Capítulo trinta e quatro

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Da vou retirar partes do livro terça feira. E quando repostar, será bem menor. 


Paulo

Eu nem tive como falar com o JP. Primeiro que a "noiva" não dava um tempo, e tinha a Agnes. Ela tinha ficado muito frustrada com o comportamento do irmão, e acabou se fechando. Deixei-a em casa, não tinha mais nada o que fazer.

- Mãe eu já lhe disse... Tire da cabeça esse negócio de neto... Não se pode confiar na palavra de um assassino. - Já estava muito estressado com toda história e acabei contando à minha mãe sobre a confissão do idiota, assim que cheguei. Depois arrependido, subi para o quarto, a porta do quarto da Nina estava fechada, pensei deixa-la descansar e depois falaria com ela, mas quando cheguei ao meu quarto ela estava lá. Deitada em minha cama, dormindo tão profundo, que me deu uma vontade de chorar, pensando e todo terror por ela vivido. Sentei-me no tapete, com as costas apoiada à cama, e fiquei. Quando ela acordou de madrugada, quis se levantar, mas eu a tranquilizei.

- Pode ficar. – Ela queria notícias do Jordan, mas eu não tinha nada a dizer a ela. Com a chegada do JP, e o desespero da Agnes, acabei não ficando muito na casa deles. E naquela noite, eu passei segurando a mão de minha irmã. Eu a amava, e minha consciência doía por não ter dito isso aos meus outros irmãos.

Ela ainda acordou assobrada várias vezes na madrugada, por isso não tinha coragem de deixa-la. Em um desses momentos, ela havia gritado tão alto que minha mãe veio em sobressaltos, confirmar que estivesse apenas sonhando.

- Vai deitar filho, eu fico um pouco com ela. – E quando minha mãe se sentou perto de mim, nós apenas ficamos ali, sem dizer nada. Não era preciso, minha mãe sabia perfeitamente ler os detalhes de mina alma, assim como eu decifrava os traços de preocupação em seu rosto.

Pela manhã, as coisas pareciam voltar ao normal. A não ser pelo receio da Nina em sair sozinha, mesmo que fosse para ir até a casa do Jordan. Tivemos que acompanha-la, e mesmo segurando minha mão, dava para notar que estava assustada.

- Preciso voltar à delegacia hoje.

- Segunda-feira filha. – Minha mãe tocou seu rosto. - Hoje vamos descansar.

O Jordan estava bem, segundo a Vanessa, mas não tinha se levantado ainda. A Nina subiu. Minha mãe ficou conversando com a Vanessa, e o Lucca, estava indo ao encontro do JP.

Quando a Agnes me chamou para dar uma volta, eu tinha em mente exatamente o lugar onde a levaria. Caminhamos pela parte nova do condomínio até chegar em uma casa branca.

- Que linda! Nunca a tinha visto por aqui. – Retirei a chave do bolso, apertei o controle e abri o portão. – O que é isso? – Assim que atravessamos ela se maravilhou com a arquitetura. – De quem é?

Abri a porta do carro e a ajudei sair. Levei-a por entre os arbustos e paramos diante da porta enorme.

- Era essa a surpresa que eu queria te mostrar e não consegui até hoje. Estou comprando esta casa. – Era a primeira vez em vários dias que podíamos sorrir. Ela segurou minha mão e juntos exploramos a casa. Desde o dia em que a vi pela primeira vez me apaixonei. Olhamos onde poderia ser o jardim, o quintal a piscina já construída.

- Um cliente é dono. Ele vende as casas em fase de acabamento. Eu queria que visse está.

- Alguma razão especial para isso? Para me trazer aqui... E me mostrar essa casa que está comprando? - Ela sorriu.

Caminhei até a bancada da cozinha e me sentei...

- Estou com trinta anos. Não tenho uma casa aqui. Não posso viver com minha mãe o resto da vida. – Ela parecia decepcionada. – E também, eu quero ter uma esposa, e filhos. E quero dar aos meus filhos, o que não pude ter... Uma infância. Se não fosse seu pai, talvez eu nem estivesse aqui.

- Você conseguiria mesmo sem meu pai. É esperto e...

- Não Agnes. Eu sei. Talvez o que a gente é... É porque tem que ser., mas talvez até chegarmos aonde se precisa, pode ser que encontremos quem tire nossas oportunidades ou pode nossas chances. E acredite, a maioria dos garotos daquela praça, não encontraram um Lucca na vida. Eu sou privilegiado.

Ela se levantou e começou a subir as escadas olhando cada detalhe... Passando a mão pelo corrimão.

Abriu uma porta... Outra e na terceira ela entrou e deitou-se no chão. Fui até lá e me deitei ao seu lado.

- Eu quero ter um lar. Quero ter uma esposa... Uma pessoa que me ame e que me deixar amá-la. Quero poder conversar com ela sobre meu dia no trabalho e não só sair para a balada.

- Não sei... Estou sentindo que... Você está me pedindo em casamento. - Não conseguia ver o rosto dela, mas sentia a tonalidade de sua voz.

- Não quero passar a vida todo sozinho, mas ao mesmo tempo entendo que você ainda tem muito pela frente e vou entender se...

- Se eu não quiser me casar agora?

- Eu não quero transar com você em um motel, ou no carro, ou ficar te agarrando pelos cantos do jardim. – Ela gargalhou. Não posso tratar você como uma qualquer, porque você não é. Você é única e diferente em todos os sentidos. ente. Você é minha... Para sempre.

- Sou?

- Sim você é. Eu amo a forma como fala... - Fiquei apoiado no braço de forma que eu a olhasse. - Amo a forma como anda, como me olha... Como é bondosa com as pessoas.

- Está se referindo à Sabrine?

- Me refiro a ela sim. Mesmo lembrando-se de tudo que ela fez e quantas vezes quis nos atrapalhar e mesmo assim foi a única de nós todos, que não a abandonou. Mesmo sabendo que por causa dela nós quase não... Ficamos juntos.

- E você agiu como todos os homens fazem. Aliás, isso é coisa do ser humano. A gente ama alguém e de repente toma antipatia da pessoa. Não pode nem ver. Lembro-me que você era o grande defensor da Sabrine... Até me chamava de criança.

- E como você cresceu. E como virou a mulher que tem me ensinado a cada dia que eu não quero mais enfrentar nada sozinho. Quero estar com você. Às vezes pode parecer cedo, mas...

- Cedo? Espero isso desde os meus quatorze anos e você vem me dizer que é cedo?

Nos beijamos ali, no chão... Talvez essa não fosse nossa casa, mas eu já amava aquele lugar.

- Quanto a casa... Parece feita para mim. Eu adoraria ser a senhora deste lugar.

- Quando ele me trouxe aqui semana passada eu só me lembrei de você. Imaginei você aqui com nossos seis filhos... - Ela se levantou bem rápido e assustada.

- O quê? Seis filhos não... No mínimo dois.

- Vá pensando que pode enganar a dona Suzana. Ela não tira essa ideia de neto da cabeça. Talvez a gente possa encomendar um para ela... Hum? - Deitei-a novamente no chão.

- Aí terá que se ver é com dona Vanessa... E não vai prestar.

O Lugar não estava terminado nem mobilhado, mas naquele momento eu me sentia em casa. Seria nossa oportunidade de começarmos juntos... Isso seria novo para mim, já que a Jordânia pegou tudo pronto. Quando a chamei para partir, ela se lamentou, mas era preciso.

Antes de sairmos de lá, ela me pediu um favor, e eu prometi, mesmo sabendo provavelmente não obter êxito...

- Prometo, eu falo com seu irmão sobre esse noivado. 

Paulo - Amor e GratidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora