Não queria, mas preciso deixá-la ir.

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Regina engoliu seco. Gold não pisava na loja desde que ela virou gerente, eles apenas mantinham contato por telefone ou por outros meios de comunicação. A morena sabia que não era coisa boa e que pela cara de Fiona, ela havia denunciado o ocorrido. Estava possessa de raiva e de angustia ao mesmo tempo, temia perder o seu emprego e estava louca de vontade de esganar Fiona que a olhava como se tivesse comemorando a sua desgraça.

- Pode entrar! - disse Regina com o semblante sério tentando transparecer segura de si.

Gold olhou para Fiona como se a ordenasse que saísse. Regina indicou uma cadeira para o homem e ele sentou. Não parecia bravo, não parecia chateado e sim estava com um semblante conformado.

- Gold, eu… - disse Regina tentando assumir tudo que havia acontecido.

O homem fez um gesto com a mão para que ela parasse de falar.

- Regina, eu sou um homem muito solitário… - disse Gold entrando em um assunto totalmente diferente.

A morena estranhou e ficou imaginando o que ele queria, afinal, era um papo bastante estranho e Regina estava começando a ficar com medo dele estar interessado nela, mas logo descartou a possibilidade.

- Perdi a minha família há bastante tempo em um acidente de carro e nunca mais consegui encontrar o amor… - disse Gold tranquilamente.

“Ai, Meu Deus! Agora estou com medo de novo!” - pensou Regina.

- Oh, sinto muito… Isso é muito triste! - disse Regina encostada na mesa.

Gold sorriu.

- Não sinta, a solidão te acolhe como uma boa amiga e você se acostuma com a sua própria companhia. - disse Gold com propriedade.

Era impressionante a serenidade daquele homem, mas Regina não estava entendendo o motivo daquela conversa. Por que Gold se daria ao trabalho de deslocar da sua residência para contar apenas aquela história? Era muito suspeito.

- Eu confio em você, Regina. Como eu disse uma vez, você é como uma filha… Você me lembra a minha filha! - disse Gold com um olhar terno.

- Obrigada, Gold, mas eu não sei se sou digna de sua confiança… - disse Regina sendo interrompida mais uma vez.

Gold soltou o ar dos pulmões e cruzou as pernas.

- Não se preocupe com isso, eu sei o que aconteceu e tenho certeza que saberá solucionar o problema, eu não vim aqui repreendê-la, só queria que entendesse algo… - disse Gold.

- Entender o quê? - perguntou Regina ainda perdida.

Gold nada respondeu, apenas sorriu deixando Regina mais confusa do que estava. O homem a chamou para descer e conversar com todos os funcionários da loja. Fiona estava certa que era hora de Regina ser punida por ele e não via a hora do comunicado chegar aos seus ouvidos.

Gold começou um discurso sobre vendas e os pensamentos de Regina foram para outro lugar, seu olhar estava fixo na loira que tanto amava e nunca havia sentido-se tão triste em ver aqueles belos olhos verdes que eram objeto de sua devoção. Tantas coisas passavam em sua mente, não sabia o que fazer, os dois caminhos que tinha para escolher seriam dolorosos, mas uma decisão precisava ser tomada e não queria errar e nem precipitar-se. Emma percebeu o triste olhar de Regina e sentiu o seu coração apertar, também não conseguiu ouvir nenhuma palavra sequer de Gold.

- Eu tenho certeza de que o Sex Shop está nas mãos corretas e peço que a respeitem como sempre me respeitaram. Regina é a minha representante… - disse Gold.

Fiona e August entreolharam-se surpresos, não esperavam por aquilo, o plano falhou miseravelmente. A raiva dos dois era praticamente palpável, encaravam Regina como se fossem duas cobras najas prestes a darem o bote e assim que Gold foi embora, juntaram-se para despejarem veneno contra Regina sobre as afirmações de sempre, que eles eram amantes!

O sabor do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora