Capítulo 39

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KATE





Me sentia leve. Completamente relaxada. Como se pisasse em nuvens. Mesmo o corpo estando um tanto dolorido depois de tanto contorcionismo. Dylan acabou comigo, no melhor sentido da palavra. A dor, apesar de continuar sendo dor, era boa. Daquelas que você não reclamava de sentir no dia seguinte, porque a sua origem foi algo muito bom.

O colchão debaixo de mim era confortável, o travesseiro que minha cabeça se apoiava também, a temperatura naquela faixa perfeita para te fazer suspirar com o deleite.

Tudo, absolutamente, perfeito.

— Mamãe, mamãe...

A voz era longe, um sussurro. Pensei que fosse um sonho, como um dos muitos que tinha com Natasha sendo a protagonista principal. Esperei que o show começasse na mente, toda a fantasia que cercava o mundo dos sonhos, mas ele não aconteceu, não deu ao menos um tchauzinho, porque em vez disso, uma mãozinha passou a me cutucar, em seguida meu braço ser alisado, meu rosto acariciado e um dedinho fino se afundar na bochecha.

— Mamãe, você tá dormindo?

Não pelo que me lembrava.

Mas com um sobressalto abri os olhos pesados, me esforçando a enxergar com clareza seu rostinho que me encarava com curiosidade, caindo em si que sim, tinha dormido quando deveria estar contando a história da Cinderela.

— Hã... — ainda desorientada, passei o dorso da mão no canto da boca, removendo qualquer indício de baba — não, não estou, meu amor.

Sorrindo sem graça, ajeitei o cabelo, tentando parecer decente.

Sua testa franzida e as sobrancelhas unidas diziam que duvidava de mim.

— Tá acordada agora — me acusou. — Mas antes não. Antes tava dormindo sim, eu vi. Te chamei um montão de vezes e você não me respondeu. Parecia uma estátua.

Disse, numa careta.

Fui pega.

— Dormiu tarde? — ela disse — Porque você sempre me diz que se eu dormir tarde vou acordar muito cansada — sua inocência foi um belíssimo de um tapa na minha cara. — O que ficou fazendo pra ficar assim?

Merda.

— Hã... — tentei pensar rápido em algo que não denunciasse e piorasse a minha situação embaraçosa — bem...

— Ficou brincando com o papai?

Minha primeira reação foi arregalar os olhos e engolir o nervoso goela abaixo.

Por que crianças tinham poderes de saber falar o que nos constrangia sem nem ao menos saber que estavam certas?

Só podia ser Deus nos avisando que não passávamos de pequenos malfeitores.

SEDUÇÃO FATAL [HIATO]Onde histórias criam vida. Descubra agora