POV. Emma
Eu nem sei mais definir o que estou sentindo. Vê-la virando as costas e me deixando ali sozinha, era como sentir um punhal em meu coração. Eu não queria deixá-la ir e muito menos perdê-la, Regina foi a primeira mulher da minha vida e a única pessoa que amei de verdade! Creio que jamais sentirei nada igual por outro alguém. Minhas pernas não se movem, eu estou desmoronando aqui mesmo. Ainda não acredito que isso é real, eu só queria acordar e perceber que não passa de um pesadelo ruim. Ela entrou no carro e ficou algum tempo parada, é uma noite quente, mas dentro de mim está fazendo um frio de quebrar o queixo. As minhas lágrimas escorrem sem ao menos eu querer. Regina voltou e me levou em casa sem nada falarmos o caminho inteiro, ela parecia tão arrasada quanto eu. Entrei em casa e olhei em direção a minha mãe que estava sentada no sofá da sala, me olhando com espanto por eu estar com o rosto vermelho de tanto chorar, corri até o meu quarto e me tranquei.
- Emma! O que aconteceu? - ela me perguntou.
- Não quero ver você! - respondi soluçando abraçada com os meus joelhos.
- Emma, eu sou a sua mãe e tenho todo direito de saber o que você tem! - ela resmungou.
- AGORA NÃO! EU PRECISO FICAR SOZINHA! - gritei com a força do meu peito para que ela parasse de me atormentar.
Eu sinto ódio de mim mesma por ser tão fraca aponto de perder o amor da minha vida sem ter coragem alguma para resolver a situação. Não sei como poderei encarar Regina e não poder tocá-la. Ava estava sentindo a minha tristeza e deitou-se sobre mim como se quisesse me abraçar, éramos só eu e ela ali e me sentia péssima por fazer a minha amada sofrer daquela maneira. Parece que existe uma força sobrenatural que me enfraquece e me impede de ser sincera com Mary Margaret ou de ser quem eu sou diante todos...
POV. Narrador
Ingrid chegou no meio da noite acompanhada de uma orquestra que havia contratado para impressionar Cora. Preparava a garganta para cantar uma música que significava muito para ambas, aproximou-se da janela do quarto e deu o sinal para iniciarem. Uma melodia antiga começou a tocar e Cora, que estava no banho, apressou-se para ver e acabou ficando surpresa ao olhar para baixo.
- MEIA NOITE NO MEU QUARTO ELA VAI SUBIR, OUÇO PASSOS NA ESCADA, VEJO A PORTA ABRIR. UM ABAJUR COR DE CARNE, UM LENÇOL AZUL, CORTINAS DE SEDA, O SEU CORPO NU. - Ingrid cantava o mais alto que podia
A sua voz não era tão afinada, mas também não era tão ruim e isso fez com que Cora gargalhasse.
- AMOR, LEMBRA QUANDO NÓS CANTAMOS ESSA MÚSICA NO NOSSO PRIMEIRO ENCONTRO? - gritou Ingrid.
- MENINA VENENO O MUNDO É PEQUENO DEMAIS PRA NÓS DOIS. EM TODA CAMA QUE EU DORMO, SÓ DÁ VOCÊ, SÓ DA VOCÊ, SÓ DÁ VOCÊ! YEH! YEH!YEH! - cantou Ingrid ajoelhando-se como se fosse pedir Cora em casamento novamente.
A loira dançava e cantava engraçado na frente de toda a vizinhança que ria do jeito desengonçado da mulher. Cora estava emocionada, por mais ridículo que fosse, Ingrid estava fazendo algo do qual sentia vergonha para impressioná-la e a mulher estava adorando aquilo. Volta e meia a loira tropeçava em um ou outro da banda, mas permanecia firme e cantando para sua amada.
- MENINA VENENO VOCÊ TEM UM JEITO SERENO DE SER… E TODA NOITE NO MEU QUARTO VEM ME ENTORPECER, ME ENTORPECER, ME ENTORPECER! YEH! YEH! YEH! YEH!
- Eu odeio essa música, Ingrid! - disse Cora da janela, porém rindo de felicidade.
- Eu sei! Eu também, mas isso é pra você perceber o quanto a amo e que não devemos ficar brigadas por coisas idiotas! Eu precisava encontrar uma forma de chamar a sua atenção! - disse Ingrid pedindo para pararem a música.
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O sabor do pecado
FanfictionO destino muita vezes nos prega peças. Um simples fato do acaso pode nos unir a alguém que pode mudar as nossas vidas completamente. Emma Swan conhece Regina em uma situação incomum e nesse encontro inesperado acaba recebendo uma proposta de emprego...