não corria nenhum perigo de ser identificado e preso.

Naiara: Quer se sentar aonde? – Me encara tensa.

Olavo: Na areia! – Ela arregala os olhos. – O que foi?

Naiara: Não vou sujar minha roupa...

Olavo: Não precisa ser especificamente na areia. – Reviro os olhos. – Pode ser ali. – Aponto para um pequeno e único banco de frente para o mar.

Ela caminha na minha frente e se senta. Me sento ao seu lado e tiro um maço de cigarro do bolso. Ela lança um olhar duvidoso e eu reviro os olhos.

Olavo: Quer? – Ela assente com a cabeça e pega o cigarro da minha mão. Entrego um isqueiro para a mesma, que acende o cigarro em seguida.

Naiara: Por que me chamou aqui? – Traga e solta a fumaça em seguida.

Olavo: Precisava da sua companhia! – Ela abre um sorriso irônico.

Naiara: Você nem estava sentindo minha falta ontem com aquela vadia! – Traga de novo e solta a fumaça em seguida.

Sua voz estava num tom de decepção, sabe? Fiquei triste por ela ter viso aquilo. Na verdade, a culpa toda foi de quem?

Olavo: Sei que errei. – Ela me olha e arqueia sua sobrancelha. – Não era para aquilo ter acontecido...

Naiara: Olavo, você bateu na Isabella! – Ela suspira. – Por que fez aquilo?

Olavo: Eu não abaixo a cabeça para ninguém, além do meu pai e da minha mãe! – Ela revira os olhos. – Acha que vou abaixar para puta?

Naiara: Mas precisava bater tanto nela? – Reviro os olhos.

Olavo: Por que está vindo me cobrar uma coisa que você ia fazer? – Ela bufa e olha para frente.

Naiara: Você sabe que foi errado! – Encaro meus pés. – E se ela te denunciar?

Olavo: Por mais incrível que pareça, ela não vai fazer isso...

Naiara: Por que tem tanta certeza?

Olavo: Ela foi atrás de mim! – Abro um sorriso irônico. – Por que está se importando com ela?

Naiara: Não sei. – Ela olha para baixo. – Depois de tudo que a Isabella me fez, eu consigo ser bondosa com ela. – Solta uma risada abafada. – Como sou idiota!

Olavo: É a idiota mais bonita que eu já vi...

Naiara: Para! – Ela me olha. – Para com isso...

Olavo: Isso o que?

Naiara: Fingir que se importa hoje, mas amanhã nem olha na minha cara. – Reviro os olhos e suspiro irritado. – Fazer eu criar grandes expectativas sobre nós e depois tu ir lá e me magoar. Coloco a mão no meu rosto. Caralho, como ela consegue ter razão?

Olavo: Eu também estou gostando de você! – Ela para de falar e me encara por um momento. – Eu prometi a mim mesmo que não me apaixonaria mais por ninguém, mas você apareceu. Porra, sou um traficante. O filho do traficante mais procurado. Como que ele se apaixona sabendo que pode ter várias? – Suspiro. – Aquilo que você viu lá no baile foi o meu lado mal. O meu lado ruim. O lado que eu não gosto de ativar. Mas se eu não fizesse isso, a Isabella não ia parar até te matar...

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