Capítulo 101

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No Dia Seguinte

Naiara Marques- ON

Acordei com uma ardência horrível por todo meu corpo e minha cabeça latejando. Abri meus olhos devagar e examinei todo o local aonde eu estava. Paredes brancas, maca, soro... Sim, um hospital. Olhei para o outro lado e, sentada toda sem jeito no sofá, estava minha mãe dormindo com seu livro de romance em teu colo.

Me senti uma pessoa tão suja e pegajosa. Confesso que se eu fosse homem, não iria querer tocar num corpo tão imundo como o meu estava. As duas cobertas brancas e quentinhas não estavam sendo o suficiente para esconder o meu corpo todo marcado por aqueles homens maus.

A porta foi aberta e um enfermeiro entrou com uma bandeja na mão.

Enfermeiro: Bom dia. - Sorriu simpático. - Esperando o café?

Quando ele estava tão próximo de mim, me encolhi toda de baixo da coberta e escondi meu rosto.

Naiara: Não toca em mim. Por favor!

Enfermeiro: Calma. Não vou te fazer mal. Quero seu bem! - Sorriu simpático.

xXx: Filha? - Olhei para aquela voz e minha mãe levantou do sofá. - Aí minha filha... que medo eu fiquei. - Me abraçou por cima da coberta.

Naiara: Aí mãe...

Elena: Desculpa. - Riu e se sentou na ponta da cama. - Como se sente?

Enfermeiro: Vou deixá-las sozinhas. Com licença. - Saiu do quarto.

Naiara: Suja e imunda! - Falei com a voz embargada. - Quero ir pra casa.

Elena: Tem... um problema. - Olhei para a mesma sem intender.

Naiara: Qual?

Elena: O pai do seu namorado... bom, ele... expulsou a gente do morro! - Arregalei meus olhos.

Naiara: Não... Isso é impossível.

Elena: Não é. Queria mesmo que fosse, mas ele invadiu nossa casa, mandou a gente fazer as malas e nos expulsou de lá. E disse que se voltássemos, era ir pra praça! - Abaixei a cabeça e coloquei minhas mãos no meu rosto.

Naiara: Isso é tudo culpa minha. - Olhei para a minha mãe. - Se eu não tivesse falado pro Olavo...

Elena: Vai ficar tudo bem, ok? - Segurou meu rosto com as mãos. - Vamos tentar fazer alguma coisa.

Naiara: Acha que vamos conseguir tirar ele de lá? - Ela dá de ombros.

Elena: Acho melhor você descansar mais um pouco depois do café.

Naiara: Estou sem fome! - Me virei para o outro lado e cobri todo o meu corpo. Fiquei mexendo meus pés por um momento e acabei pegando no sono em seguida.

●●

Senti uma coisa pontuda arranhar a palma da minha mão e aquilo me despertou. Observei Paloma que estava com seu semblante triste e algums band-aid no rosto.

Naiara: Oi. - Falei chamando atenção da mesma.

Paloma: Oi. - Sorriu. - Como você está?

Naiara: Não sei. - Dou de ombros. - E você?

Paloma: Emocionalmente acabada de tristeza! - Mordi meu lábio inferior. - Pensei que fosse mentira.

Naiara: Eu também. - Sussurrei olhando para o teto.

Ficamos em silêncio por um tempo. A única coisa que fazia um barulho ali era os ponteiros do relógio e passos apressados pelo o corredor.

Paloma: O qu... - Olhei para a mesma e ela engoliu em seco. - O que aconteceu lá?

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