O sabor do pecado

Sonhei com você

“Meu objetivo era tentar tornar palpável a admiração que senti ao vê-la. Você é tão bela quanto essas rosas e espero um dia poder ter este sorriso por perto.”

Ass: R.L.

- Que fofo! – disse Regina encantada com as palavras que acabara de ler.

Emma sentiu-se incomodada com aquele presente, seu semblante tornou-se pesado e não conseguia controlar. Seria aquilo inveja por Regina ter um admirador? Ela não tinha a resposta correta para essa pergunta naquele momento. Estava confusa e não conseguia esconder a decepção, na qual achava sem sentido.

- Quem mandou? – perguntou Emma com a voz fraca.

- Aqui diz apenas as inicias do nome, R.L. Não tenho a mínima ideia de quem seja... – disse Regina tentando lembrar-se das pessoas que conhecia que começavam com a letra R.

- Isso é bom Regina, imagina você começar a namorar alguém que é tão fofo e ainda tem a mesma inicial do seu nome? – disse Zelena refletindo.

- Eu lembro de um moço que me ajudou em uma ocasião que tem a inicial do nome com a letra R, mas eu creio que ele não saiba onde trabalho. – disse Regina olhando o verso do cartão na esperança de encontrar alguma pista. – Mas também pode ser uma moça. – brincou.

- Uma moça? Você namoraria uma mulher, Regina? – perguntou Zelena intrigada. 

- Se o sentimento for recíproco, eu namoraria sim. – disse Regina olhando para Emma de relance logo em seguida.

Emma estava com o olhar direcionado ao chão. Não prestou atenção no que Regina havia dito e volta e meia fixava o olhar nas rosas e no cartão.

- Você está bem, Emma? Parece distante... – perguntou Zelena percebendo que havia algo errado com a loira.

- Hum? Ah... Não é nada. Acho que estou cansada. – disse Emma tentando explicar.

Zelena olhou para Emma e Regina arqueando uma sobrancelha, percebendo que a loira estava incomodada com o algo.

- Belas flores... – disse Emma a Regina com o semblante caído.

- São lindas, não são? – perguntou Regina ainda encantada, colocando-as em um vaso.

Emma assentiu.

Todos passamos por uma montanha russa particular. Ora ela está embaixo, ora está no alto e muitas vezes ela trava no pior momento, nos fazendo entrar em total desespero, tapando a nossa visão da saída. Mas do que seria a vida sem as lutas para nos fortalecer? Regina sentia-se forte, sentia que estava na hora de erguer a cabeça e seguir em frente. Nos últimos três anos, entregou-se a depressão, entregou-se a solidão e fechou-se para o mundo, vivia por distrair-se com o trabalho e tentar não sentir-se fracassada. A chegada de Emma em sua vida, a fez sentir vontade de voltar a viver. Havia algo na loira que a energizava e cada dia mais sentia-se melhor.

Zelena estava sozinha romanticamente a um pouco mais de um ano. Dividia um apartamento com sua amiga Glinda e adorava uma festinha aos finais de semana. Apesar de estar solteira, não gostava de estar sozinha. Resolveu ressuscitar o aplicativo de relacionamentos que mais gostava. O Tinder. Passou por um perfil que jamais esperava encontrar ali.

- Glinda, olha isso! – chamou com bastante euforia ficando de joelhos sobre o colchão.

- O quê? Achou a sua mãe? – perguntou brincando.

- Não, idiota! É ela... – disse Zelena entregando o celular para Glinda ler.

“Casal procura diversão á três. Somos discretos e divertidos, queremos realizar todas as suas fantasias.” – leu Glinda.