Paulo - Amor e Gratidão

Capítulo dezesseis

Paulo

Ontem decidi não ir ao quarto do JP. Tinha conversado muito com minha mãe e decidi lutar por mim e a Agnes, mas tive a surpresa de ela ter viajado. Não quis discutir com ele mais e nem ouvir suas ofensas. Entendo todos os seus motivos e justificativas, mas não estava preparado para ouvir.

- Posso entrar?

- Claro Nina. Nem precisava perguntar.

- Sua secretaria queria me anunciar mais quis fazer uma surpresa. Sai para ir ao fórum e com fui atendida bem rápido passei aqui para trazer um brigadeiro. Sempre quando estamos com TPM comemos. – Ela me entregou um potinho de doce e uma colherzinha.

- Mas eu não estou com TPM, até porque homem não tem isso.

- Come assim mesmo. Deve resolver o que você está passando. Isso é bom para tudo. Lembra-se de quando a gente era criança? Isso era bom.

Sentamos no sofá e comemos o brigadeiro conversamos sobre algumas banalidades e falamos sobre a Agnes.

- Ela vai voltar então você pede desculpa e tudo vai se resolver.

- Liguei a noite toda e não atende o celular. Mandei mais de mil mensagens e nem visualizou.

- Ela está chateada, no lugar dela teria mandado uma bomba em sua cabeça. – Sentamos no sofá, um de costas para o outro comendo.

- Tem razão. Já estou me sentindo bem melhor.

E estava mesmo. A Nina era um reconforto para a alma, ela tinha aquele lado explosivo, não sabia andar de saltos ou sentar com postura, e falava sempre o que vinha na mente, não sabia ser fina e tinha a boca suja e tinha a mente poluída, mas tirando todos estes defeitos. Ela era muito boa e sabia ser amiga e consolar nos momentos precisos.

Quando ela pensou em ir embora bateram à porta.

- É parece que mais alguém convenceu a secretária a fazer surpresa.

- Disseram que senhorita estava por aqui e eu pensei que talvez não fosse a minha sala me fazer uma visita.

- Pensou certo. Ela veio me visitar. Isso é uma visita familiar. Jordan. – Levantei-me do sofá vendo que ele se aproximava.

- Me sinto parte da família.

- Não se sinta... Seu irmão cortou os laços que havia entre nós. – Entreguei o pote para a Nina e fui sentar atrás de minha mesa.

- Não diga isso Paulo. A briga entre você e o JP não envolve nossas famílias. – Ele virou-se para a Nina... - Vamos sair hoje?

- Acho melhor não... Nossos irmãos estão em crises acho melhor a gente entrar em crise também.

- Maluca. Só pode. – Eles sorriram entre sim. - Em crise ou um cinema? – Ele perguntou.

- Cinema. – Ela o beijou nem se importando que eu estivesse ali. O JP não podia se portar assim como eu? Seria bem mais fácil.

Senti inveja do relacionamento dos dois. Imaginei onde a Agnes estaria agora? E o que ela estaria pensando de mim. Não podia ter deixado que ela partisse pensando que eu ainda amava minha ex. Pensando que eu ainda a achava criança. Como fui um idiota.

- Palhaço...

- Hum...?

- Estou falando com você. – O Jordan me chamou.

- Desculpa o que foi?

- Estava pensando nela?

- Como sabe?