Meu Destino

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Alguns dias haviam se passado e o faraó ainda coordenava as buscas para efetuar a prisão de Donkor. Porém, conforme o tempo passava sabia que seria ainda mais difícil encontrar o traidor. No entanto, no momento a maior preocupação era encontrar um modo de frear a investida Mitanni pelas fronteiras egípcias. Na companhia, de Dedun, que com a morte de Neturut fora alçado a general mor, Afílis, Topeke e Nahur eles discutem a melhor estratégia de retaliação, em torno de uma mesa de madeira, onde estavam entalhados dezenas de pequenos desenhos do Deus Seth.

- Temos que rumar ao norte, retomar as fortalezas que foram tomadas e adentrar território Mitanni - diz o general.

- Recebi informações que tropas Mitanni rumam em direção as fortalezas sulistas. Isto procede general? - Questiona o faraó.

- Sim meu senhor, mas retomar as fortalezas nortenhas devem ser nossa prioridade. Podemos aproveitar a cheia do Nilo eles estão ilhados.

- Desculpe-me a intromissão mas analisem comigo, os Mitanni tomaram as fortalezas do norte certo? - diz Nahur cravando um punhal sobre as fronteiras nortenhas no mapa. E continua - Sabemos que eles tem a Líbia como aliado, que seus barcos estão no mar mediterrâneo e vermelho, diz ele cravando outros pequenos punhais e facas.

- Com licença faraó, minhas facas acabaram - Diz retirando o punhal preso a cintura de Tutmés e em seguida o crava no mapa e concluiu - Vejam só!

- Sim, estão nos cercando, acha que não percebemos? - Retruca o faraó.

- Não, porque o sul ainda é a única área que não dominaram e vocês pensam em seguir para o norte.

- Porque o norte é mais importante. Se rumamos ao sul eles avançam pelo Egito em direção às cidades. - Diz o general.

-Não, Nahur está certo, eles não poderão alcançar a cidade durante os meses de cheia. Como disse antes estão ilhados. -Constata o faraó.

- Mas faraó sempre pensei que não lutasse batalhas defensivas, foi o que sempre disse.

- Esta guerra general é no nosso território, é meu povo que vai sofrer. É o mais sábio a se fazer, eles tomaram o norte, tem a proteção das fortalezas levaríamos semanas talvez meses para expulsa-los e adentrar o território Mitani. Enquanto isso o resto de nossa fronteiras ficaria suscetível ao ataque.

-Se é assim que pensa faraó, mas ainda acho que devíamos ir pra cima dos Mitanni com toda a força. Invadir sua cidade e extirpar esse perigo de vez.

- Não general, os Mitanni tem aliados. vamos apenas expulsa-los de nosso território e apenas isso - Diz o faraó.

- Meu senhor desculpe incomodá-lo, mas pediu para avisa-lo quando a princesa despertasse.

O rosto do faraó se ilumina, ele se despede do grupo, arranca sua faca presa ao mapa, faz um sinal para Nahur segui-lo e sai ao encontro da amada.

No quarto, Aliah está em pé próximo a janela. Tut chega silencioso e a abraça por trás encostando seu peito nas costas dela enredando seus braços no entorno de seu ventre.

- Bom dia, meu amor - diz depositando um beijo demorado em sua bochecha.

A garota se vira e o abraça.

- Porque eu dormi por cinco dias?

- O Sunu lhe deu remédios para que dormisse, estava muito machucada, ele queria que ficasse quieta para que pudesse se recuperar e o bebê ficasse seguro. Aliás você nem deveria estar em pé - repreende ele.

- Eu estou bem, Sahiti foi dispensada? Há outra serva em seu lugar, se não se importar quero ela de volta - diz Aliah.

- Infelizmente Sahiti faleceu, ela foi morta, eu sinto muito. Sei que eram amigas. Também perdemos Neturut - fala o faraó com pesar.

Tutmés III - O Faraó Guerreiro  - CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora