Diário de Agnes

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Agnes...

Quando subi para meu quarto aquela noite peguei meu diário abri e olhei. Foleei! Olhei várias fotos que tinha coladas. Abri os outros. Até os que tinham com minha letra ainda de adolescente.

Lembrei-me de cada palavra que ele havia dito no dia do meu aniversário... Eu até as escrevi na última página..., mas não queria reler, ainda estavam vivas em minha mente.

Por que ele veio? Porque veio no jantar? Por que trouxe flores? Logo quando me mandou esquecer eu estou disposta a dar meus primeiros passos e agora vem com essa de conversar.

Vou adiar ao máximo essa conversa. Não quero me ferir mais. Mais do que estou. Nos primeiros dias eu só chorei. Chorei na viagem, no hotel... Nos passeios. A Fran foi minha testemunha.

Fui até meu armário retirei uma mochila velha... Coloquei todos os diários dentro e fechei. Desci as escadas e coloquei dentro de um velho tambor no quintal. Fui à cozinha peguei álcool e fósforos e voltei e coloquei fogo. Acabou!

- Bem-vinda ao mundo real Agnes ao mundo dos adultos.

- Mas aqui no mundo dos adultos não se fala sozinho não.

- Que susto JP!

- Assassinou alguém está dando fim aos restos?

- Digamos que mais ou menos isso... Restos de uma história que não teve final feliz.

- Me desculpe por ter estragado sua festa. – Ele me abraçou.

- Se me der um tempo...

- Merece todo tempo do mundo.

- Sabe me dar notícias da Sabrine?

- Por que eu saberia?

- Porque o Jordan disse que foi você o filho de chocadeira que a colocou para fora de casa. E que seria o único que saberia onde ela está.

- Deve estar bem. Se não tivesse já teria vindo te procurar. De boba ela não tem nada.

- Ela só é uma garota precisando se encontrar na vida JP.

- Em breve eu saberei..., mas amanhã converse com ela. Talvez ela volte.

- É.

- Então é aqui agora que fazem os rituais satânicos?

- Credo Jordan... Que humor horrível.

- Fogo... Vocês abraçados... Só penso em pacto qualquer sei lá.

- E você parece feliz. Está vindo da casa da Nina?

- Estou.

- Seu safado. – O JP brincou com ele.

Nós rimos e fomos para dentro... As coisas voltavam a ser como antes. Nem tudo na verdade, mas eu tinha uma nova estrada à minha frente e me daria essa oportunidade. Se eles queriam tanto que eu crescesse. Seria assim. Eu mostraria que cresci.

Paulo - Amor e GratidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora