Paulo
- Que coincidência cara... Estava esperando para entrevistar a amiga do irmão do meu amigo. – Claro que minha mãe diz que nada na vida é coincidência. Ou é providencia, ou armadilha do demônio. Quase sorri, como se suas palavras ecoassem em meus ouvidos.
- Então... Eu sou irmã do amigo do Jordan. Mas para falar a verdade não conheço ninguém na cidade. Meu irmão estudou com o Jordan, fora do país, na verdade meio irmão. Filho mais velho do meu pai. Acredita que meu irmão preferiu ficar com minha mãe, quando meus pais se separaram? E meu pai e eu, nós não temos muito contato mais.
- E agora veio morar com ele. – Encostei-me à cadeira novamente.
- Pensei em ficar com ele, mas estive lá ontem, ele não me esperou, mesmo sabendo que eu vinha, por isso estava procurando por um hotel àquela hora.
- Que perigo você correu.
Olhando de perto, ela tinha olhos lindos, cabelos pretos, longos e os cílios delas pareciam de boneca. Eram perfeitos.
Mas eu me lembrava de minha mãe sempre dizendo que quando saímos de um relacionamento não devemos entrar em outro. Então desviei meus olhos do rosto dela.
- E então... Qual é mesmo sua formação?
- Estou saindo da faculdade de administração. Na verdade, esse fim semana foi minha colação de grau, e não gostaria de ficar sem trabalho. Então meu irmão disse que me ajudaria a conseguir um, e na minha área mesmo que fosse de Trainee, ou...- Ela passou a mão sobre os cabelos, trazendo-os das costas para frente. – Auxiliar administrativo.
Depois que consegui retirar meus olhos da moça, muito sem jeito, informei a ela que teria que ir até o departamento pessoal, deixando certo que ela estaria contratada, só precisava saber sua função. O Jordan devia ter deixado tudo pronto.
Quando perguntei se ela portava seus documentos, abriu um sorriso e abriu a bolsa.
- Trouxe sim. - Ela retirou da bolsa. Enquanto ela tirava pacientemente todos os documentos, e eu observava seus movimentos meigos e graciosos alguém bateu à porta e eu mandei entrar.
- Posso entrar? – Meu coração se alegrou ao ver o rosto da minha quase irmã que se mostrava à entrada da sala.
Digo meio irmã, porque a vi nascer. Eu devia ter uns doze anos por aí, não me lembrava bem. Mas, como ela era irmã de meu melhor amigo, nos tornamos uma família. Assim... A Agnes era minha quase irmã.
- Claro. – Ela entrou e me abraçou apertado. – Posso só terminar aqui? Precisamos conversar. - Elas se olharam e sorriram uma para a outra. A Agnes concordou, tímida como sempre, e prometeu que iria somente ver o Jeremy, e voltaria, me dando assim o tempo necessário para terminar minha reunião com a Sabrine.
Encaminhei a garota para o departamento de RH e mal o tinha feito, ouvi de longe uns gritos.
- Não é possível. Tudo o que preciso é de uma porcaria de uma assinatura. Eu já estive aqui por três dias e nada de assinatura no documento. Será que alguém trabalhar por aqui? A não ser eu?
- Olha só... - A Agnes tentava acalmá-la.
- Olha nada. Eu sou engenheira nesta empresa e será que o dono sabe de como seus funcionários trabalham? Da irresponsabilidade dos seus empregados?
- Quer uma água? – Olhar a Agnes tentar acalmar a "engenheira" era até engraçado, mas não estava de bom humor.
- Que água minha filha? Quero falar como advogado dessa empresa, e tem que ser agora.
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Paulo - Amor e Gratidão
RomancePaulo, engraxate, amigo de infância de JP, agora um grande administrador e engenheiro, assume a responsabilidade, de ao lado dos amigos, e de seus benfeitores, expandir suas empresas pelo Brasil e na Itália. O que ninguém esperava, nem mesmo ele, é...