Não há nada que uma boa conversa não resolva

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Emma soltou o ar dos pulmões e cerrou os olhos de tamanha frustração, já não bastava não ser Regina e ainda estarem brigadas, Mary Margaret chegara de mala e cuia pedindo abrigo. Não que ela não quisesse ajudá-la, mas aquele não era o momento mais oportuno. "Era 'Sol' que me faltava", assim mesmo, exatamente esta frase que se passou na cabeça da loira, de maneira informal e até mesmo cômica.

- Eu sei que não deveria estar aqui, mas Kristin está na nossa cidade e... - bufou. - Só tenho você! - fora difícil falar essa última frase, mas Mary admitiu.

Emma esfregou a mão na testa e deu abertura para que ela entrasse.

- Amanhã a gente pensa no que fazer, hoje eu não estou com cabeça pra tomar nenhuma decisão séria.

Mary Margaret estava acanhada e nem ao menos teve coragem de perguntar o motivo de Emma estar daquela maneira. Henry permaneceu sentado no sofá, fazendo com que Regina visualizasse suas mensagens, mas foi tudo em vão.

Mãe!

Mamãe!

Mãe, responde!

Não ignora o seu filho!

- Vou arrumar o quarto de hóspedes pra você... - Emma parecia atordoada, como se estivesse esquecido o que tinha que fazer.

- O quê? - Henry levantou a cabeça achando que ela poderia estar falando com ele, mas logo viu Mary. - Ah! - percebeu a mala. - O que ela faz aqui? - perguntou.

- Só vai passar a noite e amanhã decido! - Emma respondeu enquanto Mary permaneceu calada e sem olhar nos olhos do rapaz.

- Ok!

A loira sentiu algo estranho entre suas pernas e bufou, correu para o banheiro fazendo Mary esperar por ela, abaixou a calcinha e percebeu a mancha vermelha de sangue bem ali no centro.

- Merda! Merda! Merda!!! Não é possível! - Emma pegou um absorvente deixando-o cair. - Que droga! - desabafou, o posicionou na calcinha e logo saiu dando de cara com Henry.

- Eu vou atrás dela, fique aqui! - o rapaz levantou-se e decidiu ir na casa de Zelena.

Emma assentiu e levou Mary até o quarto, arrumou tudo em silêncio quase todo tempo, quebrando-o apenas quando se fez necessário.

- O banheiro é à esquerda e a cozinha fica ao lado da sala, fique à vontade, mas eu preciso ter uma conversa em particular com a Regina.

***

Henry dirigiu o carro de Emma até a casa de Zelena e logo foi recebido pela tia. Insistiu em falar com Regina e a ruiva ousou não permitir, até que a morena pediu para que a irmã a deixasse falar com o filho. O rapaz fez um pequeno drama e a abraçou conseguindo convencê-la de ir para casa ao mostrar as mensagens que havia enviado. Ao chegarem no portão de casa, Henry recuou a deixando ir na frente.

- Vou comprar uma jantinha, já volto. - falou apressadamente antes que Regina pudesse responder qualquer coisa.

A morena abriu a porta de casa e conseguiu ver apenas um pequeno feixe de luz de velas, o leve aroma de chocolate a fazia suspirar; Começou a desconfiar que Henry, com certeza, a havia levado para falar com Emma e por esse motivo saiu às pressas sem dar espaço para que ela questionasse algo. Caminhou até a sala e ouviu uma música lenta tocando em som ambiente, tocou no jarro de rosas, recém-colhidas de seu jardim, que estavam na mesa de centro, as cheirou e percebeu que havia um cartão com um poema...

a canção foi terminando

com acordes frios e finos

nunca fui boa com despedidas

O sabor do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora