KATE
- Olá.
Porcaria de vontade de dormir com alguém. Quem disso isso? Argh, merda. Nina, você iria me pagar. O efeito da tequila foi mais do que certeiro. Droga, Kate. Adoraria saber onde minha resistência alcoólica tinha ido parar, porque obviamente que em meu corpo não havia sobrado uma única pista.
Estava amolecida pela tequila e a um passo de estar rendida aos belos e pecaminosos olhos do estranho que sorria sem medo algum de transparecer seu real interesse. Não precisava ser nenhum gênio. Aquele ali pensava que me levaria para a cama. No sentido mais cru da palavra, queria me comer.
Ri insanamente dentro da cabeça, até ver sua língua umedecer os lábios. Engoli em seco quase arregalando os olhos. Segurei o fôlego, focando na boca que tinha certeza que me faria ver as estrelas. Por um breve momento imaginei a sensação de tê-la percorrendo meu corpo. Precisamente no lugar aonde ninguém chegava perto havia tempo demais.
A excitação borbulhava dentro de mim. Queria me convencer que era a maldita bebida mexicana falando, ou então a falta de sexo mesmo.
Toda a atmosfera caótica e insana ajudava o meu senso a não funcionar perfeitamente. Ouvia ao fundo as risadas e palavras de incentivo para o desconhecido vinda daquela que escutaria um monte mais tarde. O pior de tudo? Desejava que o desconhecido se embebedasse no meu corpo.
Problema resolvido. Sexo era a resposta. Ou a falta dele.
Por que eu gostei tanto do jeito que ele pronunciou meu nome? Foi quase subversivo, ao ponto que remexi levemente o quadril. O estranho era misterioso e intrigante. E me fazia querer rebolar no colo de alguém. O dele não seria tão mal.
Meu Deus do céu. Não acreditava que a Kate sem pudores decidiu que seria uma boa hora de dar as caras. A mantive reclusa temendo que ela desse a louca, e o dia havia chegado.
Ele sorriu com a minha resposta e se aproximou ainda mais. Minha boca entreaberta puxava o ar. Meus olhos miravam seus lábios avermelhados e provocadores. O desconhecido reparou na minha sutil análise e sussurrou. Baixo. Quente. Sensual.
- Posso? - pediu, meneando a cabeça para indicar meu corpo. Algo extremamente nada usual acontecia. Porque eu queria ver o que ele faria. Provar se ele era aquilo tudo que tentava mostrar.
Assenti reprimindo meu sorriso. Não daria corda. Ele queria provar, eu queria testar. Ao menos foi educado em pedir permissão. Era esperto e sagaz. Aquela sedução perspicaz e acobertada era estimulante demais.
Oh, Kate. Corra, ou será fatal.
Seus dentes surgiram brilhantes e satisfeitos em decorrência da minha permissão. Estendendo o braço, pegou algo que não me preocupei em ver o que era. Infame loucura que me entorpecia. Algo nele era magnético. Por mais que eu quisesse, não conseguia desviar de sua figura atrevida e confiante.
Ali, na noite que marcaria minha memória por ser a mais desvairada, ansiava por descobrir mais. Literalmente me lançar no desconhecido. Todas as minhas convicções de não sair beijando qualquer um se provavam altamente refutáveis.
Quase me entreguei de vez quando seu nariz inspirou na curva do meu pescoço, aspirando meu perfume. Suave. Gentil. Uma puta atração que me corrompia. De olhos fechados, apenas sentia e absorvia tudo, até que o toque de algo sendo despejado em meu punho me despertou.
Curiosa, fitei o que ele fazia. Com delicadeza, sacudia o saleiro no ar, salpicando o sal em minha pele. Mirou-se em mim e deu um risinho de lado. Estreitei os olhos. Cautelosa. Atenta. Cobiçosa.

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SEDUÇÃO FATAL [HIATO]
Romance[+18] Dispa-se de todas as algemas e vista-se da liberdade de ser quem e o que desejar. ▪▪ Dylan Travis cresceu sabendo que nada em sua vida era ordinário. Com um pai autoritário e exigente, uma família que coman...