Capítulo 75

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Carol Vieira- ON

Eu vi ele levar dois tiros. Dois tiros bem no peito. Eu vi ele apagar em meus braços e não querer abrir os olhos. Mas quando levaram ele pro posto e disseram que ele estava vivo, algo em mim se iluminou.

Naiara: Trouxe um suco pra você. - Se sentou do meu lado e esticou o pequeno copo de plástico com um líquido vermelho dentro.

Carol: Não quero. - Falei.

Naiara: Estamos aqui há mais de 3 horas e você nem saiu daí. - Suspirei. - Precisa beber isso!

Carol: Eu preciso saber como ele está. - Olhei para ela. - Você intende isso?

Naiara: Claro. - Sorriu tensa. - Ela vai melhorar!

E era aquilo que me agoniava. Todos estavam me dizendo aquilo, mas não via nenhuma melhora. Os médicos não vinham dar notícias. As enfermeiras tinham desistido de virem conversar comigo e aquilo estava me agoniando.

Evellyn: Oi. - Se sentou do meu outro lado.

Naiara: Ela não quer beber nada!

Evellyn: Temos que respeitar o tempo dela. - Suspirei.

Naiara: Ok! - Deu de ombros. - Vou ver se tem alguma notícia. - Se levantou e saiu.

Continuei encarando o chão e permitir chorar. Permitir que as lágrimas enxarcassem meus olhos e molhasse toda a minha perna. Fazendo uma enorme poça.

Evellyn: Ele vai sair dessa. - Pegou na minha mão. - Meu irmão é forte. Ele... Ele vai conseguir sair disso tudo!

Carol: Vocês não sabem discursar outra coisa? - Sussurrei. - Parem de falar a mesma coisa todo minuto. Que droga! - Gritei e sai dali. Passei pela sala de espera e todos estavam ali. Paloma sorriu de lado e eu abaixei meu olhar.

Alexia: Desculpa amiga. - Me abraçou.

Carol: Pelo o que?

Alexia: Por tudo. - Falou no pé do meu ouvido. - Desculpa mesmo!

Carol: Ok. - Dei de ombros.

Médico 1: Parentes do paciente Marcos Gomes. - Empurrei Alexia pra onde e me aproximei deles.

Carol: Como ele está?

Médico 2: Só você que está esperando por ele?

Evellyn: São todos nós. - Olhei pra trás e vi todos parados atrás de mim. - Como ele está?

Médico 2: Conseguimos tirar as balas. Mas...

Carol: Mas o que? - Aumentei o tom da minha voz.

Médico 1: Ele entrou em coma. - Arregalei os olhos. - Pode ser que ele acorde e pode ser que não!

Aquilo era impossível. Todos me disseram que ele ficaria bem. Por que ele não ficou melhor?

Meu mundo parou. Parece que senti o sangue parar de circular dentro do meu corpo e meu coração parou de bater. Coloquei a mão na bancada que tinha ali e abaixei a cabeça. Ouvi os gritos desesperado de sua mãe e me senti pior que ela.

Médico 2: A senhorita está bem? - Tocou meu ombro.

Carol: Eu preciso vê-lo. - Sussurrei. - Por favor. Me leve até ele! - Encarei o médico.

Médico 1: Siga-me. - Entrou no extenso corredor e o segui. Ele se dirigiu até a última porta do segundo corredor e me olhou antes de abri-la. - Chame as enfermeiras qualquer coisa! - Assenti com a cabeça e entrei no quarto.

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