Nasce um Deus - Parte II

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Nasce um Deus - Parte II

Nahur vai diretamente ao quarto de Aliah, precisava saber como as coisas estavam e se a princesa já havia tomado uma decisão sobre o segredo que partilhavam, quantos adentra o imenso dormitório, ela está na sacada observando a movimentação do pátio, com um rosto sereno, enquanto alisa o ventre carinhosamente.

— Porque não foi o receber? —ele se aproximando.

—Nahur? — pergunta curiosa ao quase não reconhecê-lo de cabeça raspada — Que saudade! como está? — diz se aproximando e abraçando o amigo.

— Estou bem e você.... Está enorme! — diz ele espantado.

— Eu sei, não precisa me lembrar, então aderiu à moda egípcia?

— Não, os piolhos egípcios adotaram a minha cabeça — diz ele com um sorriso bonito, fazendo a princesa também rir.

— Senti sua falta — ela fala voltando a abraça - lo.  

— Eu não lavei essa farda toda a viagem, se tiver que aderir a “moda egípcia” também não me culpe. Mas bem, o que decidiu sobre aquele assunto?

— Ainda não é a hora.

—Vai esperar até quando? Até que o impostor seja coroado?

— Não, mas contaremos quando ele não tiver que se preocupar tanto com os Mitanni certo?

— Certo — concorda a contra gosto.

Quando o faraó finalmente consegue deixar Satiah, já é madrugada. Ele afaga o rosto do pequeno,  o toma nos braços  e caminha até o quarto de Aliah. A princesa já dorme e ele a desperta com um beijo na face.

— Boa noite, meu amor.

Aliah esfrega os olhos e abre um sorriso, ela o beija antes de perceber a criança em seus braços.

—Pelos deuses é tão bonito e fofinho!— exclama ao perceber a criança.

— É um menino e é saudável, dessa vez os deuses sorriram para mim — diz ele admirando o garoto.

No dia seguinte  faraó se reúne no salão principal com os comandantes, ministros, altos sacerdotes de Tebas e o vizir Ahmés, apesar da vitória nas fortalezas sulistas, o rei pode mensurar o tamanho da ameaça que circundava o reino.  Os Mitanni, tinham dezenas de aliados, milhares de soldados, armas de guerra diferenciadas, barcos e um rei amado por todos que seria seguido em todas aliados decisões e até a morte.

— Sinceramente, eu não entendo faraó, convocar uma reunião com o rei Tushratta? — Convidar nossos inimigos para dentro do palácio? — Questiona o General Dedun.

—O rei Tushratta é um homem nobre, jamais desrespeitaria minha hospitalidade general — responde o faraó.

— Não entendo a razão dessa hospitalidade majestade — diz o vizir.

— Há milhares de anos egípcios e hititas  travam uma guerra interminável, estamos sempre a espulsá- los de nossas fronteiras e eles sempre voltam, cada vez mais fortes. Talvez esteja na hora de tornar nossas diferenças uma aliança e dar um fim nessa guerra de uma vez por todas.

— Aliança? Com os hititas? São nossos maiores inimigos, meu senhor — Questiona o alto sacerdote.

— Sim, e estão mais poderosos do que nunca, tem muitos aliados. Se esta guerra se iniciar em nosso território, ceifará muitas vidas inocentes. Sangue do nosso povo será derramado, nossos templos e construções serão destruídos, nossas plantações serão queimadas. E isto, pode perdurar durante anos e anos e mesmo que vençamos será muito tempo até que nos recuperamos de uma guerra dessas proporções. Farei uma proposta, um acordo de paz a rei Mitanni, se ele aceitar, será benéfico para as duas nações.— Explica o faraó.

Tutmés III - O Faraó Guerreiro  - CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora