Os olhos de Lauren, o sorriso de Camila.

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CARACA HEIN, MANAS!

Quanto desespero para que eu voltasse logo. A sorte da gente é que eu sou um nene de coração mais derretido que manteiga, não aguento a ansiedade de ver vocês surtando, quero dizer, vocês felizes com um capítulo novo hehe E acalmem-se, Fernanda fará o melhor que ela achar que for.

É isto, não vou me prolongar, enjoy \o

Nos vemos no final.

...



"Todos ouvem teus barulhos. Alguns, tua voz. São raros os que conseguem ouvir teu silêncio."


O frio que anunciava a chegada de dezembro entrou pela janela sem nenhuma resistência.

As cortinas brancas de um tecido tão suave, leve e caro voavam com fúria permitindo que o vento entrasse com ainda mais força e brutalidade.

Estava escuro, muito escuro...

A lua parecia ter desaparecido, o silêncio mórbido da mansão parecia atingir um grau tão ensurdecedor que poderia sem sombra de dúvidas causar algum dano.

Folhas de papéis voavam pelos ares como demonstração que havia alguém naquela gélida casa. O ambiente tornava-se devastadoramente sem vida, o peso do luto, da dor e do medo começava a dar lugar para o intenso sentimento de insanidade.

Os olhos de Fernanda permaneceram fechados enquanto seu corpo escorregava pela parede de pedras brancas que constituíam a parte frontal de sua lareira. O nó em sua garganta era tão enorme que ela podia garantir que estava sufocando. Sim, ela estava sufocando, morrendo, agonizando de uma dor e de um sentimento tão maldito que certamente não viveria para defini-lo em algum momento de sua vida. Folhas percorridas com uma bela letra legível na cor preta espalhavam-se pelo enorme cômodo. Retratos, taças e copos quebrados ao chão deixavam transparecer superficialmente o que acontecera naquele minúsculo pedaço de mundo.

O abajur que iluminava a pequena poltrona a qual estava sentada há alguns minutos atrás também estava quebrado, partido ao chão. Antes que pudesse controlar, um grito alto saiu de sua garganta enquanto suas mãos subiam contra seu peito, percorrendo sua pele, parando em seu pescoço como se aquele gesto desesperado de alguma forma pudesse lhe devolver o ar ou fazê-la deixar de gritar. Seus olhos arregalados, horrorizados e avermelhados voltaram a se abrir deparando-se com a visão grotesca daqueles papéis voando quase que à sua volta, espalhando mais desgraça, horror e maldade. Negou com a cabeça, negou fortemente com a cabeça encolhendo-se ainda mais, liberando outro forte grito enquanto as palavras de Enrico atingiam-lhe o coração como se ele mesmo estivesse ali, ao seu lado, murmurando-as em seu ouvido.

- Maldito... - Fernanda disse em um grito ainda mais alto, deixando seu rosto avermelhado, seus pulmões com uma quantidade de ar ainda mais reduzida. As veias saltavam de sua pálida face, seus punhos se fecharam com tal força que suas unhas causaram danos à pele sensível de sua mão. - Meu Deus, Meu Deus do céu, Meu Deus... - Disse sem parar, tombando-se inteiramente no chão com soluços altos e dolorosos rasgando-lhe o peito, causando-lhe dor, uma estúpida e profunda dor.

[PLAY - Vishnu - E.S Posthumus]

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