A Carta - Parte II

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Olaaaaaaaaaar, mamitas! Eu espero que vocês estejam muito bem e agora melhor ainda com esta atualização. MAS NÃO QUEIRAM ME MATAR por deixar vocês curiosas desde o capítulo passado, poxa, faz parte da emoção e do mistério todo hehe Não me ameace, eu sou um nene.

É isto, aproveitem o capítulo, que tem duas músicas MARAVILHOSAS, no más digo. \o

...


"Um dia nos reencontraremos e você precisará de mim, você me verá completamente..."

- Maybe; Kelly Clarkson.


Tentarei lhe dizer que isto se inicia em outubro de 2013.

Tentarei lhe dizer que não foi apenas a nossa filha, a criança roubada.

Foram mais, para o meu maior desgosto foram mais.

Acontece em nosso país vizinho, um poderoso comércio de crianças.
Acontecia aqui no México, um poderoso esquema de tráficos de crianças, bebês em especial. No México, em toda a América Latina e provavelmente no mundo inteiro.

Um ano após a tentativa mais que fracassada de nossa terceira adoção, minha carreira estava em seu auge. Não me recordo de alguém dentro daquele sistema possuir mais poder do que eu, não me recordo de não participar de decisões em relação ao nosso país e aos demais países. Coisas importantes estavam em minhas mãos, vidas de inocente, assassinos, traficantes. A segurança Nacional de vários países. Querida, você nem pode calcular a influência que o nosso país exerce sobre os demais. Você nem pode calcular a influência que nossa polícia, a Federal, a Internacional, exerce em outros países. Para ser mais exato em datas, esta série de sórdidos acontecimentos se inicia em nosso aniversário de casamento, que foi onde tive a ideia de... A forma como ela surgiu, no contexto em que surgiu... entenda bem, não estou tentando retificar-me, ou explicar-me esperando de você o mínimo de compreensão. Estou apenas declarando uma série de fatos, tentando da melhor maneira possível através de uma insignificante carta, dizer-lhe o que deveria ser dito enquanto ainda estávamos juntos, vivemos o seu conto de fadas.

Eu estava atolado de trabalho, preocupação e medos.

Nosso aniversário, nosso especial aniversário de casamento foi melancólico, com você, minha esposa mais amada, triste, indefesa e com um sentimento de incapacidade que não deveria de maneira nenhuma pertencer a você.

Acreditei e mais tarde tive a certeza que o fato de não conseguirmos adotar uma criança estava diretamente ligado com o fato de eu ser um Agente Federal. Um agente que não poderia assegurar completamente a vida de ser humano. O sistema me via como uma ameaça para uma criança, uma ameaça para você, não um pai zeloso, um pai que outros homens seriam, outros homens que não trabalhassem com assassinos, sequestradores, traficantes e corruptos da pior estirpe.

Era culpa minha você não engravidar, era culpa minha não conseguirmos adotar uma criança, era culpa minha a infelicidade que havia em seus olhos.

A ideia me surgiu enquanto eu analisava um poderoso cartel que estava fazendo a festa com sequestros de crianças mexicanas. A Polícia Federal Mexicana havia pedido auxílio no caso que estava gerando repercussões e consequências catastróficas para a Nação Mexicana. As relações que meu país mantém com o México, os acordos de segurança à nossa fronteira, nos colocava imediatamente no caso, para ajudar. Até então nosso dever, o meu dever era ajudar.

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