Os suspeitos.

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Flash back on

Querida, eu sou uma sociopata

Doce assassina em série

Em um caminho de guerra

Porque eu te amo um pouco demais

Eu te amo um pouco demais (demais, demais)

Você pode me ver bebendo Cherry Coke

Doce assassina em série

Eu deixei um bilhete de amor”

Uma cidade com quase nenhum conhecido, um quarto de hotel que parecia um poço de solidão, o cheiro forte de erva doce que causava tonturas, nem mesmo Emma estava ali para abraçá-la. Regina sentou-se no chão banhando-se em lágrimas provenientes de um choro que começara abafado e estendeu-se a um grito de arrependimento por ter pisado naquela casa. Suas mãos estavam trêmulas denunciando todo o seu nervosismo. O trinco da porta foi pressionado com certa afobação, era Emma chegara ali com o rosto suado e com a respiração ofegante como se tivesse corrido quilômetros.

- Regina, nós precisamos ir! - não percebeu o estado em que a esposa estava e começou a jogar as coisas desorganizadamente na mala.

- Por que está com tanta pressa? - perguntou Regina levantando-se e limpando as lágrimas.

- O nosso voo sai daqui a pouco, não podemos perdê-lo. - disse Emma virando-se para Regina assim que terminou de falar. - O que aconteceu com você? - perguntou aproximando-se da morena.

Regina soltou o ar dos pulmões.

- Eu nem sei o que aconteceu, minha cabeça parece que vai explodir. - disse Regina enquanto a loira segurou em suas mãos. - Está gelada... O que houve? - estranhou tocando em sua pele.

- Nada, estou com raiva! - passou a mão no rosto e cerrou os olhos por dois segundos. - Mas temos que nos apressar urgente! - respondeu.

- Espero que Henry fique bem. - disse Regina.

- Eu também… - Emma sussurrou.

Em menos de uma hora embarcaram, quase perderam o voo. Choveu o dia todo, mas chuva é sinônimo de mudanças, boas ou ruins, mas transformações. Um dia quente transforma-se em dia fresco, ela pode ser breve ou longa, mas alguma marca ela deixará.

Flash back off.

- Pai... - Henry soluçou ajoelhando-se no chão.

Daniel estava de bruços no próprio vômito, suas costas estavam cheias de pequenas verrugas e o garoto não sabia como reagir. Entrou em uma crise longa de choro e verificou o pulso do pai, percebendo que realmente estava sem batimentos. Ligou para a polícia, mas Tamara chegou antes. Estava boquiaberta ao deparar-se com os corpos de Daniel e Victória.

- Ele não precisava morrer… Não pode ser verdade! - lamentou-se Henry aos prantos. 

- Vou ligar para polícia! - disse Tamara com o celular em mãos.

- Eu já liguei, eu quero que ligue pra minha mãe. - respondeu Henry nervoso. - Ela estava aqui ontem e não deve ter ido embora ainda, preciso ir com ela. Não quero ficar aqui sozinho. - completou encolhendo-se no chão.

- Ela esteve aqui? Nesta casa? - perguntou Tamara desconfiada.

- Sim, meu pai deixou que ela viesse me ver… - respondeu Henry ainda abalado.

- Não acha estranho o seu pai morrer logo após Regina ter vindo aqui? Ela odeia ele. - insinuou Tamara, mas a polícia chegou antes que Henry respondesse.

O sabor do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora