Dores de cabeça

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Eu estava tentando me concentrar mais fui traída por meus desejos mesmo meu cérebro me mandando sinais de alerta o tempo todo. Aquele quase beijo era motivo de sobra pra eu entender o perigo que estou correndo com toda essa aproximação com Jonatas Almonte. Essa não é a primeira vez que isso acontece e se não fosse o Gustavo com certeza eu teria estragado tudo e teria deixado ele me beijar, pois tudo que eu queria era que ele usasse seus poderes e congelasse o tempo lá fora e me fizesse descobrir qual é a sensação de sentir as famosas borboletas no estômago que todo mundo fala e deixasse a chama da paixão queimar minha pele fazendo eu me sentir viva de verdade ao menos uma vez.

Eu aproveitava os momentos de concentração dele para observá-lo e me perguntava se seria possível que um homem como ele se apaixonasse por mim, ele poderia ter a mulher que quisesse aos pés dele inclusive eu que vergonhosamente também me rendi. (Como seria beijá-lo e sentir seus braços me envolvendo?) Chega desses pensamentos eu to parecendo a Dinah.

De repente eu o vejo se recostar na cadeira e os olhos em uma expressão sofrida, ele sofre de enxaqueca e acredito que ele está sentido uma de suas crises agora.

- Vamos parar um pouco. – ele ordena.

- Sente-se bem? Senhor Almonte?

- Sim, e me sentiria melhor se me chamasse de Jonatas como combinamos, lembra?

- Me desculpe, acho que não vou conseguir.

- Acho bom começar a tentar de verdade, Nath. – ele me chama pelo apelido.

- Vou tentar. Jonatas! – eu rio e logo ouvimos baterem na m porta.

- Com licença crianças, vim chamá-los para almoçar – dona Verônica fala.

- Obrigada tia, já tínhamos parado mesmo. Tia, a senhora poderia acompanhar a Natalie? Eu só vou fazer uma coisa antes mais já encontro com vocês. – ele levanta da cadeira com a mão em uma das têmporas.

- Está se sentindo bem, filho? – ela pergunta.

- Sim, não se preocupe. – ele se aproxima e beija sua cabeça carinhosamente e sai nos deixando sozinhas.

- Meu sobrinho está com dor de cabeça, não é?

- Ele não quis dizer nada mais acredito que sim. Dona Verônica? Perdoe a indiscrição, mas, acho que o Jonatas não está muito bem. Talvez ele devesse procurar um médico.

- Meu sobrinho é muito teimoso, eu já tentei falar com ele que sempre desconversa e diz que está tudo bem. Estou muito preocupada com essas dores de cabeça dele, elas estão cada vez mais fortes e freqüentes e ele acha que consegue esconder de mim.

- Se ao menos soubéssemos o que está causando essas dores, ficaria mais fácil ajudá-lo.

- Jonatas é como uma muralha intransponível e quando está com problemas, se fecha ainda mais. Por que não fala com ele? Talvez a você ele escute.

- Quem? Eu?

- Sim, querida. Você.

- Com todo respeito senhora, mas acho que não tenho esse poder. O seu sobrinho me acharia uma intrometida e com razão, isso na melhor das hipóteses porque na pior ele me demite por está sendo invasiva.

- Nath, você conseguiu fazer meu sobrinho entrar em um hospital! Isso foi algo inesperado até pra nós que somos a família dele, por que acha que não conseguiria fazê-lo ter uma simples consulta médica.

- A senhora está me dizendo que o Jonatas não gosta de hospitais e que por minha causa ele entrou em um?

- Exatamente. Meu sobrinho sofre de algumas fobias Nath, hospitais é só uma delas, e só o fato dele ter te levado e permanecido lá com você já foi uma vitoria e tanto e não vou nem mencionar que você é a primeira mulher que ele convida pra vir aqui em casa. Este lugar onde estamos é a válvula de escape do meu sobrinho, é a fortaleza dele e ele te trouxe diretamente pra cá.

- Eu não sabia. Eu achei que a agonia dele aquele dia foi por culpa de não ter me avisado que a escada tava quebrada. – eu me surpreendi com a revelação de dona Vero.

- Na verdade ninguém sabe. Apenas Gustavo e eu que evitamos falar sobre isso porque Jonatas não gosta muito. Nath, eu não sei por que estou te falando essas coisas mais se estou contando deve ter alguma razão aqual não faço idéia, mas, posso contar com a sua descrição, não posso?

- Claro! Pode contar comigo na descrição e no que mais precisar. Não sei se vou conseguir, mas prometo tentar falar com ele.

- Obrigada querida. – ela agradece com o que imagino serem lagrimas se formando em seus olhos.

- Não precisa agradecer, para mim será um prazer ajudar e que tal irmos logo porque Marta me disse que a senhora cozinha muito bem. – ela ri.

- Não sei se muito bem, mas fiz tudo com muito carinho. Espero que gostem!

- Alguma coisa me diz que vamos sim...

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora