Capítulo Doze

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Paulo

O Miguel me acompanhou até a casa da Sabrine. E assim que a vi, notei seu olho roxo e a e a blusa um pouco rasgada, estava mais petrificada pelo susto que especificamente pela dor da agressão.

Eu não conheço bem sobre agressão, mas só pelo que passei eu imaginei que estaria pior. O Samuel foi até a cozinha e verificou que não tinha mais ninguém.

- Sabrine, vamos até o hospital.

- Não. Não posso ir Paulo. Ele disse que se eu for ele vai voltar e... Pode deixar já estou melhor. Ele não é sempre assim. É só quando bebe.

- Não acha melhor ligar para seu irmão?

- Não. Se ele souber ficará preocupado e como não terá como vir. Já estou melhor é sério. Foi uma atitude impensada ligar para você.

Então me despedi e voltei para casa com o Samuel. Uma pena ter saído e deixado a Agnes sem ao menos, me despedir.

Amanhã o Lucca iria embora e eu precisava conversar com ele sobre o assunto, mesmo sem saber como começar e o que dizer. Talvez seja mais fácil esperar e ver onde chegaremos com isso. Não posso chegar simplesmente e dizer que a filha dele me beijou e que depois eu a beijei, e agora não conseguia tirar isso da cabeça. Levando em consideração que ele me mandou de volta para me afastar dos problemas, não tenho chances de que ele confie em mim. Se disser a ele que estou apaixonado, não daria certo, nem eu mesmo sei o que sinto no momento. E quando perguntou se estava melhor, eu garanti que estar bem e firmei que não estava namorando. Chego a ouvir sua voz dizendo "minha filha não é como essas garotas com quais você está acostumado".

Isso que dava achar que o cara era meu amigo e confiar a ele meus mais íntimos segredos.

Deitei e fiquei pensando que eu me encontrava em um dilema sem tamanho. Não encontrei meu lado de dormir, minha cama parecia diferente... Ouvi meu celular vibrar... Mensagem...

"E aí cara como vai? Sumido. Já deve estar pegando alguma gatinha no Brasil. Fala sério... Dá notícias." JP.

A mensagem só veio a piorar meu sentimento de culpa sobre como eu estava agindo errado, tanto com o Lucca, quanto com a Vanessa, e principalmente com o JP. Mas eu não podia de forma alguma era enganar a Agnes.

Quando amanheceu minha mãe ainda estava em casa quando desci para tomar café. E não estava pronta para o trabalho.

- Não vai trabalhar hoje?

- Bem... O Pai do Pierre faleceu e por mais que ele não goste de falar no pai, achei que seria bom abrirmos só no período da tarde.

- E a Fran, já sabe?

- Sabe, mas nenhum deles irá ao velório. É triste não é filho uma família assim? Não gosto nem de pensar.

- Nem eu. E por falar nisso mãe... Queria falar com você sobre... - Eu amava minha mãe, mas se dissesse a ela, logo estaria com coisas na cabeça, coisas tipo... Casamento.

- A Agnes?

- Como sabe?

- Ai filho... Orei por isso todos os dias. Não que fosse algo obrigatório, mas mãe é mãe não é filho? Sempre querendo o melhor para os filhos.

- Estou pensando seriamente em falar com o Lucca. Tenho medo que ele entenda mal.

- Não é melhor dar um tempo? E se daqui duas semanas vocês não estiverem mais juntos? Espere quando eles vierem para o aniversário da Agnes daqui duas semanas meu filho.

Paulo - Amor e GratidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora