Desde quando meu pai nos deu a responsabilidade de cuidar da Agnes eu levei a sério isso. Mas quando ela nasceu. Eu me apaixonei por ela. Era um bebezinho tão lindo e tão indefeso e pensei que sozinho não seria capaz de protege-la.
Minha mãe vivia dizendo...
- JP ela não sabe que você é o irmão dela. Mas sabe que quando ela cai é você que a ajuda. Que ela está triste você que brinca com ela. Então ela sabe que você é muito importante na vida dela.
E não é que minha mãe tinha razão. Passei a noite toda pensando nisso. No primeiro dia de aula dela, fomos minha mãe, meu pai, o Paulo e eu... Ela segurou minha mão até o último momento e eu fui com ela até ela escolher a cadeirinha que iria sentar.
- Deixa mamãe! O irmão pode ir com ela até ela se acostumar. – Essa era a instrução da professora. Pena que foram só três dias, logo depois ela fez amizade com uma menininha e me abandonou à entrada da sala.
Depois foi no fundamental. Tinha uns meninos que ficam brincando com as trancinhas dela. Então o Paulo e eu fomos lá e demos uma bronca nos garotos na saída e nunca mais eles brincaram com as trancinhas dela.
Ela sempre foi muito tímida. Nossos amigos diziam que ela nem parecia minha irmã. E às vezes, claro que eu fui maldoso. E um dia quase apanhei por conta disso.
- Mãeeeeee... Quem é meu pai?
- Como assim filha?
- O JP disse que eu não sou filha do meu pai.
Nossa, minha mãe ficou muito brava. Eu pedi desculpas mais fiquei vários dias sem poder jogar bola com o Paulo. Depois foi o dia da lata de lixo...
- Mãeeeeeeeeee...
- O que foi Agnes?
- Foi verdade que me achou na lata de lixo?
- JPPPPPPPPPPPPPPPPPPP?
Huuuuuuuuuuuuuuuuuuuuummmmmmm. Quando minha mãe me gritava eu já estava longe.
Eu brincava muito, mas eu amava muito essa menina e estava disposto a qualquer coisa para ajudá-la.
Até mesmo ir a festas, o que era uma tormenta, já que era bem abaixo da minha faixa etária. Minha sorte era o Paulo, que sempre me acompanhava. Mas sempre que acontecia algo, era em meu ombro que ela vinha chorar. Até que quis estudar fora, e o Jordan ficou com a parte de cuidar dela.
Quando eu penso no Paulo, beijando minha irmã, meu sangue ferve. Cara eu confiei nele. Confiei que ele pudesse ser meus olhos, meus braços para consola-la, meus ombros para apoiá-la e meu amor para cuidar dela. Não para isso.
Logo ele. Eu o conheço. Conheço bem. Sei o quanto ele pode ser irresponsável com as mulheres. Já vi várias moças apaixonadas por ele, ele nem aí. A gente sempre sai com as meninas juntos. Não... Não me conformo.
- Posso entrar?
- Entra aí mano. Vai me dizer que também sabia do que estava acontecendo Jordan?
- Sabia. Apoiei e apoio. A Agnes está apaixonada há muito tempo. É que como você não estava morando aqui, assim como o Paulo... Vocês não perceberam.
- Isso não está certo Jordan. – Levantei-me da cama.
- Tanto está que estou... Saindo com a Nina. – Mas agora era o fim do mundo mesmo. A Nina?
- Então vocês só trocaram de irmãs?
- Bem... Não foi uma troca. Não sei se o pai te contou o que aconteceu comigo...
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Paulo - Amor e Gratidão
RomancePaulo, engraxate, amigo de infância de JP, agora um grande administrador e engenheiro, assume a responsabilidade, de ao lado dos amigos, e de seus benfeitores, expandir suas empresas pelo Brasil e na Itália. O que ninguém esperava, nem mesmo ele, é...