Os herdeiros
“Eu vos conjuro, terra e água, pelo demônio que habita em você. E conjuro o destino deste banho para que, enquanto se queima, queime ela (a mulher alvo), que (nome da mãe da mulher alvo) pariu, até que ela venha a mim”. Nomes sagrados, inflamem o caminho e queimem o coração dela”. Feitiço egípcio do novo império para trazer o amor da mulher desejada.
No dia seguinte, Tebas estava em festa com o anúncio de que muito em breve o Egito teria um herdeiro. Os sacerdotes realizavam ritos de boa sorte, estátuas de deuses ligados a fertilidade e a família eram exibidas pelas ruas, pão e frutas frescas eram entregues as crianças órfãos e as gestantes carentes da cidade em nome da rainha.No palácio, uma grande festa que contava com a presença de membros seletos da alta sociedade egípcia era celebrada para comemorar a benção dos deuses sobre o faraó. Pra o Egito a concepção de um primogênito legítimo tinha todo um significado espiritual, acreditavam que Hórus havia estado entre eles e o príncipe ou princesa estava sendo gerado por intermédio do próprio Deus.
O faraó e sua esposa recebiam presentes e inúmeras bênçãos de sacerdotes. Era a segunda vez que Tut passava pelo ritual, infelizmente na primeira vez, nem todos os cuidados e obediência aos costumes religiosos garantiram a sobrevivência do pequeno herdeiro.
Tutmés tinha 16 anos quando teve seu primeiro filho, a criança de sangue puro que unificaria os seus seguidores aos seguidores da rainha Hatshepsut, nasceu morta e levou consigo todas as esperanças do faraó de ver a paz reinar sob o teto do palácio.
Hatshepsut II nunca se recuperou o trauma de perder seu filho recén nascido, de fato a jovem perdeu quase toda as pessoas que amava em questao de poucos anos e isso a encheu de amargura.
Hat, era a segunda das três filhas biológicas de Hatshepsut e Tutmés II. A antiga rainha também adotou um menino, encontrado nas margens do Nilo, que era mais velho que Tutmés III e outra menina filha de uma de suas servas mais leais. Como a tradição mandava, sua filha mais velha Merithé casou-se com seu enteado e sobrinho Tutmés III, que ainda era um menino, logo após a morte do faraó para assegurar a linhagem da dinastia. O casamento acabou antes mesmo que o jovem príncipe tivesse idade para consuma-lo, pois a princesa adoeceu e morreu. Hat deveria casar-se imediatamente com o príncipe, mas as tramas do vizir levaram sua filha Satiah ao cargo de grande esposa real. Hatshepsut II tornou-se sua segunda esposa, porém a garota sabia que assim que tivesse um filho, seu lugar seria de rainha, pois mesmo que Satiah desce a luz ao primogênito, o filho que ela gerasse teria a preferência sob a coroa por ter o sangue puro dos antigos reis.
Hat era uma filha devotada, até então ela sempre fora muito forte, ponderada e inteligente, a rainha via na garota as verdadeiras qualidades de um faraó, enquanto Tutmés um jovem coberto de sonhos gananciosos, parecia ser preceptado demais em suas decisões. Hatshepsut além de questionar se o filho de uma puta era digno da coroa, também temia o futuro do Egito se colocado em suas mãos inesperientes. Criou-se uma tensão enorme em todo o reino, entre os servos leais de Hatsheptsut e os apoiadores de Tutmés, e a gravidez da princesa trouxe esperança que se findaram com o natimorto.
Tutmés estava em campanha quando a criança nasceu, a mãe foi o único consolo da princesa. Mas ela teve de suportar outro luto, meses depois com a morte da rainha e a partida de seu irmão adotivo, que teve de fugir do Egito depois de matar um dos guardas leais do vizir.
Hatshepsut II, jurara que jamais daria a luz a outra criança, ela sepultou seu dever sagrado junto com o menino e com isso Tutmés teve certeza de que jamais teria os servos de Hatshepsut ao seu favor. O casamento tornou-se um fardo pesado aos irmãos, que alimentados por outros, acabaram por se tornar estranhos os quais mal suportavam a presença um do outro.
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Tutmés III - O Faraó Guerreiro - CONCLUÍDA
Ficción históricaSinopse: Após a morte misteriosa da rainha Hatshepsut, o jovem e obstinado faraó Tutmés III toma como missão retomar a grande glória egípcia. Ele cruza o deserto anexando territórios, derrotando inimigos e em pouco tempo sua fama de faraó guerreiro...