Flores para Regina

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Emma e Regina sentiam os seus batimentos descompensados. Era como se tivesse um furacão em seus estômagos, seus olhares estavam conectados e parecia que havia um ímã em seus corpos, atraindo-os, fazendo-as perder o controle. Podiam sentir o hálito quente uma da outra e estavam prestes a selarem os seus lábios, sentiram a ponta de seus narizes encostarem, não existia sanidade ou qualquer julgamento que as impedissem naquele momento.
- Moças, vocês precisam entrar agora. – disse a organizadora observando aquela cena com certa indignação.
Emma e Regina assustaram-se, como se a voz da mulher as fizessem voltar para o mundo real, diferente de onde estavam segundos antes. Ambas riram da situação afastando-se e seguiram para a pista de gelo.
- Meu Deus! Que nervoso... – disse Regina já na pista.
- Por quê? Não está acostumada. – perguntou Emma.
- Faz tanto tempo que não patino, nem sei se ainda consigo. – disse Regina nervosa, sentindo as mãos geladas.
Emma mordeu o lábio inferior e deu um sorriso.
- Calma! Eu te seguro. – disse Emma segurando a mão de Regina.
Regina estava louca para subir naquela pista e ter coragem para ao menos andar sem cair, sentir a adrenalina de estar sobre aquelas rodas e estar perto de uma certa loira.
Regina movimentou os pés para tentar equilibrar-se e a princípio deu certo.
- Se eu cair aqui, será que vai doer muito? – perguntou Regina tentando manter uma velocidade baixa enquanto Emma a acompanhava.
- Eu não sei. Só caindo pra saber... – disse Emma zombando.
- Idiota! – disse Regina rindo.
- Cuidado com a Menina! – alertou Emma.
Havia uma garotinha na direção de Regina e ela não sabia como frear, Emma apressou-se para tentar evitar um acidente, enquanto Regina tentou desviar da menina, perdendo totalmente o controle. Já estava projetando-se no chão, mas Emma foi ágil e a puxou pelo braço, fazendo ambas desiquilibrarem, quase caindo. Regina segurou-se em Emma e pôde sentir os braços firmes e fortes que a loira tinha.
- Acho que não nasci pra isso! – disse Regina sem soltar Emma.
- Mas você estava indo tão bem... – disse Emma deslizando as mãos pela cintura de Regina, fazendo-a sentir um arrepio.
- Sei... Você só está falando isso para me animar. – disse Regina sorrindo e ainda apoiando-se nos braços de Emma.
- Claro que não. É verdade! – afirmou Emma, não percebendo que ainda estavam tão próximas.
- Você tem um braço bem fortinho, heim! – disse Regina apertando os músculos de Emma, fazendo-a sentir cócegas.
- Gostou? – perguntou Emma arqueando uma sobrancelha.
- Hum... É muito sexy! - Regina percorrendo o olhar entre a boca e os olhos de Emma.
Emma riu.
- Faz alguma luta? – perguntou Regina apertando o bíceps de Emma.
- Muay thai e musculação, quer ir comigo? – ofereceu Emma rindo da expressão de Regina.
- E eu vou apanhar de você? – perguntou Regina dando um leve soco no peito de Emma.
- Eu prometo bater devagar até você se acostumar. – disse Emma molhando os lábios.
Regina começou a gargalhar devido a uma lembrança que veio em sua mente.
- O que eu disse demais? – perguntou Emma arqueando as sobrancelhas.
- Nada, só lembrei-me da história que você contou no grupo, sobre o vibrador que sua mãe te bateu por minha culpa. – disse Regina.
- Por que sua culpa? Eu que o deixei cair. – disse Emma sem entender.
- Por que foi eu que te dei. – explicou Regina.
- Se quiser me dar, eu aceito mais! – disse Emma rindo.
Regina gargalhou e encostou a testa na testa de Emma, fazendo-a entender a ambiguidade de sua frase.
- Pensei longe aqui. – disse Regina.
- Meu Pai! Você é mais maliciosa do que eu. – disse Emma rindo.
- Malícia é meu segundo nome, Regina Maliciosa Mills. – disse Regina brincando.
- Maliciosa Mills, vou te chamar de M&M’s. – disse Emma tocando a ponta do dedo carinhosamente no nariz de Regina.
- Ah, pelo menos M&M’s é gostoso. – disse Regina fazendo bico.
- É e eu adoro! – respondeu Emma.
Emma segurou na mão direita de Regina.
- Vamos andar um pouco.
Regina fez uma afirmativa e disfrutaram da pista até o que o tempo cronometrado acabasse. Qualquer coisa era desculpa para se tocarem e trocarem um olhar e um sorriso bobo, mas que fazia o coração acelerar. Andaram pelo shopping e logo se sentaram em um banco qualquer, não queriam voltar para casa, não naquele momento.
- Posso te fazer uma pergunta pessoal? – perguntou Emma curiosa.
Regina assentiu.
- Há quanto tempo se separou? – perguntou.
- Três anos e dois meses. – respondeu Regina sem prolongar o assunto.
Emma balançou a cabeça.
- Vocês ficaram muito tempo juntos? – perguntou Emma tentando saber mais sobre Regina.
- Quase onze anos. Me casei cedo, eu tinha apenas dezoito anos, mas com o tempo ele ficou ciumento demais, via coisas que não existiam e queria me controlar vinte quatro horas. Eu estava me sentindo sufocada e acabei arrumando as minhas malas e vindo embora. – disse Regina com certa raiva na voz.
- Mas ele nunca a procurou? – perguntou Emma tentando entender.
- Ele é um diplomata norte-americano. Ele conseguiu se vingar de mim da pior forma, de um jeito que me magoou profundamente e todos os dias sofro com isso... Mal posso dormir! – disse Regina tentando segurar o choro, sentindo o seu coração partir mais uma vez e um nó em sua garganta fazia a sua voz falhar.
Emma sentiu-se mal ao vê-la assim. A envolveu em seus braços e a puxou para um abraço. Regina encostou a cabeça no ombro da loira e passou as mãos pela cintura dela, confortando-se.
- Eu não tive a intenção de fazê-la chorar e muito menos lembrar coisas ruins. Desculpe. – disse Emma colocando o queixo sobre a cabeça de Regina tentando não entrar em mais detalhes para não magoá-la mais.
- Não se preocupe. Não tinha como você saber. – respondeu Regina permanecendo por mais algum tempo deitada sobre o ombro de Emma.
Emma acariciou os cabelos de Regina e lhe deu um beijo na testa, fazendo-a cerrar os olhos, como se aquele simples gesto tomasse uma proporção intensa e tranquilizadora em seu coração.
Regina levantou a cabeça e encarou Emma.
- Eu nunca conheci alguém como você, Emma Swan... – disse Regina acariciando o rosto de Emma e a olhando nos olhos.
Emma sentiu seu coração palpitar de forma diferente e a sua primeira reação foi abraçá-la forte, como se ambas precisassem daquele momento. Quando se deram conta da hora, já era tarde. Estavam com sensação de que o tempo passou mais rápido do que o normal e já tinham que se separarem.
Naquela noite Regina chegou em casa com um olhar diferente, parecia mais leve e sorridente. Cora a olhou e pôde notar que a filha estava bem.
- Hum... O que houve? Faz tempo que não a vejo assim... – reparou Cora.
- Nada. Só tive uma noite agradável. – disse Regina dando um beijo no rosto de Cora e Ingrid respectivamente.
- Com quem estava? – perguntou Ingrid curiosa com um sorriso no rosto.
- Com Emma. Nós patinamos no gelo e conversamos um pouco. – respondeu Regina com as mãos no bolso.
- Emma Swan... Saia mais vezes com ela, te fez muito bem. – aconselhou Ingrid.
Regina não quis responder, apenas assentiu.
- Se não se importarem, vou tomar um banho e me deitar. Boa noite! – disse Regina.
- Bons sonhos! – disse Cora.
Ingrid olhou para esposa e aproximou-se devagar, beijando-a no canto da boca. Cora segurou em sua nuca e a puxou para um beijo mais caloroso, deslizando as mãos em sua coxa, sem desprender-se da boca da amada. Ingrid colocou a mão direita por dentro da blusa de Cora, alcançando os seus mamilos e acariciando-os.
- Vamos subir? – perguntou Ingrid beijando o pescoço de Cora.
- Sim... – respondeu.
Zelena era brincalhona. Adorava pregar peças em seus colegas que sempre caiam em suas armações. Dessa vez, levou um pequeno inseto de borracha com a intenção de assustar a todos. Colocou uma barata de brinquedo em um local estratégico e sentou-se em seu lugar, aguardando o primeiro que visse o pequeno falso inseto.
Killian organizava algumas coisas naquela direção. Cantarolava uma música qualquer e o pequeno inseto caiu em seu ombro, fazendo-o dar um pulo e um grito fino e estridente. Zelena gargalhou.
- Hum... Gazela! – disse August rindo do grito de Killian.
Fiona gargalhou da reação de Killian.
- Isso foi tão gay!
- MAS QUE PORRA É ESSA? – gritou Killian arremessando a barata em direção a Fiona para vingar-se do que ela havia dito.
- AHHHHHHHH! TIRA ISSO DAQUI! QUE NOJO! – gritou Fiona pulando, mas o inseto grudou em sua roupa.
- O que está acontecendo? – perguntou Emma.
- TEM UM MONSTRO EM CIMA DE MIM! – gritou Fiona sem ter coragem de pegar no falso inseto.
Zelena estava vermelha de tanto rir.
- Oi mozão, deixa que eu tiro pra você! – disse Zelena aproveitando-se para alisar Fiona.
- Isso é coisa sua, não é? Essa barata nem é de verdade! – disse August.
- Zelena, eu vou te matar! – disse Killian ainda nervoso com o susto e o grito que deu.
- Vocês são muito mal-humorados, eu heim! Vão transar! – disse Zelena guardando a barata no bolso.
- Te odeio, Zelena! – disse Fiona ainda sentindo repulsa.
- Isso é ótimo! Pelo menos sente algo por mim. – disse Zelena sendo sínica.
Um cliente estava na loja e deparou-se com a cena, ficando com nojo e decidiu ir embora.
- Senhor, espere! – chamou Emma percebendo que o homem estava saindo.
- É Godofredo! Achei que ninguém iria vir me atender, estavam ocupados demais com uma simples barata. Não tem inseticida aqui? Precisam cuidar melhor do ambiente! – disse o homem virando-se em direção a Emma.
- Senhor, me desculpe. Às vezes esses insetos aparecem sem a gente perceber, mas tudo será resolvido! – disse Emma tentando convencê-lo a ficar.
- Assim espero! – disse Godofredo desdenhando.
- Do que o senhor precisa? – perguntou Emma o atraindo para a loja novamente.
O homem respirou fundo.
- Estou procurando as bolinhas de pompoarismo... – disse Godofredo sem vergonha alguma.
Emma estava tentando lembrar-se onde estavam e para que serviam, cruzou os dedos para que sua memória não falhasse. Godofredo percebeu que a loira estava insegura e aproveitou-se para fazer piadinhas.
- Você já as arremessou? – perguntou Godofredo.
- Oi? Arremessou? – perguntou Emma sem saber do que Godofredo estava falando.
- Sim, com as partes! – disse Godofredo indicado o sexo de Emma.
- Na verdade eu nunca usei... – disse Emma tentando responder sem parecer que não sabia do que estava falando.
- Minha gata adora! Eu a ajudo a penetrá-las e  logo arremessa as bolinhas, você deveria experimentar. Se quiser eu te ensino! – disse Godofredo dando uma piscadela para Emma.
- Não, obrigada! – disse Emma achando as bolinhas e entregando ao homem.
- GODOFREDO! NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ AQUI DE NOVO! – entrou uma senhora gritando.
- MARINALDA? – perguntou Godofredo claramente assustado.
Emma arqueou uma sobrancelha.
A mulher pegou na orelha do marido e a torceu, fazendo-o abaixar-se para tentar amenizar a dor.
- Estou comprando umas coisinhas para apimentar as coisas, amor! – disse Godofredo.
- Amor... Amor! Que amor, Godofredo? Você sabe que eu não gosto dessas putarias! Quem é a puta que você está saindo? – perguntou Marinalda torcendo ainda mais a orelha do marido.
- Senhores, não briguem no interior da loja, por favor! – pediu Emma tentando amenizar as coisas.
- Era pra gente, amor. Eu posso fazer uns exercícios para manter o meu amiguinho acordado por mais tempo... – disse Godofredo referindo-se ao seu órgão genital.
- VOCÊ ACHA QUE EU SOU IDIOTA? FAZ MUITO TEMPO QUE VOCÊ NEM SEQUER ME BEIJA, QUEM DIRÁ OUTRAS COISAS! QUEM É A PUTA? FALA! – gritou a mulher apertando o marido.
- Senhora, aqui é uma loja de respeito! Não pode fazer escândalo! – disse Emma firmando a voz.
- Loja de respeito? Que vende essas putarias? Me poupe! – disse Mrinalda.
Regina percebeu a movimentação pelas câmeras e foi resolver a situação. Não estava gostando nada daquela confusão toda.
- Emma, pode deixar, eu resolvo. – disse Regina tocando no braço de Emma.
Regina caminhou em direção ao casal já com a expressão fechada, cruzando os braços esperando que os dois se tocassem a parassem de brigar.
- Deixa eu pagar as bolinhas, você está sendo ridícula! – disse Godofredo.
- Não podem brigar no interior da loja, não é permitida agressão física! – disse Regina permanecendo séria.
- Pode deixar, moça. Pego ele em casa! – disse Marinalda retirando-se.
O homem pagou pelo produto, estava quase na hora de fechar, por este motivo, a loja estava mais vazia.
- Zelena, eu vi você colocando aquela barata para assustar a todos e quase perdemos um cliente! – disse Regina nervosa.
- Foi só uma brincadeira, Regina. Não acontecerá de novo! – disse Zelena defendendo-se.
- Sério? Vou olhar a sua avalição de vendedora e só poderá ir embora hoje quando tiver 500 favoritos! – disse Regina encarando-a com o semblante ameaçador.
- O quê? Impossível alguém conseguir quinhentos favoritos em um dia! – disse Zelena revoltada, sentindo seus batimentos descompensarem.
August e Killian riam da situação.
- Calma, foi só um sustinho. Igual o que você fez com os seus colegas. Não é legal, não é? Que não se repita mais! – disse Regina com um sorriso sarcástico no rosto.
- Claro que não! – disse Zelena ainda abalada com os quinhentos favoritos.
- Obrigada! – disse Regina jogando o cabelo para trás e retirando-se.
- Regina... Esse cliente me deixou curiosa! – disse Emma ao deparar-se com Regina a sós.
- Com as bolinhas tailandesas? – perguntou Regina.
- Sim. Para quê exatamente elas servem? – perguntou Emma curiosa.
- Nunca ouviu falar em pompoarismo? – perguntou Regina.
- Já, mas nunca soube o que era... – disse Emma ficando envergonhada por não saber do que se tratava.
- Bom, a maioria das pessoas compram para melhorar a musculatura vaginal, para aumentar o prazer na hora do sexo. Imagine você contraindo o músculo da sua vagina e logo depois relaxando... – explicou Regina fazendo os movimentos com a mão.
Emma fez uma expressão engraçada, como se estivesse imaginando a cena. Regina riu.
- Então, você pode contrair durante dois segundos e relaxar por 8, e repetir isso por dez vezes e isso melhora o seu desempenho. Nos homens, melhora a ereção e aumenta o prazer. – explicou Regina.
- O Godofredo falou que iria usar nele, mas antes disse que a “gata” dele gostava de expelir as bolinhas... É sério isso? Achei que fosse coisa de filme pornô! – disse Emma surpresa.
Regina gargalhou.
- Você anda muito pelo xvídeos? – perguntou.
- Pornô doido! – disse Emma rindo.
- Conheço também! Mas é real. É um tipo de exercício também. Você pode colocar uma e tentar sugar as outras duas fazendo o movimento de contrair e relaxar, ou pode colocar todas e sair para fazer caminhada que dá na mesma. – explicou Regina.
- Deve ser legal. – disse Emma tentando contrair e relaxar o seu sexo.
- Quer experimentar? Se quiser, eu a ajudo colocar! – disse Regina com uma expressão maliciosa.
Emma riu e sentiu suas bochechas esquentarem.
- Sério que você quer enfiar isso em mim? Isso requer um grau de intimidade elevado... – disse Emma com as bolinhas nas mãos, aproximando-se de Regina.
- Eu estava brincando com você. Mas se quiser é só pedir! – disse Regina dando uma piscadela, mordendo o lábio inferior e mantendo o sorriso.
- Tá bom, senhorita Maliciosa Mills. Qualquer dia desses eu aceitarei a sua proposta. – brincou Emma.
- Regina Mills Maliciosa, ao seu dispor! – disse Regina rindo.
Zelena subiu correndo para dar um aviso a Regina, estava ofegante e parecia eufórica.
- Regina, tem uma encomenda pra você lá embaixo. – disse Zelena tentando recuperar o fôlego.
- Pra mim? – perguntou.
Regina desceu junto com Emma e um rapaz da floricultura entregou-lhe um buquê de rosas enorme com um cartão.
- Algum admirador ou admiradora secreta... – disse Zelena tentando saber quem era.
- Flores? De quem será? – perguntou Regina estranhando.
- Foi você, Emma? – insinuou Zelena.























O sabor do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora