Encontro inesperado

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É muito comum que as nossas maiores decepções venham de onde menos esperamos e não foi diferente com Emma. Ela jamais imaginou ouvir aquelas palavras de sua própria mãe. Todo amor que sentia por Mary perdeu espaço para uma raiva de uma proporção que era quase palpável através de seus olhos. Regina nunca havia sentindo tanta raiva como naquele momento, como uma mãe teria coragem de desejar tão mal para própria filha somente por não fazer o que ela queria? Estava tão exasperada e ofegante que teve vontade de esganá-la ali mesmo. Deu um passo a frente e quase foi para cima de Mary.

- O que é? Sapatão dos infernos… Vai revidar aquele tapa que eu dei? - perguntou Mary encarando-a.

Regina deu de ombros.

Emma enxugou as lágrimas e a sua voz tornou áspera e trêmula.

- Eu não nasci para atender as suas expectativas, Mary Margaret!

- Mary Margaret? Não me respeita mais não, cadela? - perguntou Mary sentindo ódio da loira por ter levado Regina em sua casa.

- Assim como você não me considera mais como filha, esquecerei que você foi a mãe algum dia! - respondeu Emma nervosa.

- Você é tão mal-amada que nem é capaz de se suportar, por isso está sozinha! Ninguém aguenta ficar perto de você. - disse Regina saindo em defesa de Emma.

- Esse é o seu problema, Mary Margaret… É uma rabugenta e ainda acha que o mundo gira em torno de suas vontades, eu não vou mais me prestar a este papel! - disse Emma extremamente magoada.

- Você não vai mais destratá-la desta maneira… Não em minha presença! Como mãe, você deveria apoiar a sua filha! - disse Regina segurando na mão de Emma confortando-a.

- Isso tudo chega a ser ridículo! Você é uma pessoa extremamente abusiva que tenta humilhar as pessoas que vão ao contrário de suas vontades. Ainda bem que o meu pai se libertou de você! Eu precisei passar por tudo isso para me dar conta. Como fui idiota! - disse Emma com a voz embargada.

- Essa praga que você rogou não vai pegar. Emma é boa demais pra ser a sua filha! - perguntou Regina irritada. - Onde está Ava? - a procurou em alguns cantos da casa.

Mary fez um gesto com os ombros como se não se importasse. Emma saiu à procura de Ava e a encontrou em sua casinha sem comida e água, estava extremamente fraca e desnutrida. Aquela cena partiu o seu coração e a fez arrepender-se de ter saído sem levá-la. A pegou no colo e mostrou para Regina a deixando mais revoltada do que já estava.

- Me recuso a acreditar que você foi capaz disso… - disse Emma soluçando.

- Por que fez um animal inocente sofrer assim? O que custa dar água e comida? Vou denunciá-la por maus tratos! - disse Regina com os olhos marejados.

- Eu não tenho cachorro nenhum, não pedi por isso! - disse Mary com desdém.

Regina estava a ponto de agredi-la por ter deixado Ava naquele estado, mas não podia perder a razão, precisava conter-se.

- Satanás perto de você parece uma criança! - disse Regina cerrando o punho direito.

Emma e Regina saíram de lá levando todas as coisas de Ava e o resto dos seus pertences que havia deixado para trás. Foram imediatamente a um veterinário e a cadelinha teve que ficar internada. A loira entrou no carro e chorou tudo que estava preso em seu peito, Regina a abraçou consolando-a e tentando confortá-la sobre a saúde de Ava..

- É culpa minha! Eu deveria saber que Mary não cuidaria dela, ela nunca gostou de animais e ainda mais sabendo que foi você que me deu.

- Eu tenho certeza de que você não esperava que ela fosse capaz… - conteve-se para não xingar um nome horrível e socar o banco do carro. - Não queria que você passasse por isso por minha causa. - disse Regina sentindo-se culpada.

O sabor do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora