Novas amizades

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Minha rotina de trabalho estava indo melhor do que eu esperava, os dias passaram e eu estava adaptada com a rotina da empresa, fazendo amigos e me saindo bem no trabalho e muito bem, diga-se de passagem, parecia até que eu já trabalhava ali a um bom tempo a minha única preocupação/distração mesmo, era só meu chefe, e que distração! Aquele homem estava consumindo minha sanidade mental e isso não era nada bom pra mim por isso eu tentava evitá-lo ao máximo mais não tinha jeito, ele adorava desfilar sua beleza estonteante na minha frente e não vou nem mencionar o charme desse homem.

Eu também estava aprendendo muito com o senhor Almonte e posso afirmar com toda certeza que foram poucas vezes na vida que conheci alguém tão inteligente e seguro como ele, estava me sentindo privilegiada e ele me tratava de igual para igual me dando o respeito que nem eu sabia que merecia. Esta semana nós estávamos muito próximos fazendo uma pesquisa de mercado, meu chefe quer expandir os negócios para o exterior e segundo ele já tem até os países em vista pra essa nova empreitada, pois vinha recebendo propostas e mais propostas as quais passava o dia estudando comigo o auxiliando na maior parte.

A vantagem de não acumular trabalhar é que você pode tirar um tempo para respirar, tomar um café e ajudar as amigas que estão com problemas intestinais. Já era a terceira vez que Berta ia ao banheiro, coitada. Eu dava uma forcinha pra ela quando podia porque a outra secretaria do senhor Almonte tirou férias definitivas, infelizmente ela teve um problema de saúde na família e não pode mais continuar trabalhando. Agora entendo porque o senhor Almonte tinha duas secretarias e porque ele tinha apelidos básicos como: Mr. Freeze, tubarão da construção, ditador, poderoso chefão...

A recepção do escritório do senhor Almonte estava por minha conta quando entra uma jovem na faixa dos 16 ou 17 anos naquele andar e parecia estar perdida e estava chorando.

- Boa tarde, senhorita? Está se sentindo bem? Posso ajudar?

- Ah, oi. Não, ta tudo bem. – ela disfarça.

- Não quer sentar e tomar uma água pra acalmar? Eu vou pegar pra você. – eu rio pra ela e faço um gesto para ela se sentar enquanto pego a água.

- Obrigada. – ela agradece com um sorriso tímido e toma água em seguida.

- Se sente melhor?

- Sim, obrigada. Você é nova aqui não é? E as outras meninas? Você também é secretaria?

- Sim, sou assistente do presidente e na verdade esse não é o meu posto é que estou dando uma força para minha amiga porque a outra pediu demissão.

- Com certeza não agüentou o chefe. Dizem que ele é uma peste – ela brinca.

- Não, ela teve uns problemas de saúde na família e teve que se ausentar e acabou saindo de vez e meu chefe é apenas exigente mais ele tem toda razão em ser, não é fácil administrar isso tudo, entende? – eu ri junto com ela.

- Estamos conversando já um tempo e ainda não sei seu nome.

- Me chamo Natalie.

- Prazer Natalie, sou Marta. – ela me estende a mão.

- Encantada Marta.

- Você é diferente. É daqui mesmo?

- Não, sou de uma cidadezinha no interior.

- Você não parece interiorana. É casada? Tem filhos? Tem namorado?! – ela pergunta tudo de uma vez me fazendo rir. Típico, ela é mais uma daqueles adolescentes que tem necessidade de falar o tempo todo.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora