Paulo
Sábado devia ser dia de festa de balada, mas para falar a verdade, travava uma luta interna, entre ir ao jantar, ou chamar a Nina, o Jordan e a Agnes para assistirmos a um bom filme. Mas segundo a Nina hoje seria o baile da Agnes e como ela não disse nada, cheguei a pensar que me convidaria e não o fez, irei ao jantar na casa da Sabrine. Sei que foi de bom coração a intenção do convite, mas não me sinto nem um pouco animado.
Este não sou eu, somente meu estado de espírito depois de conversar nas redes sociais com alguns amigos e descobrir que minha ex, está dando uma festa hoje em nosso apartamento para apresentar o "noivo". Coitado não sabe o que o aguarda.
Mas enfim, um bom banho deve ajudar.
Entro no chuveiro e deixo que a água percorra meu corpo e depois de uma hora e meia estou me despedindo de minha mãe e indo em direção à casa da Sabrine.
Busco o endereço da Sabrine pelo mapa em meu iphone, e sigo as instruções. Em vinte minutos estou parado diante de uma casa bonita, estilo antigo. Está um pouco descuidada, mas pelo jeito é família tradicional.
Antes passei na floricultura, como ela disse que não tem mãe comprei flores para ela, para o pai não trouxe nada. Como não o conheço não ficaria bem trazer algo que ofenderia o homem.
Vai que trago vinho e é um alcoólatra. Charutos e está tentando deixar o vício. Não! Decididamente não se pode deixar uma má primeira impressão. O Lucca e o Pierre sempre nos alertaram nos mínimos detalhes.
Bato à porta e espero que me atendam. Demora um pouco, mas por fim, a luz da varanda se acende e ela aparece toda radiante. Muito elegante.
- Espero que esteja no horário. – Disse observando que não havia mais ninguém na sala, nem ouvia mais vozes.
- Ah sim, está. Será só você, meu pai e eu. – Um jantar íntimo. Ótimo! Ela fechou a porta e guardou meu casaco. - Sente-se ele não demora aparecer. São para mim? – Só então me lembrei das flores e estendi à ela todo sem jeito.
- Sim.
Depois que voltou da cozinha colocando as flores sobre um móvel, ela sentou-se ao meu lado. E eu que cheguei a pensar estar atrasado, horas depois deduzi estar era muito adiantado. Nosso assunto havia até se esgotado e nada do pai aparecer. Estava quase dando uma desculpa qualquer e ligando para o Jordan para me juntar a eles quando o telefone dela tocou e ela sorriu sem graça comunicando que o pai estava chegando.
E dessa vez era verdade. Cinco minutos depois, a porta se abriu. E nossa conversa que havia voltado ao auge, acabou esmorecendo quando ela percebeu que o pai entrava bêbado.
- Pai...
- Oi filha, desculpe o atraso estive com os amigos até agora e... – Ele dizia com fala enrolada, enquanto travava sua própria luta com a jaqueta de couro. E quando se virou para me cumprimentar... --- O Senhor deve ser... – Pareceu perder a voz.
Naquele momento eu pensei que ele poderia ter me reconhecido de algum lugar, mas o olhar o qual ele lançava era tão profundo e agoniante que comecei a ficar incomodado e a pobre moça também.
- Pai... Esse é o doutor Paulo... Meu chefe. O mesmo que me salvou dos rapazes de quem eu lhe falei, mesmo sem saber que eu iria trabalhar na empresa dele. – Me senti agradecido pela intervenção da garota.
- Como vai senhor? – Estendi a mão, mas ele não fez questão de retribuir o gesto e logo em seguida virou as costas deixando-me totalmente sem ação.
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Paulo - Amor e Gratidão
RomancePaulo, engraxate, amigo de infância de JP, agora um grande administrador e engenheiro, assume a responsabilidade, de ao lado dos amigos, e de seus benfeitores, expandir suas empresas pelo Brasil e na Itália. O que ninguém esperava, nem mesmo ele, é...