Capítulo 15

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KATE




Uma risadinha ao meu lado despertou minha atenção. De novo não. Lá vinha ele com alguma gracinha. Com a boca ainda aberta e os olhos semicerrados, virei o rosto e o olhei me encarar com uma expressão de escárnio.

— O que foi? — ressabiada perguntei, Dylan tinha a cabeça inclinada e um dedo que batucava o queixo. Via em seus olhos que se segurava para não me infernizar ainda mais. Não seria a primeira vez no dia. Não bastou a piadinha infame que fez quando me limpou. "Tá sujinha hein, vai uma mãozinha?"

Doido.

— Apenas não imaginei que fosse ficar tão envergonhada depois de foder alguém — Dylan deu de ombros e mordeu o pedaço de pão. Mastigava com o olhar atento em mim, escaneando qual seria a minha reação.

— Não estou envergonhada — assegurei convicta, e realmente não estava. Seria uma bela ironia da minha parte. Dormi com alguém que não sossegou até conseguir o que queria e eu ainda não estava satisfeita. Essa parte ele não sabia exatamente e nem precisaria. O homem desconhecia o que a palavra limite significava. Em todos os sentidos e formas possíveis.

— Está sim.

Rolei os olhos e neguei mais uma vez.

— Não estou mesmo, se não fiquei quando o deixei limpar minhas costas com o seu gozo, não seria agora que sentiria. Além do mais, depois do que fizemos, não faria o menor sentido. Ou esqueceu que a minha bunda está vermelha por causa dos seus tapas? Capaz de você ter escrito seu nome nas minhas pernas apenas com a marca dos seus dentes.

Dylan soltou uma risada e colocou as mãos sobre a barriga. Ele gargalhava com vontade, até que pouco a pouco seu corpo foi tombando para trás, caindo sobre o travesseiro que amorteceu sua queda. De braços cruzados, sorria vendo o homem mais insano e maluco que conheci na vida não se conter.

— Isso aí é meio difícil de esquecer, acredita que a marca da minha mão ficou certinha nela? Todos os cinco dedos, perfeitamente delineados. Isso sem contar que a minha terceira perna também deixou sua contribuição. Russa, puta que pariu, tu é foda pra caralho. Mas tenho certeza de que adorou tudo o que fiz.

— E quem disse que gostei? — dei um meio sorriso. Nossa relação basicamente inexistente era mais divertida do que poderia imaginar. Ele constantemente jogava alguma piadinha ácida e eu não pensava duas vezes em devolver.

— E você acha que eu acredito? Russinha pernuda, eu sei que ficou doidinha quando chupou meu pau. Pode admitir. Diz aí... — cutucou minha perna e fez uma cara sacana — não foi bom dar umas lambidas espertas no piercing lá embaixo?

Coloquei as mãos sobre o rosto. Dylan com certeza queria me ver que nem um pimentão. Ficava colocando a ponta da língua para fora da boca, quase que lambendo o ar.

— Foi, achou que eu diria não?

Ergui a sobrancelha e o desafiei. Me ver envergonhada? Rá. Ele não estava nem perto de me deixar assim. Afrouxei o aperto que fazia evitando que o lençol descobrisse meu corpo. Não ligava. Ali, podia ser quem eu quisesse e como quisesse. Não poderiam apontar o dedo ou me julgar.

O tecido fino foi escorregando num movimento sutil, revelando meu corpo que em segundos ficou desnudo diante de seu olhar lascivo. Girei o corpo sobre a cama e fiquei de joelhos. Mantendo-me focada nele e no que ansiava obter mais uma vez. Dylan esticou o braço até que tocasse em minha coxa, seus dedos delicadamente se enveredando sobre minha pele, trilhando um caminho furtivo. Subindo e instigando. Fechando os olhos, suprimi os arrepios que me incendiavam da cabeça aos pés.

SEDUÇÃO FATAL [HIATO]Onde histórias criam vida. Descubra agora