Mírame

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Hello, babies.

Sobreviveram ao último capítulo? Preciso dizer que há mais emoções vindo nesta reta final, então respirem fundo. E lhes digo só uma coisinha: nenhuma dor é para sempre, e mesmo o inverno mais longo logo passa e a primavera chega colorida e perfumada.

Vou deixar também alerta de possíveis gatilhos no decorrer do capítulo em alguns diálogos.

Apreciem o capítulo \o


...


"Para um grande coração, nenhuma ingratidão o fecha, nenhuma indiferença o cansa."

- Frida Kahlo.

Juanes voltou a entrar na sala e mirou Lauren com extrema impaciência.

Lauren desviou o olhar de Camila para mirá-lo nos olhos.

Seus olhos já inchados, empapados de sangue e suor fuzilaram o maldito porco à sua frente. O ferimento em seu ombro latejou dolorosamente como se avisasse que seu criador era o maldito monstro que estava logo ali, à sua frente. O sangue voltou a escorrer desde seu supercílio ferido, por seu rosto e por seu ombro, o nervoso nos olhos de Juanes indicava que ele não parecia estar achando mais graça alguma naquela situação. Lauren voltou a mirar Camila, engolindo sua própria saliva, seu próprio orgulho, dignidade e desespero. Mexeu-se na cadeira, sentindo a intensidade da dor que tomava seus pulsos, seu corpo e principalmente seu rosto.

As marcas que via naquele rosto perfeito criado por Deus faziam com que seu estômago se revirasse perigosamente. Camila tinha o corpo também agredido, ensopado pelo suor e contraído pelo medo e pela fúria fazia dela a maior miserável do universo. Passou a língua pelos lábios, percebendo que um terço de toda dor provinha dali também.

- Estou ficando um pouco cansado desse teatro, doutora Jauregui. - Juanes murmurou, fazendo sinais para que os dois homens se aproximassem de Camila.

Lauren engoliu a saliva que se formava em excesso em sua boca. A vontade de vomitar tornou-se mais constante. Sua cabeça latejou perigosamente, sua visão tornou-se embaçada, sua respiração muito mais lenta e seu coração agredia-a de tal forma que suas batidas descompassadas e intensas causavam-lhe uma dor absurda no peito.

Era como se seu cérebro estivesse preparando-se para apagar diante de mais um ataque à Camila.

- Estou ficando sem tempo e sem paciência. - O homem continuou no mesmo tom mesquinho e nervoso. - Não me obrigue a começar a utilizar os objetos cortantes. Pelo amor de Deus, Jauregui! Você sabe como funciona a tortura da Polícia Federal. Sabe que ficarão horas dentro desta sala imunda, fedida e ensopada. Não sairão daqui com vida. Não sairão deste maldito mundo antes de dizerem onde estão as malditas crianças, John Moore e Fernanda Torres.

A sobrancelha de Lauren levantou-se em uma espécie de deboche. Sua cabeça balançou de um lado para o outro, calmamente, indicando a Juanes que elas não diriam coisa alguma. Camila baixou a cabeça, com sua respiração ofegante tornando-se a cada instante mais audível. Os olhos de Lauren desviaram-se para ela. A fortaleza que ela parecia carregar nos ombros até aquele instante aparentemente havia desmoronado.

- Ian está morto. Camille está morta. Rosana, Marina, Enrico, Luana...

Lauren permaneceu com os olhos cravados sobre a figura de Camila, dando a entender que as palavras de Juanes não estavam causando-lhe nenhum único impacto. Juanes soltou um palavrão, sacando sua arma, apontando-a para a cabeça de Camila que naquele instante ergueu seus olhos, mirando os olhos de Lauren.

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