KATE
Me sentia leve. Completamente relaxada. Como se pisasse em nuvens. Mesmo o corpo estando um tanto dolorido depois de tanto contorcionismo. Dylan acabou comigo, no melhor sentido da palavra. A dor, apesar de continuar sendo dor, era boa. Daquelas que você não reclamava de sentir no dia seguinte, porque a sua origem foi algo muito bom.
O colchão debaixo de mim era confortável, o travesseiro que minha cabeça se apoiava também, a temperatura naquela faixa perfeita para te fazer suspirar com o deleite.
Tudo, absolutamente, perfeito.
— Mamãe, mamãe...
A voz era longe, um sussurro. Pensei que fosse um sonho, como um dos muitos que tinha com Natasha sendo a protagonista principal. Esperei que o show começasse na mente, toda a fantasia que cercava o mundo dos sonhos, mas ele não aconteceu, não deu ao menos um tchauzinho, porque em vez disso, uma mãozinha passou a me cutucar, em seguida meu braço ser alisado, meu rosto acariciado e um dedinho fino se afundar na bochecha.
— Mamãe, você tá dormindo?
Não pelo que me lembrava.
Mas com um sobressalto abri os olhos pesados, me esforçando a enxergar com clareza seu rostinho que me encarava com curiosidade, caindo em si que sim, tinha dormido quando deveria estar contando a história da Cinderela.
— Hã... — ainda desorientada, passei o dorso da mão no canto da boca, removendo qualquer indício de baba — não, não estou, meu amor.
Sorrindo sem graça, ajeitei o cabelo, tentando parecer decente.
Sua testa franzida e as sobrancelhas unidas diziam que duvidava de mim.
— Tá acordada agora — me acusou. — Mas antes não. Antes tava dormindo sim, eu vi. Te chamei um montão de vezes e você não me respondeu. Parecia uma estátua.
Disse, numa careta.
Fui pega.
— Dormiu tarde? — ela disse — Porque você sempre me diz que se eu dormir tarde vou acordar muito cansada — sua inocência foi um belíssimo de um tapa na minha cara. — O que ficou fazendo pra ficar assim?
Merda.
— Hã... — tentei pensar rápido em algo que não denunciasse e piorasse a minha situação embaraçosa — bem...
— Ficou brincando com o papai?
Minha primeira reação foi arregalar os olhos e engolir o nervoso goela abaixo.
Por que crianças tinham poderes de saber falar o que nos constrangia sem nem ao menos saber que estavam certas?
Só podia ser Deus nos avisando que não passávamos de pequenos malfeitores.
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SEDUÇÃO FATAL [HIATO]
Roman d'amour[+18] Dispa-se de todas as algemas e vista-se da liberdade de ser quem e o que desejar. ▪▪ Dylan Travis cresceu sabendo que nada em sua vida era ordinário. Com um pai autoritário e exigente, uma família que coman...