Diários de Agnes...

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Diário de Agnes,

Deitei em minha cama e peguei a chave dentro da gaveta do móvel que ficava ao lado, abaixei-me e destranquei a gaveta que ficava oculta na cama. Olhei todos aqueles cinco caderninhos cada um de uma cor e sorri. Era o meu quinto diário. Todos dados por minha mãe. Ela descobriu no meu decimo quarto aniversário que eu mantinha uma paixão secreta, pelo melhor amigo de meus irmãos... O Paulo.

Eu cresci em meio a eles, e, meu pai o tratava como a um filho. Talvez isso tenha me impedido expor meus sentimentos por diversas vezes. Meu pai foi seu tutor por muito tempo, e ele tinha, ou melhor, ainda tem os mesmos diretos e deveres que nós. E meu pai fez isso por muitos anos, até que a tia Su, pudesse ter condições de sustenta-los sozinha.

Hoje é diferente! Ele é um homem, e continua muito lindo.

Me apaixonei por seu sorriso, por sua bondade... Por seu olhar e por seus gestos... Eu o comparava ao Apóstolo que teve o encontro com Jesus, e gostava de ver a mãe dele falar sobre o mesmo em suas estórias quando as contava a mim, e a Fran... Franchesca é a filha do Pierre e da Viviane. Somos quase da mesma idade.

Mas voltando aos diários... Minha mãe os dá a mim, desde quando descobriu minha paixão pelo Paulo. Ela disse que se eu colocasse no papel seria menos doloroso esquecê-lo, e a "paixonite" passaria mais rápida. Me deu um amarelo aos quatorze anos. Um rosa, aos quinze, um branco aos dezesseis, um lilás aos dezessete e agora antes de ir embora me deu esse azul. Engraçado não é? Ela havia me garantido que encantamento passaria mais rápido, e veja só... É o quinto da coleção. Ela nunca incentivou até agora. Mas antes de ir embora para Itália desta vez disse... "Filha agora não tem mais jeito. Quem está na chuva é para se molhar. Se não disser a ele, nunca saberá o que aconteceria. Com seu pai eu me viro. Seu problema maior serão seus irmãos. Mas nem isso eu acho que será sua maior barreira, acho que sua barreira maior será fazer o Paulo te olhar com olhos que não seja de uma amiga querida. Se conseguir isso..."

Penso nas palavras dela e acredito que nem dos motivos que ela possa ter citado sejam maiores barreiras que a barreira chamada timidez. Chego a pensar que posso ser adotada. Depois de sorrir, sozinha, abro o diário e começo a escrever.

"Querido diário hoje estava tudo certo. Eu o convidaria para ser meu par em meu primeiro baile de formatura. Seria uma grande chance de ficar com mais próxima dele e sozinha. Se não fosse uma garota nova na empresa e uma engenheira malcriada, teria dado certo. Eu havia planejado tudo em minha mente, até ensaiado, mas... A garota o convidou para jantar no mesmo dia, e provavelmente no mesmo horário. E como ele disse "São adultos" e provavelmente isso tenha insinuado que sou uma criança, acabei desistindo de falar.

E como sempre, terei que contar com a boa vontade do Jordan, e espero que não esteja de mal humor como estava hoje. E caso, o Jordan não puder ir estarei novamente sozinha. Eu não ligo já me acostumei. Agora, uma pergunta me inquieta... Quem será essa Sabrine? Pensei que ele fosse estar triste por muitos dias, ou até meses até se recuperar do término do namoro, mas pelo que vejo, não foi bem assim. O que só reforça os pensamentos de minha mãe... "homens são uma caixa de pandora"". – Uma tristeza se passou em meu coração, e só depois de um segundo voltei a escrever. "Talvez eu o convide para sair em outra ocasião, ou talvez essa tenha sido minha única e última chance. "

Agnes. 

Paulo - Amor e GratidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora