Irmãs

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Ruby levantou-se imediatamente sentindo-se tonta. Apesar do escuro, conseguia sentir a presença de uma pessoa na sua frente e desferiu um soco gancho no acertando o queixo do oponente que estava em sua frente. Recebeu um chute na barriga caiu sobre a mesa sentindo um corte no antebraço esquerdo ao apoiar-se.

- Quem é você? - perguntou Ruby levantando-se atordoada, mas nada fora respondido.

Ruby desviou de um soco que vinha em sua direção, mas não conseguia ver o rosto da pessoa. Esbarrou em uma cadeira de madeira e a pegou arremessando na certeza de que acertaria seu inimigo ou inimiga, era impossível de definir. A pessoa cambaleou com o golpe e logo foi para cima da policial que chutou a canela de seu inimigo fazendo-o gemer. Aproveitou-se para correr o mais rápido possível sem olhar para trás, tinha certeza de que deixou o seu rival mancando. Voltou para o hotel e tratou de cuidar do seu ferimento, tomando um banho e jogando-se na cama em seguida.

***

Emma tentava manter-se distante das detentas que gostavam de confusão. Ocupava-se fazendo exercícios de flexão de braço, prancha frontal, prancha lateral, abdominais entre outros. Enquanto isso, uma mulher mais velha a observava. A loira estava suada, blusa molhada e cabelos presos, já estava em seu último exercício de flexões unilaterais com o braço direito sobre as costas e Nazaré Tedesco a interrompeu empurrando-a fazendo com que batesse o rosto no chão.

- FICOU LOUCA? - Emma gritou revoltada levantando-se sem baixar a guarda.

- Só quero me certificar de que você participará do evento de amanhã, branquela! - a mulher disse de forma áspera.

- Eu não vou brigar! - respondeu Emma saindo de perto, mas foi segurada pelo braço.

- Se você não se juntar a nós, significa que está do lado delas. - Apontou para as mulheres da cela de frente que tinha uma rixa com as outras. - Então eu terei que te considerar uma inimiga! - Nazaré apertou o braço da loira.

Emma a encarou sem temer.

- Acho melhor você me soltar! - disse com voz firme.

- Ou o quê? Vai me bater com esses braços de caminhoneira sinistra? Porque eu aposto que você é sapata! - Nazaré disse sem medo.

- Não é da sua conta! - Emma puxou o braço bruscamente.

- Não brinca comigo, branquela! Você não sabe do que eu sou capaz... - Nazaré sussurrou ao ouvido da loira por trás. - Matei o meu marido empurrando-o da escada, matei um infeliz eletrocutado no motel e para matar você não custa nada! - ameaçou.

-  Você não me assusta, velha! Por que não gasta o seu tempo lendo algo que preste... Faça ioga para acalmar os seus nervos, medite para ocupar a sua cabeça com coisas mais produtivas ao invés de brigas raciais! - Orientou Emma.

Nazaré gargalhou de forma sinistra. Era uma risada tão estranha que causava o riso de muitas ali.

- Vai dar uma de psicóloga agora, branquela?

- Vou! - Emma limitou-se a responder.

- Fica esperta! Se eu fosse você dormiria com um olho aberto! - Nazaré apontou um dedo na cara de Emma.

Nazaré aproximou-se das outras mulheres do bando e pareceu cochichar algo com Doggett e Nicky, estava tramando algo e olhavam fixamente para Emma.

- Ela quer ditar o nosso comportamento, não gosto dela! - Dogget resmungou com uma expressão séria.

- Ela se acha melhor do que todas só porque tem um diploma! - Nicky observou cruzando os braços.

- Hoje no pátio vamos cercá-la! - Nazaré disse observando-a.

O sabor do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora