O golpe, a descoberta e o acordo (corrigido)

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Acordei na manhã seguinte com uma sensação estranha, não me lembrava de dormir tanto ou até tão tarde, mas o que realmente tava me causando estranheza era aquele silêncio. Para minha surpresa naquela manhã, eu encontrei minha família reunida na sala, meu irmão estava com a roupa da noite anterior e com a namorada ao seu lado, nada de anormal exceto a cara dos meus pais e o fato de Rebeca ter lagrimas nos olhos.

- Bom dia gent! Que caras são essas? Reunião de família às 9 da manhã? – eu brinco.

- Senta Nath, seu pai e seu irmão têm algo pra nos dizer.

Minha mãe estava mais seria do que o habitual, eu resolvi não fazer graça porque meu sensor de alerta estava pedindo para eu me preparar.

- Então, quem vai começar? – pergunto.

- Bom, acho melhor eu começar. – meu irmão fala – É... Pessoal, a Rebeca está grávida. Nós vamos ser pais.

- Que merda João! Não, não, isso não pode ta acontecendo agora. – meu pai levanta do sofá com as mãos na cabeça.

- Qual é o problema? Tudo bem, beleza eu sei que a gente se adiantou, mas eu amo a Rebeca, a gente vai casar de qualquer jeito. Pai, eu vou assumir minhas responsabilidades, eu sou um homem honrado e aprendi isso com o senhor.

- Eu sei filho. – meu pai respira – Estou orgulhoso de você por isso e queria muito ficar feliz, mas o que vamos dizer aos pais da Rebeca? Vocês escolheram o pior momento pra isso.

- Acalme-se Adolfo, não podemos fazer mais nada a não ser apoiá-los agora, lembre-se que com a gente aconteceu o mesmo e infelizmente com nosso filho está só se repetindo a história.

- Eu sei Clara, é que... Podemos não ter uma casa para abrigar essa criança quando ela nascer.

- Que história é essa, Adolfo? O que está acontecendo? – meus pais se olham e meu pai baixa a cabeça.

- Pai? – eu o chamo – A visita do senhor Arabão tem haver com o que o senhor tem a nos dizer?

- Infelizmente sim, filha.

- Pai, o que aquele homem veio fazer aqui? – meu irmão pergunta.

- Adolfo, eu achei que esse assunto já tinha sido resolvido. – minha mãe questiona. – Agora até eu quero uma explicação se for o que eu estou pensando. – ela completa.

- Vocês lembram quando João ficou doente? Então, nós não tínhamos dinheiro e a mãe de vocês eu estávamos desesperados, eu não sabia o que fazer e João precisava fazer uma cirurgia com urgência, a recuperação dele dependia dessa cirurgia e eu não tinha o dinheiro para pagar. No momento que o medico me disse isso eu fiquei louco, eu só pensava em salvar a vida do meu filho e num ato de desespero eu procurei o senhor Arabão. Eu peguei a quantia necessária pra pagar os custos do hospital e assinei algumas promissórias dividindo o valor, sua mãe e eu trabalhamos muito duro pra pagar e conseguimos. Restava só uma promissória para eu pagar e foi o que fiz. Eu fui pagar e nesse dia ele foi muito amigável e recebeu meu dinheiro, até me convidou pra tomar um trago com ele e eu estava tão feliz crente que ia me livrar dele que só vim perceber o que ele fez depois. – meu respira e continua – Eu me dei conta de que não peguei a promissória então voltei lá, foi ai que veio o baque. Ele disse que eu não havia quitado nada e que eu tinha bebido muito e que sai de lá sem pagar nada, que a promissória estava do mesmo jeito.

- Deus! Por que você não me disse nada Adolfo? Escondeu isso da gente sem motivo, você não teve culpa.

- Eu não quis preocupar você Clara. Você estava feliz achando que a gente tinha se livrado que eu não quis estragar, a minha vontade era de matar aquele velho miserável, ele me enganou, eu tenho certeza que paguei e não tomei mais um gole de tequila, eu juro. Mais o que era a minha palavra diante da de um homem como ele? Eu pedi mais um prazo pra pagar e ele deu, o problema foi o juro abuso que foi se acumulando por eu não conseguir pagar e quando dei por mim a divida tinha tomado proporções gigantescas.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora