Vivo Por Ela

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Olarrrrr, alguém aí?

Bem... Preciso falar logo: Eu não to pronta para dizer adeus para Vuelves... Não mesmo! E mesmo que esse não seja o último capítulo ainda, as emoções finais já estão se encaminhando e eu nem sei mais o que dizer...

Deixo vocês com as emoções do capítulo.

Nos vemos no final, nenes, enjoy \o

...


As nuvens apenas duram um momento e o sol para a vida toda.

- Frida Kahlo

Os olhos de Camila se abriram quando Isabela se mexeu.

Sentia sua cabeça, seu corpo e seus olhos tão pesados que certamente poderia dizer que dormia há muito mais do que 72 horas. Uma rápida mirada ao relógio do quarto informou-lhe que não havia se passado nem três horas. A dor fraca e constante em seus pulsos servia de constante lembrete dos últimos acontecimentos. Seu rosto pela primeira vez depois de que havia sido resgatada doía. Suas pernas e seus pés latejavam com branda intensidade.
Cada parte de seu corpo parecia sentir algum tipo de incômodo.

Voltou a fechar os olhos, beijando sua filha, questionando-se se a pequena não sentia sede ou fome.

Como se estivessem adormecidas, as imagens de Lauren sentada à sua frente naquela maldita cadeira começaram a acordar, com seus olhos fechados visualizando-as com perfeição enquanto seu coração não dava sinais de que voltaria a bater.

Aquela meia-morte parecia mil vezes pior do que uma morte completa.

Voltou a abrir os olhos, com sua respiração ofegante sendo o primeiro sinal do mal estar que lhe evolveria. O enjôo voltou. Seus lábios ressecados e machucados se apertaram. Sua testa foi coberta por uma fina capa de suor. O travesseiro molhado foi o único indício que informou Camila de que havia voltado a chorar compulsivamente.

Chamou sua mãe, mas esta não lhe ouviu.

Soluçou uma vez mais, tapando seus lábios, impedindo que seus gemidos acordassem sua filha. Apertou seus olhos com o desespero lhe abatendo, com seu corpo tremendo dos pés à cabeça, com um repentino frio gelando sacudindo seu corpo febril e exausto.

Como se pudesse sentir o que ocorria, o abraço de Isabela tornou-se mais apertado. Ainda adormecida, ela subiu a mão até os cabelos de Camila, descansando-a ali para então permanecer imóvel, perdida no mundo dos sonhos.

Apenas um segundo depois, Camila entendeu que não conseguiria ficar inerte sobre aquela cama.

A insuportável sensação de ausência a obrigava tocar seu corpo, perguntando a si mesma se além de suas forças, algo mais eles haviam lhe tomado. Soltou-se carinhosamente de sua filha, piscando para que as lágrimas deixassem de nublar sua visão. Cobriu-a com amor, beijando-lhe as bochechas, voltando a abraçá-la quando seu pequenino corpinho sentiu a ausência do corpo de sua mãe.

Foi com muito custo que sustentou seu corpo sobre suas pernas fracas e trêmulas. Um enfermeiro parou na porta, mirando-a com eminente surpresa, negando de imediato com a cabeça ao observar o semblante de Camila.

- Querida, não pode se levantar. Espere só um instante que chamarei seu médico.

Camila negou com cabeça, com seus cabelos agora limpos cobrindo por alguns instantes seus ferimentos. A expressão do enfermeiro indicava que algo não ia bem. Camila sabia que não ia bem, mas nem aquele fato a faria ficar dentro daquele quarto. Algo estava queimado. Algo estava queimando-a viva.

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