DYLAN
Era uma sentença de morte. Uma bifurcação com apenas dois caminhos que podiam ser seguidos. E tinha certeza de que se eu não fizesse ou não falasse as coisas certas, uma bala seria cravada na minha cabeça. O melhor seria descobrir de qual lado ela viria.
Ou do lado russo.
Ou do lado americano.
Difícil saber qual seria a alternativa menos fodida. Mas considerando que os meus planos dependiam de uma conversa aparentemente inofensiva, eu não podia ferrar com tudo. Mesmo com a ansiedade me corroendo, me sentia mais vivo do que nunca. Era a oportunidade que precisava. Se todos os peões fossem colocados nas posições certas, seria xeque mate.
E porra, ansiava por aquele momento desesperadamente.
Nunca negaria quem eu era, nem de onde vinha. Apesar de tudo, era o que eu amava e sentia prazer. Vivi à sombra de alguém que não tinha qualquer tipo de limite, e bem, eu não era tão diferente assim. Existiam marcas cravadas na minha pele que ultrapassavam as tatuagens e todo o resto.
Era a maldição que carregava por ter sido gerado no epicentro do errado. Nada mais correto do que viver no lugar mais pervertido, sujo e pecador da terra. As coisas não eram por acaso. Meu sangue nunca seria limpo ou livre de máculas.
Eu era um maldito anjo caído.
E por pior que parecesse, adorava ser aquilo. Minha moral era corrompida, minhas motivações geralmente não resultavam em coisas boas. Mexia com pessoas piores do que eu, mentia quando necessário, arrumava um jeito das coisas se encaminharem para o meu próprio bem e para o da corja que chamava de família.
Éramos todos uns desgraçados manipuladores.
Desprezava a maioria e os que sobravam eu odiava. Mas os defenderia contra quem fosse. A velha máxima que seguia à risca. Eu podia falar o que quisesse deles. Expor toda a verdade imunda que os sintetizava. Arrancar as máscaras e revelar suas facetas mentirosas.
Os outros não.
Irônico certamente.
Absurdo definitivamente.
Contraditório absolutamente.
Não haveria misericórdia.
Nem para eles. Nem para mim. Nem para nenhum que fizesse parte daquilo. E para sacramentar de vez a minha condenação, queria levar Ekaterina para aquele mundo que não pertencia a ela. Minha consciência sabia o quanto era imoral e leviano. Porque sem dúvida eu não jogaria limpo para fazê-la minha.
Mais do que uma foda aleatória. Mais do que uma noite que esqueceria com o passar do tempo. Mais do que uma gozada irrelevante. A queria do meu lado, com aquelas pernas enormes e olhos verdes. Pureza e malícia. Era luz e escuridão. A filha da mãe era foda em todos os sentidos.
Os pensamentos me deixavam inquieto porque ela significava tudo o que eu não queria.
Mas a diaba era uma maldita desgraçada.
Existia uma grande possibilidade dela não me querer depois de saber quem eu era e o que me rodeava. Simplesmente me escorraçar da sua vida como se nunca tivéssemos nos cruzado.
Mas era algo que eu arriscaria.
Querê-la era mais do que uma vontade surreal, era a necessidade de tê-la comigo em todo tempo. Porra de noite em que coloquei meus olhos sobre ela, desde então, eles nunca mais se desviaram. Permaneceram fixos na dona do vestido vermelho que tinha o gosto mais sensacional. Saboreei seu exterior e interior.

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SEDUÇÃO FATAL [HIATO]
Romance[+18] Dispa-se de todas as algemas e vista-se da liberdade de ser quem e o que desejar. ▪▪ Dylan Travis cresceu sabendo que nada em sua vida era ordinário. Com um pai autoritário e exigente, uma família que coman...