Capítulo 37

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Sábado tem mais ❤
Fora do limbo estamos, obrigada pela paciência com a minha pessoa <3






KATE



A cidade era exatamente o que eu esperava.

Barulhenta, iluminada e te prendia a atenção, com os letreiros psicodélicos, os holofotes coloridos, os outdoors exagerados e com imagens de famosos, e claro, sem esquecer, as pessoas fantasiadas pelas ruas. De personagens de televisão, filmes, a cantores e celebridades, e outros que eu não fazia ideia. E por mais que aquela visão fosse o que eu conhecia de ouvir falar e de ver na televisão, ainda assim era diferente. Me ocupava de ver tudo sabendo que ao meu lado Dylan tinha o olhar bem atento sobre mim, na expectativa de não perder nenhuma reação minha.

De propósito, não dei o que queria.

E claro que ele sorriu.

Assim também foi inevitável o sentimento e o pensamento de: mais do que nunca, ali seria a minha casa. Eu estava ali, aceitei estar com ele, deixei que entrasse na minha vida e fizesse a bagunça que fez. O problema não era comigo, sabia me virar muito bem com qualquer coisa, a questão em si era a espertinha que estava muito mais animada do que eu. Encarei Natasha apenas para reafirmar o que já sabia, absolutamente encantada.

Pudera, na Rússia era gelo, frio e a imensidão fria.

Ali era quente, exagerado, diferente do que ela estava acostumada a ter.

Não me era difícil antever o que estar naquela cidade geraria nela.

E não contaria nem tão cedo que estávamos no país onde se comprar era mais fácil do que respirar, provavelmente.

Absorta por tudo o que via, comecei a estranhar quando nos afastamos demais do centro da cidade. A paisagem da metrópole foi sendo deixada para trás. Os prédios, hotéis e cassinos a se perder de vista passaram a ficar longínquos. As ruas passaram a serem menos movimentadas, assim como as construções. Casas com cercas brancas e jardins bem cuidados deram lugar à loucura. O típico subúrbio norte-americano que tanto ouvi falar agora estava cara a cara comigo. Encarei Dylan daquela vez, de olhos franzidos, silenciosamente querendo saber para onde estávamos indo.

Ele percebeu a minha dúvida, e como resposta, pegou na minha mão, entrelaçando seus dedos aos meus.

— Não devíamos ir para o hospital? — perguntei num sussurro.

— Temos? — respondeu, arqueando a sobrancelha — Não lembro disso não.

Rolei os olhos.

Sabia que ele adorava quando eu fazia aquilo, mas tinha coisas que Dylan dizia que se mostravam impossíveis de não serem respondidas daquele jeito. Mas o pior nem era aquilo, o pior era que eu aguardava em segredo o que ele faria como retaliação, até porque, foi bem enfático, várias vezes, ao dizer que eu pagaria por aquilo.

Eu realmente não era mais a mesma.

E o devasso era o culpado.

— A bailarina — indiquei Natasha com a cabeça. — Onde pretende levá-la se não para um?

— Para a nossa casa, onde mais seria?

— Como assim casa? Ela precisa de...

— Shh... — me silenciou, pondo o dedo indicador sobre a minha boca — eu disse que daria o melhor para ela. E esse sou eu fazendo o melhor. Sempre achei hospitais horríveis, por isso dei um jeito, com aval de quem estende do assunto, é claro, e acho que encontrei um jeito que seja menos traumático e confortável para todos. Quando chegarmos lá, vai entender do que estou falando.

SEDUÇÃO FATAL [HIATO]Onde histórias criam vida. Descubra agora