KATE
Seu polegar escorregou da minha bochecha, numa carícia sutil e delicada, como se escovasse minha pele, deixando suas digitais por toda parte. Chegou então à minha boca, cuidadosamente, contornou-a enquanto seus olhos não deixavam os meus.
O lábio inferior foi puxado para baixo, seu dedo, ininterruptamente, deslizando sobre ele. Dylan sorria de lado, visivelmente satisfeito com a visão que tinha. E não seria para menos, ele fazia o que queria e eu apenas deixava. Quando a ponta da minha língua tocou seu polegar, o vi trincar o maxilar e seus olhos escureceram de um jeito que eu ainda não tinha visto. Percebi o que aquilo fez com ele e me senti triunfante por saber o quanto eu o afetava.
Sua respiração ficou ruidosa e o que poderia ser uma brincadeira por parte dele se transformou.
Era o mais puro desejo, combinado a uma ânsia exorbitante que resultava em uma fome substancial que exalava de cada poro dele. Vontade de me possuir do jeito mais cru, carnal e visceral possível.
— Se você soubesse o que isso faz comigo, teria mais cuidado Ekaterina.
Ouvir meu nome ser pronunciado por ele, grave, rouco, cheio de uma maldade desmedida, mexia com emoções que me deixavam de ponta cabeça.
— E o que você quer fazer comigo? — sussurrei, minha voz era baixa e ansiosa, repleta de uma expectativa que tempos atrás me causaria espanto, mas naquele momento não. Naquele momento eu só o queria.
Seu rosto ficou sombrio. Seu outro braço estendeu-se e rodeou minha cintura, puxando-me para ele. Minhas mãos foram para seus ombros, ou eu me apoiava nele, ou fatalmente minhas pernas que mais pareciam gelatina fariam todo o trabalho de me levarem para o chão. Minha respiração quase afoita chocava-se em seu pescoço, sentia o gelado de seus piercings nos mamilos que imprensavam minha pele febril.
Não havia muita coisa que nos separava. Eu vestia uma camisola fina, o tecido se moldava perfeitamente ao meu corpo. O casaco que eu colocara não servira como barreira também. Com o nosso movimento de aproximação, abriu-se como um véu, revelando o tesouro escondido que repousava por detrás. Meu coração falhava algumas batidas, mas ele não ficava atrás. Sob a palma da minha mão sentia o ritmo acelerado da sua pulsação.
Com a ponta dos dedos fiz movimentos circulares sobre sua clavícula, como se fosse a primeira vez que estivéssemos tão colados, como se estivéssemos nos conhecendo, descobrindo um ao outro, desvendando cada pedaço de pele. Subi mais um pouco, usando as unhas para arranhar seu ombro. Seu aperto em minha carne ficou mais forte, a mão inflexível me agarrava com certa rigidez.
Era óbvio no que aquilo ali resultaria. E mais do que isso, ambos queríamos com a mesma intensidade e volúpia.
Assim como eu me sentia molhada, também notei sua ereção dura contra a minha perna. E mesmo por cima da calça que vestia, constatava o quanto pulsava. Meu olhar baixou e depois se ergueu, e a lembrança do que Dylan tinha em seu pau me fez salivar. Safado.
— Se quiser isso o que está na sua cabecinha nada pura, vai precisar deixar que eu entre primeiro — respondeu uma oitava abaixo, ainda tocando meus lábios – e a língua – com o dedo.
— Onde? — me fiz de desentendida — Na minha casa ou no meio das minhas pernas?
A indagação o fez dar aquele sorriso descarado de sempre. Minha boca foi deixada de segundo plano, e como serpentes que espreitavam a presa, seus dedos agarraram meu cabelo, forçando minha cabeça para trás, e meu rosto, consequentemente, para cima.
— Nos dois, se possível — afirmou. — E se você fosse uma menina boazinha, não deixaria. Mas como sei o quão má pode ser, vide a sua natureza pecaminosa, afinal, me lembro bem o que disse sobre se ajoelhar...
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SEDUÇÃO FATAL [HIATO]
Romance[+18] Dispa-se de todas as algemas e vista-se da liberdade de ser quem e o que desejar. ▪▪ Dylan Travis cresceu sabendo que nada em sua vida era ordinário. Com um pai autoritário e exigente, uma família que coman...