Capítulo 12

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DYLAN

Corre de mim agora, chapeuzinho endiabrada. Corre. Mas cuidado, porque o que pode não te pegar aqui, te pega mais gostoso quando menos esperar.

Sorria de lado para a russa que tinha um olhar enviesado. Para o azar dela e o meu divertimento, a tinha pego no pulo. Quando li o que estava naquele papel quase não acreditei. Quase caí no conto do rostinho bonito, se bem que algo me disse desde o começo de que ela não era uma santa.

Claro que não. Era a diaba que ainda seria minha.

A russa dava aulas de tiro, quando eu poderia imaginar? Onde que a mulher detentora das pernas mais sensacionais e da boca mais deliciosa seria tão perigosa? A adrenalina era frenética e pulsante. A diaba também tinha brinquedinhos... ótimo, porque eu tinha um também, pronto e preparado para ser utilizado com afinco nela.

Ekaterina gostava de meter bala? Sem problema algum, adoraria meter algo nela.

Muita calma, Dylan. Não vá com muita sede ao pote, foi o que ela disse. Paciência era uma virtude que sabia utilizar, eu prometia ir com calma, mas quanto mais devagar, pior seriam as consequências depois. Quando eu alcançasse o pico, não haveria nada que pudesse me parar. 

— Americano — com claro desdém e sem um pingo de aparente alegria em me ver replicou, conforme colocava a prancheta sobre o balcão, soltou o ar que prendia e fechou os olhos.

Fiquei observando atentamente todos os seus pequenos gestos. Era meticulosa em tudo, até suas reações seguiam um padrão de perfeição que condiziam especialmente a ela. Seus dedos finos batucaram algumas vezes em cima das folhas de papel e seus olhos então voltaram a me encarar de frente.

Medo não fazia parte de seu vocabulário. Nem se esconder do oponente.

Ekaterina cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas que a deixaram com uma pose autoritária e obstinada. Se ela imaginasse o que aquela carinha fazia comigo pensaria duas vezes antes de reproduzi-la novamente. Ah, meu sonho mudar sua expressão de incredulidade para uma de constante satisfação. E de preferência no meu colo.

Tinha meu braço esquerdo apoiado no balcão, o peso do corpo jogado sobre uma perna e o olhar fixo na diaba russa que parecia não acreditar que eu realmente estava ali. Percorri seu rosto que livre de qualquer maquiagem a deixava ainda mais bonita, mesmo sem nada que realçasse o que ela tinha de melhor, os lábios atrativos e os olhos hipnotizadores eram os mesmos.

— Russa, se eu soubesse que era professora, teria vindo fazer aulas particulares mais cedo. Agora mais do que nunca tenho plena convicção de que o ensino desse país é da melhor qualidade. Desse jeito, serei um aluno nota dez. Sugiro que já deixe preparada minha estrelinha de honra ao mérito.

Ela soltou uma risada descrente, os vincos em sua testa se acentuaram e seus dentes puxaram o lábio na tentativa de não pirar. Dando dois passos para frente achegou-se a mim. Caso ela pensasse que ficaria incomodado com sua postura austera, o tiro havia saído pela culatra. Inclinei o rosto levemente para o lado e cruzei as pernas, vendo a mulher diante de mim mostrar que queria me matar.

— O que quer aqui, americano?

— Pra você é Dylan, russa. Pode me chamar assim, é bom que se acostuma, vai falar esse nome por um bom tempo.

Estávamos bem perto, ao ponto que respirava seu perfume adocicado inebriante. Ekaterina até tentou esconder, mas consegui ver o leve brilho em seus olhos e o leve repuxar em seus lábios que por pouco não culminou em um sorriso de lado.

— Ainda não respondeu minha pergunta, Dylan — tomando uma lufada de ar, perguntou num sussurro tão malandro e nada inocente que me fez estreitar os olhos e me aproximar ainda mais. Como diria Nathan, que mulher sensacional. Estar perto assim era incentivador ao máximo.

SEDUÇÃO FATAL [HIATO]Onde histórias criam vida. Descubra agora